Mensagem

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domingo, 29 de novembro de 2009

PAISAGENS

Há certas paisagens que despertam em nós, serenidade, introspecção, chegando a libertar a nossa imaginação para estados de alma, plenos de sensibilidade e que nos alertam para a necessidade de lutar pela salvaguarda da Terra que herdamos e temos obrigação de deixar aos nossos descendentes.
São estas emoções de serena tranquilidade e de consciente noção da responsabilidade que todos temos na sua defesa, que esperamos lhe despertem algumas das imagens que reproduzimos neste “power point”.
Os nossos votos são de paralelamente lhe proporcionarmos alguns momentos de meditação e porque não de encantamento.



MEDINA


CARREIRA

JOSÉ SÓCRATES
É UM HOMEM DE
CIRCO
.
.
REPRODUÇÃO EM TEXTO DE UMA ENTREVISTA A MEDINA CARREIRA

Verdades irrefutáveis e duras como murros

A economia vai derrotar a democracia de 1976.
José Sócrates, é um homem de circo, de espectáculo.
Portugal está a ser gerido por medíocres, Guterres, Barroso, Santana Lopes e este, José Sócrates, não perceberam o essencial do problema do país.
O desemprego não é um problema, é uma consequência de alguma coisa que não está bem na economia.
Já estou enjoado de medidinhas. Já nem sei o que é que isso custa, nem sequer sei se estão a ser aplicadas
A população não vai aguentar daqui a dez anos um Estado social como aquele em que nós estamos a viver.
Este que está lá agora, o José Sócrates, é um homem de espectáculo, é um homem de circo. Desde a primeira hora.
É gente de circo. E prezam o espectáculo porque querem enganar a sociedade
Vocês, comunicação social, o que dão é esta conversa de «inflação menos 1 ponto», o «crescimento 0,1 em vez de 0,6».
Se as pessoas soubessem o que é 0,1 de crescimento, que é um café por português de 3 em 3 dias... Portanto andamos a discutir um café de 3 em 3 dias...mas é sem açúcar Eu não sou candidato a nada, e por conseguinte não quero ser popular.
Eu não quero é enganar os portugueses.
Nem digo mal por prazer, nem quero ser «popularuxo» porque não dependo do aparelho político!"
Ainda há dias eu estava num supermercado, numa bicha para pagar, e estava uma rapariga de umbigo de fora com umas garrafas, e em vez de multiplicar «6x3=18», contava com os dedos: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7... Isto não é ensino...é falta de ensino, é uma treta! É o futuro que está em causa! Os números são fatais. Dos números ninguém se livra, mesmo que não goste.
Uma economia que em cada 3 anos dos últimos 27, cresceu 1% ...esta economia não resiste num país europeu.
Quem anda a viver da política para tratar da sua vida, não se pode esperar coisa nenhuma.
A causa pública exige entrega e desinteresse.
Se nós já estamos ultra-endividados, faz algum sentido ir gastar este dinheiro todo em coisas que não são estritamente indispensáveis?
P'rá gente ir para o Porto ou para Badajoz mais depressa 20 minutos? Acha que sim?
A aviação está a sofrer uma reconversão, vamos agora fazer um aeroporto, se calhar não era melhor aproveitar a Portela?
Quer dizer, isto está tudo louco?"
Eu por mim estou convencido que não se faz nada para pôr a Justiça a funcionar porque a classe política tem medo de ser apanhada na rede da Justiça. É uma desconfiança que eu tenho.
E então, quanto mais complicado aquilo for...
Nós tivemos nos últimos 10-12 anos 4 Primeiros-Ministros:
Um desapareceu; O outro arranjou um melhor emprego em Bruxelas, foi-se embora; O outro foi mandado embora pelo Presidente da República; E este coitado, anda a ver se consegue chegar ao fim"
O João Cravinho tentou resolver o problema da corrupção em Portugal. Tentou. Foi "exilado" para Londres.
O Carrilho também falava um bocado, foi para Paris.
O Alegre depois não sei para onde ele irá...
Em Portugal quem fala contra a corrupção ou é mandado para um "exílio dourado", ou então é entupido e cercado.
Mas você acredita nesse «considerado bem»?
Então, o meu amigo encomenda aí uma ponte que é orçamentada para 100 e depois custa 400? Não há uma obra que não custe 3 ou 4 vezes mais?
Não acha que isto é um saque dos dinheiros públicos?
E não vejo intervenção da polícia...
Há-de acreditar que há muita gente que fica com a grande parte da diferença!
De acordo com as circunstâncias previstas, nós por volta de 2020 somos o país mais pobre da União Europeia.
É claro que vamos ter o nome de Lisboa na estratégia, e vamos ter, eventualmente, o nome de Lisboa no tratado.
É, mas não passa disso. É só para entreter a gente. Isto é um circo. É uma palhaçada.
Nas eleições, uns não sabem o que estão a prometer, e outros são declaradamente uns mentirosos: -Prometem aquilo que sabem que não podem."
A educação em Portugal é um crime de «lesa-juventude»: Com a fantasia do ensino dito «inclusivo», têm lá uma data de gente que não quer estudar, que não faz nada, não fará nada, nem deixa ninguém estudar.
Para que é que serve estar lá gente que não quer estudar?
Claro que o pessoal que não quer estudar está lá a atrapalhar a vida aqueles que querem estudar. Mas é inclusiva....
O que é inclusiva? É para formar tontos? Analfabetos?
Os exames são uma vergonha.
Você acredita que num ano a média de Matemática é 10, e no outro ano é 14?
Acha que o pessoal melhorou desta maneira?
Por conseguinte a única coisa que posso dizer é que é mentira, é um roubo ao ensino e aos professores !
Está-se a levar a juventude para um beco sem saída.
Esta juventude vai ser completamente desgraçada!
A minha opinião desde há muito tempo é: TGV- Não!
Para um país com este tamanho é uma tontice. O aeroporto depende. Eu acho que é de pensar duas vezes esse problema. Ainda mais agora com o problema do petróleo.
Bragança não pode ficar fora da rede de auto-estradas? Não?
Quer dizer, Bragança fica dentro da rede de auto-estradas e nós ficamos encalacrados no estrangeiro? Eu nem comento essa afirmação que é para não ir mais longe...
Bragança com uma boa estrada fica muito bem ligada.
Quem tem interesse que se façam estas obras é o Governo Português, são os partidos do poder, são os bancos, são os construtores, são os vendedores de maquinaria...
Esses é que têm interesse, não é o Português!
Nós em Portugal sabemos resolver o problema dos outros: A guerra do Iraque, do Afeganistão, se o Presidente havia de ter sido o Bush, mas não sabemos resolver os nossos.
As nossas grandes personalidades em Portugal falam de tudo no estrangeiro: criticam, promovem, conferenciam, discutem, mas se lhes perguntar o que é que se devia fazer em Portugal nenhum sabe. Somos um país de papagaios
Receber os prisioneiros de Guantanamo?
Isso fica bem e a alimentação não deve ser cara...» Saibamos olhar para os nossos problemas e resolvê-los e deixemos lá os outros...
Isso é um sintoma de inferioridade que a gente tem, estar sempre a olhar para os outros.
Olhemos para nós!
A crise internacional é realmente um problema grave, para 1-2 anos. Quando passar lá fora, a crise passará cá.
Mas quando essa crise passar cá, nós ficamos outra vez com os nossos problemas, com a nossa crise.
Portanto é importante não embebedar o pessoal com a ideia de que isto é a maldita crise.
Não é! Nós estamos com um endividamento diário nos últimos 3 anos correspondente a 48 milhões de euros por dia: Por hora são 2 milhões! Portanto, quando acabarmos este programa Portugal deve mais 2 milhões!
Quem é que vai pagar? Isso era o que deveríamos ter em grande quantidade.
Era vender sapatos. Mas nós não estamos a falar de vender sapatos.
Nós estamos a f alar de pedir dinheiro emprestado lá fora, pô-lo a circular, o pessoal come e bebe, e depois ele sai logo a seguir...
Ouça, eu não ligo importância a esses documentos aprovados na Assembleia...
Não me fale da Assembleia, isso é uma provocação... Poupe-me a esse espectáculo....
Isto da avaliação dos professores não é começar por lado nenhum.
Eu já disse à Ministra uma vez «A senhora tem uma agenda errada"» Porque sem pôr disciplina na escola, não lhe interessa os professores. Quer grandes professores?
Eu também, agora, para quê?
Chegam lá os meninos fazem o que lhes dá na cabeça, insultam, batem, partem a carteira e não acontece coisa nenhuma.
Vale a pena ter lá o grande professor?
Ele não está para aturar aquilo...Portanto tem que haver uma agenda para a Educação. Eu sou contra a autonomia das escolas
Isso é descentralizar a «bandalheira».
Há dias circulava na Internet uma notícia sobre um atleta olímpico que andou numa "nova oportunidade" uns meses, fez o 12ºano e agora vai seguir Medicina...
Quer dizer, o homem andava aí distraído, disseram «meta-se nas novas oportunidades» e agora entra em Medicina...
Bem, quando ele acabar o curso já eu não devo cá andar felizmente, mas quem vai apanhar esse atleta olímpico com este tipo de preparação...
Quer dizer, isto é tudo uma trafulhice..."
É preciso que alguém diga aos portugueses o caminho que este país está a levar.
Um país que empobrece, que se torna cada vez mais desigual, em que as desigualdades não têm fundamento, a maior parte delas são desigualdades ilegítimas para não dizer mais, numa sociedade onde uns empobrecem sem justificação e outros se tornam multi-milionários sem justificação, é um caldo de cultura que pode acabar muito mal.
Eu receio mesmo que acabe.
Até há cerca de um ano eu pensava que íamos ficar irremediavelmente mais pobres, mas aqui quentinhos, pacíficos, amiguinhos, a passar a mão uns pelos outros...
Começo a pensar que vamos empobrecer, mas com barulho...
Hoje, acrescento-lhe só o «muito». Digo-lhe que a gente vai empobrecer, provavelmente com muito barulho...
Eu achava que não havia «barulho», depois achava que ia haver «barulho», e agora acho que vai haver «muito barulho».
Os portugueses que interpretem o que quiserem...
Quando sobe a linha de desenvolvimento da União Europeia sobe a linha de Portugal.
Por conseguinte quando os Governos dizem que estão a fazer coisas e que a economia está a responder, é mentira!
Portanto, nós na conjuntura de médio prazo e curto prazo não fazemos coisa nenhuma.
Os governos não fazem nada que seja útil ou que seja excessivamente útil.
É só conversa e portanto, não acreditem...
No longo prazo, também não fizemos nada para o resolver e esta é que é a angústia da economia portuguesa.
Tudo se resume a sacar dinheiro de qualquer sítio.
Esta interpenetração do político com o económico, das empresas que vão buscar os políticos, dos políticos que vão buscar as empresas...
Isto não é um problema de regras, é um problema das pessoas em si...
Porque é que se vai buscar políticos para as empresas?
É o sistema, é a (des)educação que a gente tem para a vida política...
Um político é um político e um empresário é um empresário. Não deve haver confusões entre uma coisa e outra. Cada um no seu sítio.
Esta coisa de ser político, depois ministro, depois sai, vai para ali, tira-se de acolá, volta-se para ministro...é tudo uma sujeira que não dá saúde nenhuma à sociedade.
Este país não vai de habilidades nem de espectáculos.
Este país vai de seriedade.
Enquanto tivermos ministros a verificar preços e a distribuir computadores, eles não são ministros. São propagandistas!
Eles não são pagos nem escolhidos para isso!
Eles têm outras competências e têm que perceber quais os grandes problemas do país!
Se aparece aqui uma pessoa para falar verdade, os vossos comentadores dizem «este tipo é chato, é pessimista»...
Se vem aqui outro trafulha a dizer umas aldrabices fica tudo satisfeito. Vocês têm que arranjar um programa onde as pessoas venham à vontade, sem estarem a ser pressionadas, sossegadamente dizer aquilo que pensam.
E os portugueses se quiserem ouvir, ouvem.
E eles vão ouvir, porque no dia em que começarem a ouvir gente séria e que não diz aldrabices, param para ouvir.
O Português está farto de ser enganado!
Todos os dias tem a sensação que é enganado!
25.000 VISITAS

Atendendo a que este numero de visitantes é muito significativo e gratificante para nós, guardámos dois “power points” especiais como forma de comemorar esta circunstância.
O primeiro enquadra-se na área científica e mostra uma colecção de conchas marinhas, algumas de formas extremamente estranhas, mas todas elas de uma beleza notável.
O segundo, no plano da fotografia, área muito divulgada por este tipo de apresentações, é igualmente de um beleza rara, e depois de os ver, certamente concordará comigo, que os adjectivos utilizados só pecaram por modestos.

BASTA DE PALAVRAS, CHEGOU A ALTURA DE CLICAR:

PRIMEIRO NESTE LINK

DEPOIS NESTE LINK/

sábado, 28 de novembro de 2009

TRANSMITIR ESTE APELO



É UM ACTO DE CULTURA!!!


Uma bela biblioteca digital, desenvolvida em software livre, mas que está prestes a ser desactivada por falta de acessos.
Imaginem um lugar onde você pode gratuitamente:

• Ver as grandes pinturas de Leonardo Da Vinci ;
• escutar músicas em MP3 de alta qualidade;
• Ler obras de Machado de Assis Ou a Divina Comédia;
• ter acesso às melhores historinhas infantis e vídeos da TV ESCOLA, ARTIGOS CIENTÍFICOS
• e muito mais....
Esse lugar existe!
O Ministério da Educação Brasileiro disponibiliza tudo isso, basta clicar
AQUI
Só de literatura portuguesa são 732 obras!
Estamos em vias de perder tudo isso, pois vão desativar o projeto por desuso, já que o número de acesso é muito pequeno.
Vamos tentar reverter esta situação, divulgando e incentivando amigos, parentes e conhecidos, a utilizarem essa fantástica ferramenta de disseminação da cultura e do gosto pela leitura.
Divulgue para o máximo de pessoas!

DUBAI
UMA OFENSA A QUEM TRABALHA
Este power point é uma amostra da realidade descrita no artigo que se segue.

PARA ABRIR CLIQUE
AQUI

O DUBAI E A CRISE INTERNACIONAL

Acordámos com a notícia que o principal grupo de construção civil do Dubai, conglomerado estatal “Dubai World”, tinha pedido aos seus credores um adiamento de 6 meses para satisfazer os pagamentos que lhe eram devidos nesta altura.
A coisa não é de menos, pois 58 mil milhões de dólares, não se arranjam do pé para a mão.
Consta que a Arábia Saudita, o Kuwait e o Catar não irão agir para socorrer o Dubai e daí o alarme que as Bolsas Mundiais reflectiram, com quedas da ordem dos 2 a 4 por cento.
Muitos dos investidores especuladores e desempregados que perdem o visto de trabalho, estão a fugir às dezenas de milhar, com medo de serem presos por incumprimento, visto não poderem pagar as dívidas que assumiram, durante o “boom” especulativo em que o Dubai se tinha transformado, com crescimento na ordem dos 170 %, nos últimos 6 anos.
Nos parques de estacionamento do aeroporto já estão mais de 3.000 carros abandonados por pessoas que fugiram por não terem trabalho nem possibilidades de pagar as suas dívidas, chegando ao ponto de deixarem os cartões de crédito com o limite totalmente esgotado e pedidos de desculpas fixados nos pára-brisas.
O governo vê-se obrigado a recusar mais de 1.500 vistos de trabalho, diariamente.
Agora já os trabalhadores estrangeiros que são as principais vítimas desta crise, vão reconhecendo que o Dubai é uma fraude monumental.
Embora saibamos que tudo quanto é intermediação de negócios, continua a fazer do Dubai o seu paraíso fiscal, é preciso não esquecer que também a sua zona franca é por excelência, uma placa rotativa para as mercadorias vindas do Oriente, tal como a Coreia, Singapura, Hong Kong etc., o que proporciona não só uma generalizada fuga aos impostos, como igualmente se torna um dos locais local privilegiados, para o branqueamento de capitais.
Outro importante aspecto a ter em consideração para justificar a gravíssima crise por que passa o Dubai, deriva não só da efectiva crise internacional, como também da específica vocação que este território tinha, para a especulação imobiliária, derivada do facto de se ter tornado um paraíso para todos os ricalhaços deste mundo.
Esta actividade fez com o metro quadrado de terreno neste emirato, atingisse preços inimagináveis, bastando dizer que na zona do Jumeirah, cada metro quadrado do terreno chegou a valer 3 e 4 mil dólares.
Hoje, a acrescentar a todos os factores já referidos há que juntar um outro que derivada dos rumores que correm sobre o afundamento das ilhas artificiais que foram criadas, tal como a celebre “Palmeira Jumeirah”, onde para alem deste fenómeno, dizem que quando se abrem as torneiras….. só saem baratas.
Este epifenómeno, está a transformar este autêntico cartão-de-visita do Dubai, numa dor de cabeça para quem investiu na compra de todos aqueles milhares e milhares de mansões e luxuosas vivendas.
O mesmo estará a acontecer no igualmente célebre conjunto de ilhas artificiais “The World”.
Guardemos por enquanto os maus presságios, porque como é habitual nas grandes crises, tudo se há-de resolver para os grandes capitalistas.
As máquinas de fazer dólares trabalham umas horitas extraordinárias e pronto.
Depois, é só pôr o resto do mundo que trabalha e produz a pagar!!!

sexta-feira, 27 de novembro de 2009


Meus amigos e camaradas
Já há algum tempo que não tido possibilidades de escrever as minhas notas no Blogue.
Três razões concorreram para isso.
Primeiro foram algumas dificuldades técnicas provocadas pelas alterações que o Google introduziu, no artificio informático que utilizava para colocar os “power points” no Blogue.
Logo a seguir uma gripe, com a respectiva falta de ar, que me levou ao hospital de urgência e me obrigou a estar refastelado e sossegadinho no aconchego da caminha.
Finalmente, uma avaria no computador levou tempo demais a ser resolvida, pelo técnico que me dá assistência.
Entretanto os e-mails que se foram acumulando. São tantos, que só aos poucos poderei ir respondendo e divulgando aqueles cujo conteúdo entendo serem politicamente interessantes.
É o caso do excelente artigo de Mário Crespo, que mais uma vez coloca o dedo na ferida, não deixando dúvidas para o descalabro em que se encontra vida dos portugueses, por culpa dos políticos que governam este desgraçado país.







OS INTOCÁVEIS

O processo Face Oculta deu-me, finalmente, resposta à pergunta que fiz ao ministro da Presidência Pedro Silva Pereira - se no sector do Estado que lhe estava confiado havia ambiente para trocas de favores por dinheiro. Pedro Silva Pereira respondeu-me na altura que a minha pergunta era insultuosa.
Agora, o despacho judicial que descreve a rede de corrupção que abrange o mundo da sucata, executivos da alta finança e agentes do Estado, responde-me ao que Silva Pereira fugiu: Que sim. Havia esse ambiente. E diz mais. Diz que continua a haver. A brilhante investigação do Ministério Público e da Polícia Judiciária de Aveiro revela um universo de roubalheira demasiado gritante para ser encoberto por segredos de justiça.
O país tem de saber de tudo porque por cada sucateiro que dá um Mercedes topo de gama a um agente do Estado há 50 famílias desempregadas. É dinheiro público que paga concursos viciados, subornos e sinecuras. Com a lentidão da Justiça e a panóplia de artifícios dilatórios à disposição dos advogados, os silêncios dão aos criminosos tempo. Tempo para que os delitos caiam no esquecimento e a prática de crimes na habituação. Foi para isso que o primeiro-ministro contribuiu quando, questionado sobre a Face Oculta, respondeu: "O Senhor jornalista devia saber que eu não comento processos judiciais em curso (...)". O "Senhor jornalista" provavelmente já sabia, mas se calhar julgava que Sócrates tinha mudado neste mandato. Armando Vara é seu camarada de partido, seu amigo, foi seu colega de governo e seu companheiro de carteira nessa escola de saber que era a Universidade Independente. Licenciaram-se os dois nas ciências lá disponíveis quase na mesma altura. Mas sobretudo, Vara geria (de facto ainda gere) milhões em dinheiros públicos. Por esses, Sócrates tem de responder. Tal como tem de responder pelos valores do património nacional que lhe foram e ainda estão confiados e que à força de milhões de libras esterlinas podem ter sido lesados no Freeport.
Face ao que (felizmente) já se sabe sobre as redes de corrupção em Portugal, um chefe de Governo não se pode refugiar no "no comment" a que a Justiça supostamente o obriga, porque a Justiça não o obriga a nada disso. Pelo contrário. Exige-lhe que fale. Que diga que estas práticas não podem ser toleradas e que dê conta do que está a fazer para lhes pôr um fim. Declarações idênticas de não-comentário têm sido produzidas pelo presidente Cavaco Silva sobre o Freeport, sobre Lopes da Mota, sobre o BPN, sobre a SLN, sobre Dias Loureiro, sobre Oliveira Costa e tudo o mais que tem lançado dúvidas sobre a lisura da nossa vida pública. Estes silêncios que variam entre o ameaçador, o irónico e o cínico, estão a dar ao país uma mensagem clara: os agentes do Estado protegem-se uns aos outros com silêncios cúmplices sempre que um deles é apanhado com as calças na mão (ou sem elas) violando crianças da Casa Pia, roubando carris para vender na sucata, viabilizando centros comerciais em cima de reservas naturais, comprando habilitações para preencher os vazios humanísticos que a aculturação deixou em aberto ou aceitando acções não cotadas de uma qualquer obscuridade empresarial que rendem 147,5% ao ano. Lida cá fora a mensagem traduz-se na simplicidade brutal do mais interiorizado conceito em Portugal: nos grandes ninguém toca.