CAPITULO I
HÁ UM DITADO POPULAR QUE DIZ:
“A VIDA SÃO DOIS DIAS”
IMAGINO SE FOSSEM 100 ANOS!!!
Estou mesmo a ver........ eu,
"tetravô"!!!!!
É pá!!!Sentado no sofá a dizer aos meus "tetranetos" (com uma voz forte e um brilho maroto e feliz no olhar!!!):
Sabem meus “tetranetinhos”, há muito….muito tempo, até havia uns indivíduos muito ricos, que não faziam nada na vida, a não ser gastar o dinheiro.
Na inversa, outros havia, que tinham de trabalhar noite e dia para sobreviver.
Havia também uns, que por serem filhos de ricos, nasciam e morriam sem terem trabalhado um só dia.
E calculem, havia ainda outros, que se intitulavam donos das terras onde havia petróleo, minerais e outros bens, que ficavam com todo o dinheiro que essas riquezas produziam e esbanjavam nos mais ridículos caprichos.
A maior parte das vezes, com a maioria dos seus habitantes a morrer de fome!!!”
Nas empresas onde eram produzidos bens de consumo, havia muitos que aldrabavam o Estado e não pagavam os impostos que deviam!.
E calculem!!! Havia um lugar designado BOLSA DE VALORES, onde se ficava rico a comprar e vender papéis, que se chamavam acções e obrigações e muitas vezes faziam batota, com as informações privilegiadas que possuíam.
Em muita das empresas, havia trabalhadores que se matavam a trabalhar e só ganhavam para saciar a fome.
Por outro lado, na mesma empresa, os funcionários ditos “gestores”, limitavam-se muitas vezes a assinar papeis ou a inventar formas de explorar a mão obra dos trabalhadores.
Estes lugares-tenente do patronato, cuja principal função era produzirem lucros, que revertessem em dividendos para o capital, ganhando em comissões, centenas e às vezes milhares de vezes mais dos que aqueles que de facto produziam os produtos dessas empresas.
E os velhotes!!!
Aqueles que tinham trabalhado uma vida inteira, descontando nos seus ordenados quantias que apesar de serem elevadas, justificavam a garantia de terem uma assistência na saúde mais ou menos decente e uma reforma equivalente ao seu nível de descontos.
O ensino para os seus filhos, permitia que a maioria pudesse fazer um curso superior, embora com bastantes sacrifícios.
Depois, pouco a pouco, de forma insidiosa, os governos de direita, foram sonegando esses direitos fundamentais e meticulosamente desvalorizaram as reformas de molde a que a inflação comesse a maior parte, em favor dos capitalistas.
Os serviços de saúde foram-se degradando, até se tornarem num grande negócio.
Quem queria qualquer serviço de saúde, tinha de pagar, parecendo que na nossa Constituição onde se lia que esse serviço deveria ser “tendencialmente gratuito”, estava escrito “tendencialmente, mais caro e inacessível, para os que não fossem ricos”.
No ensino, as propinas que tinham um valor simbólico, para justificar o acesso á maioria da população, tornou-se na principal receita para financiamento do ensino superior.
A nossa máquina produtiva, foi destruída. A industria, as pescas e a agricultura passaram á sua expressão mais simples.
Nós que produzíamos 80% do que consumíamos, indo buscar os restantes 20%, ao Turismo, Exportações e receitas dos emigrantes, passámos a produzir só 30%, e a esmolar o que necessitávamos, á Europa, para onde entramos, sacrificando a nossa independência, fingindo que era para melhorar a vida dos portugueses, mas no fundo era para proteger os interesses das elites que nos governavam ......e “eles” bem o sabiam!!!
Olhem meus “tetranetinhos”, parece impossível, mas esses “vendidos e traidores”, nunca foram julgados pelos tribunais.
Só foram condenados pela história e pela luta dos trabalhadores.
Os capitalistas compravam máquinas, robots e sistemas informáticos, para dispensar trabalhadores, aumentar os seus lucros e aumentar a Bolsa do desemprego, para poder ter mão-de-obra mais barata.
Esses mesmos capitalistas guardavam ou criavam lugares regiamente pagos para os governantes, que ao deixarem de o ser, necessitavam um “poiso” bem remunerado, para compensar os favores que lhes tinham feito, enquanto desempenhavam essas funções.
Outro grande truque que utilizavam, era enviar o dinheiro para os “offshores”, onde não pagavam impostos e podiam branquear os capitais sonegados ao Fisco.
Mas, meus "queridos tetranetinhos", ainda há mais, essa malandragem quando era apanhada, nunca ia parar atrás das grades.
Havia uma justiça para ricos e outra para pobres.
Nesses tempos havia homens que tinham muito dinheiro e que se julgavam donos do mundo.
Para eles todos os homens tinham um preço e só precisavam de pagar o suficiente, para comprar toda a gente.
Só que se enganaram!!!
No meio da História apareceram uns “maduros”"revolucionários" que não se deixavam vender e muitos deles lutaram até á morte, para construir uma sociedade, sem exploradores nem explorados e com igualdade de oportunidades para todos.
Naquele tempo havia muita gente que achava que não era possível.
E convictamente argumentavam, ”Sempre ouve ricos e pobres” e como todos somos diferentes, seria justo, não ser igualmente respeitado.
Logo, não ter os mesmos direitos e deveres, era uma questão natural.
A humanidade ser feliz, viver em paz e harmonia, era só para alguns.
O primeiro grande sinal de que as coisas podiam mudar, veio com a Comuna de Paris.
Depois, com o êxito da “Grande Revolução de Outubro na União Soviética”, a humanidade deu um grande salto.
Fruto desse grande exemplo de luta pelos ideais socialistas, muitos outros povos acabaram com a exploração do homem pelo homem e deram a possibilidade de “ A CADA UM SEGUNDO AS SUAS NECESSIDADES", a humanidade rumar, tendo no horizonte o comunismo!.
Houve ainda uns quantos que achavam suficiente "A CADA UM SEGUNDO O QUE PRODUZIAM", e iam naquela conversa do "socialismo democrático", como se fosse possível haver socialismo, sem democracia.
Era essa a forma encapotada da burguesia apoiar um regime SOCIAL-CARITATIVO inspirado na doutrina social da Igreja, determinada pelo papa Leão XIII, na Encíclica RERUM NOVARUM de1891, feita especialmente contra o Movimento Comunista Internacional, que foi criado após o Manifesto Comunista de Marx e Engels em 1848.
Esse problema do dito "Socialismo Democrático", foi um dos problemas mais difíceis de ultrapassar, pois uma grande parte dos trabalhadores, só viu que estavam a ser enganados, quando as crises sucessivas criadas pela exploração capitalista, lhes foi destruindo ou roubando todos os direitos e postos de trabalho, obrigando a fome e a miséria a abrir-lhes os olhos.
Olhem meus "queridos tetranetinhos", hoje ficamos por aqui, porque a conversa já vais longa, mas o vosso tetravô promete que um dia destes vai contar – vos mais algumas histórias do tempo em que governos dos Estados Unidos da América faziam a guerra, matavam e torturavam para dominar o mundo e roubar as riquezas dos outros povos, mais fracos!
E o pior é que havia governos na Europa, que lhes davam cobertura!!!