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terça-feira, 27 de maio de 2014

A VERDADE E A FANTASIA DO PS NA ELEIÇÕES EUROPEIAS


             VITÓRIA DE PIRRO        

Depois das eleições europeias a que acabamos de assistir, fomos “inundados” por alguns dos mais altos dirigentes socialistas, com muitos elogios à grande vitória do seu partido.
Por outro lado, outros altos dirigentes desse partido, consideravam a vitória, com uma designação enigmática e altamente redutora, classificando-a como autêntica “Vitória de Pirro”, camuflando com essa expressão, a sua profunda desilusão com o caminho que as “coisas” estão a tomar, fruto da sua pequena expressão, em relação à votação da direita no poder.
O próprio Mário Soares, num artigo publicado no Diário de Notícias, não se coíbe de mandar recados ao “chefe” do seu partido para se acautelar, chegando mesmo a utilizar a já gaguejante expressão utilizada publicamente por múltiplos e destacados militantes socialistas, que afirmam ser aquela uma “Vitória de Pirro”.
Ora, entendendo que infelizmente, haverá no que resta deste país (visto que uma parte significativa da juventude mais culta, já o abandonou), muita gente, por virtude da criminosa política levada a cabo depois do 25 de Novembro de 1975, não ter acesso a uma suficiente cultura histórica, que lhe permitisse saber o significado de tal expressão, recorremos à “Wikipédia”, para de uma forma precisa e resumida, esclarecer o seu simbolismo.
Nela se pode ler: 
“Esta expressão não se utiliza apenas em contexto militar, mas também está, por analogia, ligada a atividades como economia, política, justiça, literatura e desporto para descrever luta similar, prejudicial ao vencedor”
“Os exércitos se separaram; e, diz-se, Pirro teria respondido a um indivíduo que lhe demonstrou alegria pela vitória que "uma outra vitória como esta o arruinaria completamente". Pois ele havia perdido uma parte enorme das forças que trouxera consigo, e quase todos os seus amigos íntimos e principais comandantes; não havia outros homens para formar novos recrutas, e encontrou seus aliados na Itália recuando. Por outro lado, como que numa fonte constantemente fluindo para fora da cidade, o acampamento romano era preenchido rápida e abundantemente por novos recrutas, todos sem deixar sua coragem ser abatida pela perda que sofreram, mas sim extraindo de sua própria ira nova força e resolução para seguir adiante com a guerra”. 
É evidente para qualquer observador, o triste resultado obtido é, ou pelo menos deveria ser,  para as hostes de militantes socialistas, motivo de grande preocupação.
Se os actuais dirigentes não arrepiarem caminho ou em desespero de causa, não forem substituídos, as próximas eleições serão de certeza, um desastre para os socialistas, na medida em que o governo irá começar desde já a preparar as próximas eleições legislativas e a um ano e tal de distância, terá todo o tempo do mundo e todos os trunfos para, demagogicamente, criar espectativas que lhe permitam ganhar essas eleições.
Nesse sentido, não podemos esquecer que não só a senhora Merkel como a Comissão Europeia, com o susto que estão a apanhar, tudo irão fazer para facilitar para iludir a situação e com isso, aproveitará o governo e nomeadamente os partidos da coligação, para “fazerem a cama” às pretensões do Partido Socialista.
A questão de poderem vir a contar com uma boa ajuda das entidades europeias, baseia-se no facto de neste momento estarem “borradas” de preocupações, com o fim previsível, da continuidade dos seus tachos e sobretudo pela notória subida da extrema-direita, das forças fascistas e fascizantes, e dos eurocépticos da Europa, nomeadamente França, Polónia, Áustria, Hungria e Inglaterra, sendo que nesta perspetiva, não podemos abdicar de juntar o que se está a passar na Ucrânia, como a cereja no cimo do bolo, que simbolicamente festeja a direita, pelo seu sucesso.
Coerentemente tínhamos ouvido António Costa no programa “A Quadratura do Círculo” colocar sensatamente “água na fervura”, e reduzir esse entusiasmo, á relatividade do sucesso a que na realidade acabávamos de assistir ao dizer: 
"Partilho com todos os socialistas a alegria da vitória e a preocupação de à derrota histórica da direita não ter correspondido uma vitória histórica do PS". 
Para além disso, tivemos hoje conhecimento de um artigo de opinião de Mário Soares saído no Diário de Noticias, que a páginas tantas apela à união da esquerda, esquecendo o que quatro meses depois do 25 de Abril de 1975 já andava a conspirar contra o governo revolucionário para dividir a esquerda portuguesa (como ele próprio confessou há pouco tempo!).
Agora que tem o rabo a arder, já vai dizendo: 
"É preciso que o PS tente cooperar com toda a esquerda que o queira, de igual para igual".
Mais adiante lança o apelo a Cavaco Silva: 
"O Presidente da República está a pouco tempo de ainda poder resolver, em parte, o mal que este Governo tem feito a Portugal e aos portugueses, só pensando nos mercados e ignorando completamente as pessoas". 
E a seguir acrescenta Mário Soares: 
"é preciso que o demita antes". "Se não o fizer, terá um péssimo fim. Quem o avisa, seu amigo é". 
Aqui para nós, quem tem amigos deste não precisa de inimigos!!!
Por outro lado, na pessoa de Vitor Ramalho, um dos mais destacados elementos da sua “corte” (Clique AQUI, para ouvir o seu depoimento), acha que só uma profunda reflexão a ser feita no interior do Partido Socialista, poderá salvar aquele partido nas próximas eleições.
De referir que ao mesmo tempo que apela à reflexão, vai astutamente acautelando o seu discurso, dando uma picadela anticomunista na forma como são escolhidos os dirigentes comunistas, o que indicia poucas esperanças se poderem vir a criar boas relações com o Partido Comunista, independentemente da grande lição que o povo lhes deu, no sentido de passarem a ser um verdadeiro Partido Socialista, respeitador da sua linha ideológica, “a cada um segundo o que produz” e deixar de tentar debilitar o Partido Comunista, aliando-se sistematicamente à direita.
A acrescentar nuvens negras a este clima anticomunista da direcção do Partido Socialista, os temos as ferozes e irracionais das intervenções de outros dirigentes, tais como a deputada Ana Gomes no programa da televisão “Prós e Contras”, (se quiser ter a paciência de a ouvir clique AQUI) que vomitou demagogia anticomunista, contra a brilhante intervenção do deputado do Partido Comunista Português João Ferreira, quando este denunciou as votações cúmplices do PS com a direita, levadas a cabo no Parlamente Europeu, contra propostas do PCP, que defendiam os interesses das classes trabalhadoras.
Essa cumplicidade também foi protagonizada pela moderadora do programa Fátima Campos Ferreira, que interrompeu desabridamente e mandou calar o deputado do PCP, quando este, a título de responder a Ana Gomes sobre a habitual acusação do PCP se ter aliado à direita na votação do célebre PEC IV, descrevia o rol de medidas que nele constavam e que por sinal, eram em tudo semelhantes às medidas do governo da coligação tem tomado, no sentido de destruir o Estado Social.
Hoje quase toda a imprensa denúncia o ambiente de facas longas que se está a gerar à volta à cúpula Socialista e embora longe de termos alguma esperança que resultem, estamos com a voz do povo quando diz que “tantas vezes vai o cântaro à fonte“ ou em alternativa “a esperança é a última a morrer”.
Como é comatoso o estado em que Portugal se encontra, mantenhamos a espectativa que finalmente serão corridos da Direcção do Partido Socialista os radicais anti-comunistas.
Que se possa finalmente contar com um verdadeiro Partido Socialista, em aliança com as forças populares onde o Partido Comunista desde sempre se integra e traga a este povo, que bem o merece, as expectativas não só de uma verdadeira regeneração política, como também uma reformulação dos meios de comunicação social, que façam da verdade o veículo que una todos os portugueses, na concretização das espectativas que o 25 de Abril criou e que são desde sempre, o fundamento da luta dos comunistas.

VIVA O 25 DE ABRIL !!!!  
 


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