Mensagem

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domingo, 12 de junho de 2016


        O FIM DA INOCÊNCIA
Não sou eu que o digo, limitei-me a esta introdução e a fazer a ilustração do tema de um texto, que me enviou uma querida amiga.
Não são elucubrações de uma mente politicamente tendenciosa, que procure capitalizar o tempo que gasta a convencer os outros das suas razões pessoais.
Não são argumentos que copiados de quem os usa, alinha no pensamento dominante.
Não são propostas esotéricas, que procuram em originais propostas, enganar o próximo, para daí retirar ou lucro ou satisfação.
São palavras de alguém com comprovada autoridade técnica para o fazer, nos diz quão cobarde e malicioso é o capital financeiro, que na busca do máximo lucro, sacrifica o bem-estar da sociedade onde está inserido, esquecendo que pode ser vítima desse comportamento, independentemente de nas mesmas circunstâncias, já terem sido sacrificadas milhões de vidas, vítimas dessa egolatria.
Esse alguém que acima referia, é o prémio Nobel da Medicina Richard J.Roberts que como se verá no preâmbulo da Nota que se segue denuncia a forma como funcionam as grandes Farmacêuticas dentro do sistema capitalista, preferindo os benefícios económicos à Saúde, e detendo o progresso científico na cura de doenças, porque a cura não é tão rentável quanto a cronicidade”.

Prémio Nobel da Medicina faz uma denúncia alarmante! Todos devemos conhecer!



O Prémio Nobel da Medicina Richard J. Roberts denuncia a forma como funcionam as grandes Farmacêuticas dentro do sistema capitalista, preferindo os benefícios económicos à Saúde, e detendo o progresso científico na cura de doenças, porque a cura não é tão rentável quanto a cronicidade.
 
Há poucos dias, foi revelado que as grandes empresas Farmacêuticas dos EUA gastam centenas de milhões de dólares por ano em pagamentos a médicos que promovam os seus medicamentos. Para complementar, reproduzimos esta entrevista com o Prémio Nobel Richard J. Roberts, que diz que os medicamentos que curam não são rentáveis e, portanto, não são desenvolvidos por empresas Farmacêuticas que, em troca, desenvolvem medicamentos codificadores que sejam consumidos de forma serializada.
Isto, diz Roberts, faz também com que alguns medicamentos que poderiam curar uma doença não sejam investigados. E pergunta-se até que ponto é válido e ético que a indústria da Saúde se reja pelos mesmos valores e princípios que o mercado capitalista, que chega a assemelhar-se ao da máfia.

A investigação pode ser planeada?
Se eu fosse Ministro da Saúde ou o responsável pela Ciência e Tecnologia, iria procurar pessoas entusiastas com projectos interessantes; dar-lhes-ia dinheiro para que não tivessem de fazer outra coisa que não fosse investigar e deixá-los-ia trabalhar dez anos para que nos pudessem surpreender.
Parece uma boa política.
Acredita-se que, para ir muito longe, temos de apoiar a pesquisa básica, mas se quisermos resultados mais imediatos e lucrativos, devemos apostar na aplicada …
E não é assim?
Muitas vezes as descobertas mais rentáveis foram feitas a partir de perguntas muito básicas. Assim nasceu a gigantesca e bilionária indústria de biotecnologia dos EUA, para a qual eu trabalho.
Como nasceu?
A biotecnologia surgiu quando pessoas apaixonadas começaram a perguntar-se se poderiam clonar genes e começaram a estudá-los e a tentar purificá-los.
Uma aventura.
Sim, mas ninguém esperava ficar rico com essas questões. Foi difícil conseguir financiamento para investigar as respostas, até que Nixon lançou a guerra contra o cancro em 1971.
Foi cientificamente produtivo?
Permitiu, com uma enorme quantidade de fundos públicos, muita investigação, como a minha, que não trabalha directamente contra o cancro, mas que foi útil para compreender os mecanismos que permitem a vida.
O que descobriu?
Eu e o Phillip Allen Sharp fomos recompensados pela descoberta de intrões no ADN eucariótico e o mecanismo de gen splicing (manipulação genética).
Para que serviu?
Essa descoberta ajudou a entender como funciona o ADN e, no entanto, tem apenas uma relação indirecta com o cancro.
Que modelo de investigação lhe parece mais eficaz, o norte-americano ou o europeu?
É óbvio que o dos EUA, em que o capital privado é activo, é muito mais eficiente. Tomemos por exemplo o progresso espectacular da indústria informática, em que o dinheiro privado financia a investigação básica e aplicada. Mas quanto à indústria de Saúde… Eu tenho as minhas reservas.
Entendo.
A investigação sobre a Saúde humana não pode depender apenas da sua rentabilidade. O que é bom para os dividendos das empresas nem sempre é bom para as pessoas.
Explique.
A indústria farmacêutica quer servir os mercados de capitais …
Como qualquer outra indústria.
É que não é qualquer outra indústria: nós estamos a falar sobre a nossa Saúde e as nossas vidas e as dos nossos filhos e as de milhões de seres humanos.
Mas se eles são rentáveis investigarão melhor.
Se só pensar em lucros, deixa de se preocupar com servir os seres humanos.
Por exemplo…
Eu verifiquei a forma como, em alguns casos, os investigadores dependentes de fundos privados descobriram medicamentos muito eficazes que teriam acabado completamente com uma doença …
E por que pararam de investigar?
Porque as empresas Farmacêuticas muitas vezes não estão tão interessadas em curar as pessoas como em sacar-lhes dinheiro e, por isso, a investigação, de repente, é desviada para a descoberta de medicamentos que não curam totalmente, mas que tornam crónica a doença e fazem sentir uma melhoria que desaparece quando se deixa de tomar a medicação.
É uma acusação grave.
Mas é habitual que as Farmacêuticas estejam interessadas em linhas de investigação não para curar, mas sim para tornar crónicas as doenças com medicamentos codificadores muito mais rentáveis que os que curam de uma vez por todas. E não tem de fazer mais que seguir a análise financeira da indústria farmacêutica para comprovar o que eu digo.
Há dividendos que matam.
É por isso que lhe dizia que a Saúde não pode ser um mercado nem pode ser vista apenas como um meio para ganhar dinheiro. E, por isso, acho que o modelo europeu misto de capitais públicos e privados dificulta esse tipo de abusos.
Um exemplo de tais abusos?
Deixou de se investigar antibióticos por serem demasiado eficazes e curarem completamente. Como não se têm desenvolvido novos antibióticos, os microorganismos infecciosos tornaram-se resistentes e hoje a tuberculose, que foi derrotada na minha infância, está a surgir novamente e, no ano passado, matou um milhão de pessoas.
Não fala sobre o Terceiro Mundo?
Esse é outro capítulo triste: quase não se investigam as doenças do Terceiro Mundo, porque os medicamentos que as combateriam não seriam rentáveis. Mas eu estou a falar sobre o nosso Primeiro Mundo: o medicamento que cura tudo não é rentável e, portanto, não é investigado.
Os políticos não intervêm?
Não tenho ilusões: no nosso sistema, os políticos são meros funcionários dos grandes capitais, que investem o que for preciso para que os seus boys sejam eleitos e, se não forem, compram os eleitos.
Há de tudo.
Ao capital só interessa multiplicar-se. Quase todos os políticos, e sei do que falo, dependem descaradamente dessas multinacionais Farmacêuticas que financiam as campanhas deles. O resto são palavras…


sábado, 11 de junho de 2016


         O NOVO FREI TOMAZ

Faz o que ele diz, não faças o que ele faz!!!

De um amigo , sempre atento a estas “minudências”, tivemos conhecimento de mais uma fantasia de Marques Mendes.
Estes “gajos” não têm emenda.
Eis o texto que ele me enviou

7 de Junho de 2016, 10:08
Adivinha onde estava Marques Mendes, nas 35 horas?
Não ficou por menos: errada, provavelmente inconstitucional, desigualitária, abusiva.
Foi Marques Mendes na SIC e foi de arraso, a lei das 35 horas foi destroçada pelo argumento do comentador. Opôs-se, apelou a uma iniciativa junto do Tribunal Constitucional, trinta por uma linha.
O argumento eu percebo. O PSD no governo entendeu, como o CDS e como ainda hoje entendem, que “reforma estrutural” é por as pessoas a trabalhar mais horas sem receberem salário pela diferença de tempo. Para a direita, produtividade é isto, trabalhar sem receber. O país melhora à medida que vai diminuindo o rendimento dos trabalhadores relativo ao seu trabalho, ou seja, vai empobrecendo. Passos Coelho nunca escondeu este seu pensamento.
Portanto, percebo também o escândalo. Que um governo reponha o horário abusado, cumprindo o programa de governo, é já de si um choque (claro, o PSD e CDS esqueceram-se de incluir nos seus programas de governo que iam impor mais cinco horas de trabalho sem as pagarem). Isso não se faz, cumprir a palavra dada é feio.
Só que tudo isto tem ainda um outro problema. É que a lei das 35 horas não é de ontem, durou vinte e cinco anos. Foi aliás elaborada por um governo de Cavaco Silva
E agora peço aos leitores e leitoras que se deitem a adivinhar quem era o Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros  desse governo em 1988, quem era o governante que tinha por função coordenar a produção legislativa do governo, verificar as leis, preparar a sua redacção final. Ou seja, de quem é esta lei das 35 horas, a tal lei antiga e cavaquista que agora se tornou abusiva, errada, desigualitária, que deita por terra as grandiosas “reformas estruturais” a que Pátria aspira?
Pois se disse Marques Mendes adivinhou.

sexta-feira, 10 de junho de 2016


       INADMISSÍVEL, INACREDITÁVEL 
                INDIGNO, BARBARO
         INTOLERÁVEL, DESUMANO!!!


DO BLOGUE MANIFESTO 74 RETIRÁMOS ESTA  NOTICIA MISERÁVEL

A empresa portuguesa que promove o arremesso de anões

quinta-feira, 9 de junho de 2016    
Publicado por Bruno Carvalho



E se uma empresa de eventos oferecesse para as despedidas de solteiro, jantares de negócios e festas de colegas de trabalho actividades que envolvessem o arremesso de ciganos, amputados ou cegos? É isso mesmo que a Mundial Eventos faz. A empresa de Cascais cujo proprietário é Pedro Raposo propõe pacotes que incluem o lançamento de anões, o bowling com anões e striptease com anões. Este negócio que promove a barbaridade e a humilhação como diversão foi denunciado pela Confederação Nacional dos Organismos de Deficientes e pela Associação Nacional de Displasias Ósseas


Ambas as organizações consideram que esta prática configura um profundo retrocesso, promove a humilhação, atenta contra a dignidade humana e viola os direitos das pessoas com deficiência. O arremesso de anões foi já proibido noutros países e mereceu a condenação da ONU.

Após duras críticas na sua
página no facebook, a Mundial Eventos tenta escudar-se no facto de ser uma pessoa adulta com nanismo que voluntariamente se ofereceu para este trabalho que é pago. Não será certamente difícil compreender todos os constrangimentos que a maioria das pessoas com deficiência têm para se integrarem na sociedade e, sobretudo, para conseguirem emprego. Portanto, também não me é difícil imaginar que para lá dos limites da dignidade humana o salário pese mais quando se tem de comer. Mas importa dizer que o que está em causa não é a liberdade individual de determinada pessoa se deixar arremessar e ser objecto de gozo. Está em causa permitir que na nossa sociedade haja caminho para promover o preconceito e a humilhação como forma de divertimento.
Durante o fascismo, as pessoas com deficiência viviam clausuradas em asilos ou escondidas em casa. Eram pessoas inválidas. Sem validade. Incapacitadas. Ou seja, sem capacidade. No fundo, eram consideradas inferiores e assim eram tratadas. Mas ao longo da história, as pessoas com deficiência, principalmente, as que tinham nanismo, eram figuras de atracção nas feiras, bobos da corte e palhaços no circo. A sua função era serem objecto de escárnio, de chacota e de humilhação. Foi a revolução de Abril que abriu caminho às conquistas pelas quais as pessoas com deficiência e as suas associações lutaram. Não podemos permitir o retrocesso.

Por exemplo, o striptease com anões proposto pela Mundial Eventos não é uma actividade erótica porque ela não procura suscitar qualquer vontade sexual por parte de quem contrata este serviço numa despedida de solteiro. É como a própria empresa descreve uma actividade cómica. No fundo, a própria empresa sabe que não é um serviço normal e foi por isso que decidiu fechar a correr as páginas do seu site que referiam o arremesso e o bowling com anões. A indignação é possível, urgente e necessária para que na nossa sociedade caibamos todos sem lugar para a exploração, a desigualdade e a exclusão. 
 

quinta-feira, 2 de junho de 2016


                 VENEZA
UM ADMIRAVEL POWER POINT  
Já tivemos ocasião de publicar alguns “power points” sobre Veneza.
Este excede em interesse, tudo o que já publicámos, porque tem a vantagem de além de nos mostrar todo o encanto de Veneza numa viagem virtual, com legendas em português, acrescenta pormenores técnicos e históricos que potenciam imenso o seu encanto.
NESTE LINK

 
           UMA LIÇÃO DE MESTRE
Para aqueles que ainda se iludem sobre a concorrência livre dos mercados, é a melhor forma de servir a justiça social na repartição dos rendimentos, entre o capital e o trabalho, tem no recente texto que se segue de Joseph Stiglitz, a voz de uma reconhecida autoridade, para desfazer essas ilusões.

OS MONOPÓLIOS EM UMA NOVA ERA

Por: Joseph Stiglitz
30.05.2016
Durante 200 anos, tem havido duas escolas de pensamento sobre o que determina a distribuição de renda – e como funciona a economia. Uma delas, que emana de Adam Smith e dos economistas liberais do século XIX, se concentra em mercados competitivos. A outra, ciente de como a marca do liberalismo de Smith leva a rápida concentração de riqueza e renda, tem como ponto de partida a tendência de “mercados livres se tornarem monopólio. É importante compreender ambas, porque os nossos pontos de vista sobre as políticas governamentais e as desigualdades existentes são moldadas por qual das duas escolas de pensamento se acredita fornecer uma melhor descrição da realidade.
Para os liberais do século XIX e os seus acólitos dos últimos dias, porque os mercados são competitivos, os retornos dos indivíduos estão relacionados com as suas contribuições sociais – o seu “produto marginal”, na linguagem dos economistas. Capitalistas são recompensados por poupar em vez de consumir – por sua abstinência, nas palavras de Nassau Senior, um dos meus predecessores na Cátedra Drummond de Economia Política na Universidade de Oxford. Diferenças de renda se relacionam com a propriedade de “ativos” – capital humano e financeiro. Estudiosos da desigualdade, portanto, centram-se nas determinantes da distribuição de ativos, incluindo a forma como eles são passados através das gerações.
A segunda escola de pensamento toma como ponto de partida o “poder”, incluindo a capacidade de exercer controle ou monopólio, nos mercados de trabalho, para afirmar sua autoridade sobre os trabalhadores. Estudiosos nesta área têm-se centrado sobre o que dá origem ao poder, como ele é mantido e fortalecido, e outras características que podem impedir os mercados de serem competitivos. A exploração no trabalho decorrente de assimetrias de informação é um exemplo importante.
No Ocidente na era pós-Segunda Guerra Mundial, a escola liberal de pensamento tem dominado. No entanto, como a desigualdade se acentuou e preocupações sobre o assunto têm crescido, a escola competitiva, vendo retornos individuais em termos de produto marginal, tornou-se cada vez mais incapaz de explicar como funciona a economia. Então, hoje, a segunda escola de pensamento é ascendente.
Afinal, os grandes bônus pagos aos bancos ‘CEOs como eles conduziram suas empresas à ruína e a economia à beira do colapso são difíceis de conciliar com a crença de que os indivíduos assalariados não têm nada a ver com as suas contribuições sociais. Claro que, historicamente, a opressão dos grandes grupos – escravos, mulheres e minorias de vários tipos – são exemplos óbvios onde as desigualdades são o resultado de relações de poder, não de retornos marginais.
Na economia de hoje, muitos setores – telecomunicações, televisão a cabo, ramos digitais de mídia social para busca na Internet, seguro de saúde, produtos farmacêuticos, agro-negócio, e muitos mais – não podem ser compreendidos através da lente da concorrência. Nesses setores, a concorrência que existe é oligopolista, e não a competição “pura” descrita nos livros didáticos. Alguns setores podem ser definidos como “tomada de preço”; as empresas são tão pequenas que não têm efeito sobre o preço de mercado. A agricultura é o exemplo mais claro, mas a intervenção do governo no setor é enorme, e os preços não estão definidos principalmente pelas forças do mercado.
Conselho de Assessores Econômicos do Presidente dos Estados Unidos Barack Obama, liderados por Jason Furman, tentou concordância na medida do aumento da concentração do mercado e algumas de suas implicações. Na maioria das indústrias, de acordo com a CEA, métricas padrão mostram grande – e, em alguns casos, dramáticos – aumentos na concentração de mercado. A quota de mercado de depósitos dos dez principais bancos, por exemplo, aumentou de cerca de 20% para 50% em apenas 30 anos, de 1980 a 2010.
Parte do aumento do poder de mercado é o resultado de mudanças na tecnologia e estrutura econômica: deve-se considerar as economias de rede e o crescimento das indústrias do setor de serviços fornecidos localmente. Alguns é porque as empresas – Microsoft e empresas farmacêuticas são bons exemplos – têm aprendido melhor como construir e manter barreiras à entrada, muitas vezes assistido por forças políticas conservadoras que justificam a aplicação anti-trust negligente e a falta de limitar o poder de mercado em razão de que os mercados são “naturalmente” competitivos. E alguns dos que reflete o abuso desnudo e a alavancagem de poder de mercado através do processo político: Grandes bancos, por exemplo, pressionam o Congresso dos EUA a alterar ou a revogar a legislação que separa a banca comercial a partir de outras áreas de finanças.
As consequências são evidentes nos dados, com a desigualdade crescente em todos os níveis, não só entre os indivíduos, mas também entre as empresas. O relatório CEA observou que a “90th percentile vê retornos sobre investimentos em capital que são mais de cinco vezes a mediana. Esta proporção estava mais próxima de dois apenas um quarto de século atrás “.
Joseph Schumpeter, um dos grandes economistas do século XX, argumentou que não se deve ficar preocupado com o poder de monopólio: monopólios seriam apenas temporários. Não haveria uma forte concorrência para o mercado e isso iria substituir a concorrência no mercado e garantir que os preços se mantivessem competitivos.
Meu próprio trabalho teórico há muito tempo mostrou as falhas na análise de Schumpeter, e agora resultados empíricos fornecem a confirmação forte. Os mercados de hoje são caracterizados pela persistência de elevados lucros monopolistas.
As implicações disso são profundas. Muitos dos pressupostos sobre as economias de mercado são baseados na aceitação do modelo competitivo, com retornos marginais compatíveis com contribuições sociais. Essa visão levou a hesitação sobre a intervenção oficial: se os mercados são fundamentalmente eficientes e justos, há pouco que mesmo o melhor dos governos poderia fazer para melhorar a situação. Mas se os mercados são baseados na exploração, a justificativa para o laissez-faire desaparece. Com efeito, nesse caso, a batalha contra o poder entrincheirado não é apenas uma batalha para a democracia; é também uma batalha para a eficiência e a prosperidade partilhada.
Fonte: Project Syndicate
Joseph Stiglitz é professor da Universidade de Columbia e prêmio Nobel de Economia.