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quarta-feira, 30 de abril de 2014

25 DE ABRIL


        25 DE ABRIL SEMPRE!!!      

ONDE ESTAVA NO 25 DE ABRIL? 

Lastimamos só hoje poder referir a imensa felicidade com que particularmente vivemos este 25 de Abril.
Um problema de saúde a que posteriormente se juntou uma avaria no computador, impediu-nos de na ocasião de festejar e transmitir neste Blogue tudo o que nos passava pela cabeça e pelo coração, naquele dia tão particular e que tantas e tão gratas recordações nos trouxeram.
Em relação ao Largo do Carmo, contaram-nos e vimos fotografias de uma imensa multidão que encheu e transbordou do largo para as ruas vizinhas, não só para comemorar o 25 de Abril no local mais simbólico da revolução dos cravos, como também e simultaneamente, protestar contra a proibição de se ouvir a voz dos capitães na Assembleia da Republica, local que é (ou devia ser!) por direito “A CASA DO POVO”.
Pese embora a figura de Vasco Lourenço com a sua “negra madeixa ao vento” (tema do castiço fado da Amália Rodrigues), que no caso deve ter desaparecido por alopecia androgenética razão, juntamente com o “grupo dos nove”, nos façam recordar os trágicos e dolorosos desenvolvimentos contra-revolucionários.
Não esquecemos que foi o 25 de Novembro que decapitou o movimento popular e está na génese da dramática situação política e económica para onde está a ser arrastado este desgraçado povo; independentemente das sua hipotéticas e hiperbólicas boas intenções, porque dessas, sempre ouvimos dizer que está o inferno cheio e os portugueses não precisam de morrer, para saber na prática da vida corrente, que é exactamente assim!
Por outro lado, parece-nos oportuno, dada a distância e as circunstâncias particulares que rodeiam estas comemorações, toda a gente questione “Onde estava no 25 de Abril?”, quanto mais não seja para situar o lado da trincheira em que luta pelo futuro.
Pelo nosso lado, pensamos para memória futura das pessoas que nos são queridas, chegou a altura de dar-nos ao luxo de explicar no nosso caso pessoal, a quem ainda o não conhece e onde o acaso e a rádio nos levou à intervenção que tivemos, no desenrolar das peripécias daquele glorioso dia.
Já morava em Campo de Ourique e por qualquer razão que não recordo, tivemos  necessidade de nos deslocar para os lados da baixa.
Acabados de subir a Calçada do Combro, ao chegarmos ao largo do Calhariz, deparamos com uma força da Guarda Nacional Republicana acabada de sair do quartel da Calçada do Combro, com os seus oficiais a dialogar com oficiais do exército, no sentido de se renderem e regressarem ao quartel, coisa que acabaram por fazer.
Logo de seguida dirigimo-nos para o Largo do Carmo, que já estava cercada pela tropa e com os soldados nas esquinas de armas em riste, em posição de combate.
Decidimos ficar atrás de um deles que guarnecia a esquina da Rua da Trindade, esperando uma oportunidade para podermos fazer algo, sem saber bem o quê.
Nesta altura, num romântico lampejo da nossa fantasia, passou-nos pela imaginação aquela cena da batalha de Leninegrado, em que os soldados eram lançados para as linhas de combate inimigas e devido à escassez das armas, iam sempre seguidos de um ou dois soldados sem arma, para agarrar nela, logo que o que a tinha morresse.
Pousemos na realidade. Ao vermos um civil mais audacioso que nós, que estava do outro lado da esquina, dar uma corrida para o Largo, aproveitámos o estímulo e esgueiramo-nos rapidamente para o espaço entre duas cabines telefónicas que na altura existiam frente à porta do Quartel do Carmo e estavam separadas uma da outra por um espaço de um metro e meio, no sentido de nos abrigarmos e ficarmos defendidos de eventuais tiros que  posteriormente se vieram a verificar, embora sem qualquer perigo, porque eram tiros de aviso, disparados contra as paredes do quartel.
Entretanto o Largo começou a encher-se de gente e fomos assistindo à loucura festiva que se apoderou de toda aquelas pessoas, culminando com a entrada de Marcelo Caetano para a Chaimite, sob a proteção do capitão Salgueiro Maia.
A partir desse momento, dirigimo-nos para a PIDE na António Maria Cardoso, onde chegamos imediatamente após aqueles energúmenos começarem a disparar sobre as pessoas.
Foi então que tivemos ocasião de nos tornarmos úteis.
Juntamente com mais pessoas, agarrámos nos feridos, arrastámo-los para junto da estátua do Chiado, enquanto ia buscar o meu carro que estava perto.
Colocámos um dos feridos no banco de traz e verificámos que o homem já começava a ficar cinzento, sendo que no ferimento que tinha do lado direito da barriga, o sangue saía às golfadas.
Dirigimo-nos aos hospital de S.José em alta velocidade, acompanhados de uma outra pessoa que tinha imenso sangue na camisa e pensávamos que também estava ferido.
Durante a viagem aos perguntar-lhe onde estava ferido, ficámos a perceber que o sangue não era dele, mas do seu irmão que tinha ido noutro carro e ele tinha aproveitara a boleia, para ir fazer companhia ao irmão. Censurámo-lo por estar a roubar o lugar a outro ferido que poderia ter sido socorrido, mas lá continuámos o mais velozmente que era possível.
Ao virarmos na Rua Nova do Almada, vemos a rua toda molhada, mas não ligámos. Só quando tentámos virar para a Rua do Crucifixo, nos apercebemos que aquilo não era água, mas sim azeite e óleos que depredadores tinham espalhado pela rua abaixo, depois de assaltarem e vandalizarem o Supermercado dos Armazéns do Chiado, que ali existia na altura.
Derrapámos dezenas de metros e só parámos muito perto da parede da rua do comércio, por onde enfiámos sem nos interessar se era ou não sentido proibido, com intenção de nos dirigirmos ao hospital de S. José, onde finalmente deixámos o homem atingido a tiro, que já devia estar morto, porque estava inerte e cinzento.
Não queremos armar em valentões, mas íamos preocupados com a polícia, na medida em que íamos entregar um homem que já estava praticamente morto e nós nem sequer sabíamos quem era.
Devido a termos um pequeno rasgão no assento traseiro do carro, onde se infiltrou o sangue, quando ao fim da tarde chegámos a casa e a nossa companheira nos ajudou a lavar o interior do carro, não conseguimos retirar todo o sangue que se tinha infiltrado no rasgão. Consequência, passados uns dias o carro deitava um cheiro nauseabundo, absolutamente insuportável, obrigando-nos a andar sem banco detrás, enquanto o sol, o ar e os detergentes não fizeram desaparecer o cheiro.
Curiosamente, há dias, ao vermos o depoimento na televisão do artista Fernando Pereira, que mais tarde viemos a conhecer e chegou a colaborar connosco, ficámos a saber que ele tinha sido um dos protagonistas activos da Rua António Maria Cardoso, facto que lhe acabou por custar a prisão, embora de curtíssima duração, no Governo Civil de então.
Outra dos protagonistas que fizeram mais ou menos o mesmo percurso até à PIDE, foi, segundo se disse também num programa de televisão, a actual presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, a arquitecta Helena Roseta, embora de forma mais discreta e menos interventiva, segundo nos pareceu.
Depois, foi viver e lutar durante todo o período revolucionário e até aos dias de hoje, com devoção, empenho e a emoção, própria de quem sempre sonhara e imaginara um mundo maravilhoso, solidário e justo, não só para os seus filhos e familiares, mas para todos os portugueses. 
Mário Soares, que há pouco confessou ter começado a conspirar com os americanos nove meses antes do 25 de Novembro, leva-nos a concluir que pouco depois do 25 de Abril já ele se mexia, para não deixar que isso acontecesse.
Desconfiamos que a sua passagem a 2ª figura da Revolução, condizia pouco com a sua ambição e vaidade ferida e por se ver obrigado pela força das circunstâncias, a dar o merecido protagonismo a Alvaro Cunhal!
E isso...não lhe podemos perdoar!!! 
A forçada e precipitada entrada para Europa, para assegurar o sucesso do seu anticomunismo e a posterior entrada no Euro, imponderada e ainda mais estouvada, está na origem de toda a nossa tragédia financeira e como tal a História o condenará.
A ele também se fica a dever embora por tabela, o nascimento político do pelo menos “ex-candidato” a funcionário da Pide Cavaco Siva, bem como dos seus capangas.
Este repulsivo emproado, que exerce tarefas políticas desde 1980 e se diz “um não político”, destruiu toda a nossa capacidade produtiva enquanto ministro e hoje, olhando, do alto da varanda da sua luxuosa mansão em Belém, a miséria que semeou, vai c..gando umas sentenças da escola de São Tomaz, que no caso devia ser S.Tomez, apologista do  “Faz o que ele diz e não o que ele faz”, mas neste caso particular, é o “que ele fez”.
As suas incongruências, discursos bizarros, expressões faciais de sorriso sempre forçado ou variando entre o fácies do cidadão deliciado (como ele idiotamente refere como as vacas se sentem, quando as viu serem mugidas mecanicamente) e o sábio professor que “nunca se engana e raramente tem dúvidas”, devido ao facto de serem feitos em esforço e contranatura, tornam-se sistematicamente num esgar repulsivo.
Estes e outros sintomas, como seja o patológico cuidado com que se empenha na rigorosa execução do seu sempre requintado e absolutamente impecável nó da gravata, são características próprias de uma doença afectiva bipolar, ou merecedores de estudo psico-maníaco à responsabilidade dos especialistas.
Esta questão do nó da gravata é muito significativo e curiosamente nunca a vemos assinalada.
De tal modo, que já nos passou pela cabeça oferecer 100 euros a quem nos mostrar uma qualquer situação, tipo fotografia, vídeo, filme, ou até no Google na página das imagens do Cavacal presidente, onde se veja a mais pequena ruga, deformação ou vinco na geometria do trapézio que forma do nó da gravata, para além de um eventual e episódico acidente que faça aparecer um milímetro ou dois do colarinho, por cima do geométrico  e impecável nó de gravata.
Na expectativa que se reforçou com este 25 de Abril de que estamos em tempo de mudança acelerada, nada melhor para terminar em beleza e alimentarmos o sonho de Abril, que fortalecer o nosso sentido revolucionário com quatro vídeos que nos falam de um passado sempre presente, que nos exige que sejamos coerentes e no próximo dia 25 de Maio, nas Eleições Europeias, para alimentar a nossa esperança e demonstrar toda a nossa repulsa, 
VOTAR ÚTIL NA CDU, ATÉ PORQUE DELA FAZ PARTE O PARTIDO ECOLOGISTA “OS VERDES”, A ASSOCIAÇÃO DE INTERVENÇÃO DEMOCRÁTICA E O GLORIOSO, ESTE NÃO DEMAGÓGICO “SEGURO”…...
O PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS.









segunda-feira, 14 de abril de 2014

NO LIMITE DA DOR


ANA ARANHA…OS MEUS PARABENS!
O último programa da Antena 1, da série “NO LIMITE DA DOR”, contrariamente ao que é habitual, não foi protagonizado pelo testemunho pessoal das vítimas das torturas a que foram sujeitos os ex-presos da PIDE.
Em seu lugar teve lugar uma entrevista com a historiadora Dalila Mateus, que fez um depoimento comovente e emocionalmente arrasador, na descrição das torturas e sevícias a que foram sujeitos os chamados terroristas ou simples nativos, que até por vezes, pouco ou nada tinham a ver com a luta pela independência das nossas ex-colónias.
Aproveitamos desde já para esclarecer, um sentimento de culpa que desde há tempos nos apoquenta, em virtude de no penúltimo capítulo desta série, termos comentado neste Blogue e pretendido reproduzir na página do Facebook, “No Limite da dor”, um texto que escrevemos com o título “Um erro de Casting”, onde analisávamos de forma critica, o depoimento do ex-preso político angolano, Justino Pinto de Andrade e que pode ver AQUI.
Qualquer pessoa que se dê ao trabalho de reler o que escrevemos, rapidamente perceberá que só por incompreensão, ou deficiente justificação da nossa parte, a administração da página do Facebook, foi levada a censurar o nosso texto, retirando-o.
De qualquer modo, é nossa responsabilidade pedir desculpas sinceras aos leitores e administradores da página do Facebook”, na medida em que certamente por deficiência nossa, não explicarmos suficientemente bem o nosso ponto de vista.
Na ocasião considerámos a inclusão daquele depoimento, como uma excrescência, relativamente à filosofia do programa, que nos parecia ser dedicado a dar relevo à dimensão das sevícias a que tinham sido sujeitos os presos políticos.
No nosso entendimento, a inclusão daquele depoimento, roubava dramatismos à verdadeira odisseia por que tinham passado tantos e tantos desgraçados, cujo único crime tinha sido discordarem politicamente do salazarismo fascista e nessa perspetiva, era quase uma ofensa colocá-los no mesmo patamar de sofrimento.
Ao lamentar e criticar a inclusão daquele testemunho, onde tudo nele cheirava a conscientes privilégios e expressiva arrogância, tivemos em consideração o facto de nesse relato nada mais ser incluído, que o sofrimento causado por alguns anos de prisão e consequentemente falta de liberdade, que por sua natureza intrínseca, ela provoca.  
As sevícias que conhecidos, desconhecidos e amigos do peito sofreram, em comparação com o relato de Justino Pinto de Andrade, embora com total respeito pela provação a que foi sujeito, considerámos que; não só não era comparável, como o panorama prisional em que se viu envolvido, tinha um enquadramento completamente diferente, a ponto de ele próprio considerar que no Tarrafal, naquele tempo, havia um ambiente, como refere explicitamente…. “democrático”.   
Também não foi por falta de conhecimento, ou falta de respeito pelos tormentos por que passaram os negros das nossas ex-colónias, que considerámos presunçoso aquele depoimento.
Pelo contrário, bem sabemos que inúmeros casos existiram, bem mais bárbaros e perversos, dos que os que foram infligidos aos presos políticos portugueses, onde a morte com requintes de malvadez, era trivial.
Em abono da verdade, estamos convencidos que a autora do programa Ana Aranha, antes da entrevista, não fazia ideia que a conversa com Justino Pinto de Andrade, tivesse tão pouca substância e iria caracterizar-se de forma tão,,,digamos…ligeira.
Naquele caso específico, nada tinha havido digno de nota e muito menos de ser considerado perverso, como aconteceu com todos os outros entrevistados.
Consideramos igualmente, que por respeito com a personalidade em causa, não fosse possível posteriormente evitar de a publicar.
Isso não invalida a razão de considerarmos que foi uma escolha incorrecta, tendo em vista os exemplos já publicados e certamente os que se seguirão.
Matéria-prima de horror sob a responsabilidade da PIDE, não faltará!
Fundamentalmente foram estas as razões que encontramos para justificar o título que escolhêramos para o episódio de “Erro de casting”, tendo em vista quanto mais não fosse, o respeito pelas razões e dimensão do calvário dos anteriores entrevistados.
Felizmente a autora, deve ter-se apercebido da incongruência de misturar relatos tão diferenciados em circunstancialismos, motivações e sofrimento.
É nessa ordem de ideias que consideramos oportuno e absolutamente justificado o último episódio transmitido, com o pungente relato da historiadora Dalila Mateus, sobre o sofrimento a que foi sujeita a generalidade dos negros, apanhados pela PIDE, na repressão dos movimentos independentistas.
Aquele relato é de facto a real expressão da inimaginável selvajaria a que foram sujeitos os negros considerados terroristas, muitas vezes sem qualquer fundamento.
Mais do que com os portugueses, ali funcionou um profundo sentimento racista, aliado ao desprezo que a PIDE tinha pela vida humana, acrescentado ao clima provocado pela deformação fascista dos conceitos políticos e patrióticos, juntamente com a falsa e degenerada consciência dos torturadores, instintos sádicos, que teve como resultado em muitos e muitos casos, ultrapassar os limites dos já de si monstruosos suplícios, infligidos aos portugueses.
É esse relato dilacerante, que mexeu profundamente com a nossa sensibilidade e a que ninguém certamente ficará indiferente, que propomos que ouça o episódio do programa “No Limite da dor” com o doloroso relato da abnegada investigadora histórica Dalila Mateus e sobre ele reflita….como foi possível???

domingo, 13 de abril de 2014



AS PREMONIÇÕES DE NATÁLIA
"A nossa entrada (na CEE) vai provocar gravíssimos retrocessos no país, a Europa não é solidária com ninguém, explorar-nos-á miseravelmente como grande agiota que nunca deixou de ser. A sua vocação é ser colonialista".
"A sua influência (dos retornados) na sociedade portuguesa não vai sentir-se apenas agora, embora seja imensa. Vai dar-se sobretudo quando os seus filhos, hoje crianças, crescerem e tomarem o poder. Essa será uma geração bem preparada e determinada, sobretudo muito realista devido ao trauma da descolonização, que não compreendeu nem aceitou, nem esqueceu. Os genes de África estão nela para sempre, dando-lhe visões do país diferentes das nossas. Mais largas mas menos profundas. Isso levará os que desempenharem cargos de responsabilidade a cair na tentação de querer modificar-nos, por pulsões inconscientes de, sei lá, talvez vingança!"
"Portugal vai entrar num tempo de subcultura, de retrocesso cultural, como toda a Europa, todo o Ocidente".
"Mais de oitenta por cento do que fazemos não serve para nada. E ainda querem que trabalhemos mais. Para quê? Além disso, a produtividade hoje não depende já do esforço humano, mas da sofisticação tecnológica".
"Os neoliberais vão tentar destruir os sistemas sociais existentes, sobretudo os dirigidos aos idosos. Só me espanta que perante esta realidade ainda haja pessoas a pôr gente neste desgraçado mundo e votos neste reaccionário centrão".
"Há a cultura, a fé, o amor, a solidariedade. Que será, porém, de Portugal quando deixar de ter dirigentes que acreditem nestes valores?"
"As primeiras décadas do próximo milénio serão terríveis. Miséria, fome, corrupção, desemprego, violência, abater-se-ão aqui por muito tempo. A Comunidade Europeia vai ser um logro. O Serviço Nacional de Saúde, a maior conquista do 25 de Abril, e Estado Social e a independência nacional sofrerão gravíssimas rupturas. Abandonados, os idosos vão definhar, morrer, por falta de assistência e de comida. Espoliada, a classe média declinará, só haverá muito ricos e muito pobres. A indiferença que se observa ante, por exemplo, o desmoronar das cidades e o incêndio das florestas é uma antecipação disso, de outras derrocadas a vir"."