ANA ARANHA…OS MEUS PARABENS!
O último programa da Antena 1, da série “NO LIMITE DA DOR”,
contrariamente ao que é habitual, não foi protagonizado pelo testemunho pessoal
das vítimas das torturas a que foram sujeitos os ex-presos da PIDE.
Em seu lugar teve lugar uma entrevista com a historiadora Dalila Mateus, que fez um depoimento comovente e emocionalmente arrasador, na descrição das torturas e sevícias a que foram sujeitos os chamados terroristas ou simples nativos, que até por vezes, pouco ou nada tinham a ver com a luta pela independência das nossas ex-colónias.
Aproveitamos desde já para esclarecer, um sentimento de culpa que desde há tempos nos apoquenta, em virtude de no penúltimo capítulo desta série, termos comentado neste Blogue e pretendido reproduzir na página do Facebook, “No Limite da dor”, um texto que escrevemos com o título “Um erro de Casting”, onde analisávamos de forma critica, o depoimento do ex-preso político angolano, Justino Pinto de Andrade e que pode ver AQUI.
Qualquer pessoa que se dê ao trabalho de reler o que escrevemos, rapidamente perceberá que só por incompreensão, ou deficiente justificação da nossa parte, a administração da página do Facebook, foi levada a censurar o nosso texto, retirando-o.
De qualquer modo, é nossa responsabilidade pedir desculpas sinceras aos leitores e administradores da página do Facebook”, na medida em que certamente por deficiência nossa, não explicarmos suficientemente bem o nosso ponto de vista.
Na ocasião considerámos a inclusão daquele depoimento, como uma excrescência, relativamente à filosofia do programa, que nos parecia ser dedicado a dar relevo à dimensão das sevícias a que tinham sido sujeitos os presos políticos.
No nosso entendimento, a inclusão daquele depoimento, roubava dramatismos à verdadeira odisseia por que tinham passado tantos e tantos desgraçados, cujo único crime tinha sido discordarem politicamente do salazarismo fascista e nessa perspetiva, era quase uma ofensa colocá-los no mesmo patamar de sofrimento.
Ao lamentar e criticar a inclusão daquele testemunho, onde tudo nele cheirava a conscientes privilégios e expressiva arrogância, tivemos em consideração o facto de nesse relato nada mais ser incluído, que o sofrimento causado por alguns anos de prisão e consequentemente falta de liberdade, que por sua natureza intrínseca, ela provoca.
As sevícias que conhecidos, desconhecidos e amigos do peito sofreram, em comparação com o relato de Justino Pinto de Andrade, embora com total respeito pela provação a que foi sujeito, considerámos que; não só não era comparável, como o panorama prisional em que se viu envolvido, tinha um enquadramento completamente diferente, a ponto de ele próprio considerar que no Tarrafal, naquele tempo, havia um ambiente, como refere explicitamente…. “democrático”.
Também não foi por falta de conhecimento, ou falta de respeito pelos tormentos por que passaram os negros das nossas ex-colónias, que considerámos presunçoso aquele depoimento.
Pelo contrário, bem sabemos que inúmeros casos existiram, bem mais bárbaros e perversos, dos que os que foram infligidos aos presos políticos portugueses, onde a morte com requintes de malvadez, era trivial.
Em abono da verdade, estamos convencidos que a autora do programa Ana Aranha, antes da entrevista, não fazia ideia que a conversa com Justino Pinto de Andrade, tivesse tão pouca substância e iria caracterizar-se de forma tão,,,digamos…ligeira.
Em seu lugar teve lugar uma entrevista com a historiadora Dalila Mateus, que fez um depoimento comovente e emocionalmente arrasador, na descrição das torturas e sevícias a que foram sujeitos os chamados terroristas ou simples nativos, que até por vezes, pouco ou nada tinham a ver com a luta pela independência das nossas ex-colónias.
Aproveitamos desde já para esclarecer, um sentimento de culpa que desde há tempos nos apoquenta, em virtude de no penúltimo capítulo desta série, termos comentado neste Blogue e pretendido reproduzir na página do Facebook, “No Limite da dor”, um texto que escrevemos com o título “Um erro de Casting”, onde analisávamos de forma critica, o depoimento do ex-preso político angolano, Justino Pinto de Andrade e que pode ver AQUI.
Qualquer pessoa que se dê ao trabalho de reler o que escrevemos, rapidamente perceberá que só por incompreensão, ou deficiente justificação da nossa parte, a administração da página do Facebook, foi levada a censurar o nosso texto, retirando-o.
De qualquer modo, é nossa responsabilidade pedir desculpas sinceras aos leitores e administradores da página do Facebook”, na medida em que certamente por deficiência nossa, não explicarmos suficientemente bem o nosso ponto de vista.
Na ocasião considerámos a inclusão daquele depoimento, como uma excrescência, relativamente à filosofia do programa, que nos parecia ser dedicado a dar relevo à dimensão das sevícias a que tinham sido sujeitos os presos políticos.
No nosso entendimento, a inclusão daquele depoimento, roubava dramatismos à verdadeira odisseia por que tinham passado tantos e tantos desgraçados, cujo único crime tinha sido discordarem politicamente do salazarismo fascista e nessa perspetiva, era quase uma ofensa colocá-los no mesmo patamar de sofrimento.
Ao lamentar e criticar a inclusão daquele testemunho, onde tudo nele cheirava a conscientes privilégios e expressiva arrogância, tivemos em consideração o facto de nesse relato nada mais ser incluído, que o sofrimento causado por alguns anos de prisão e consequentemente falta de liberdade, que por sua natureza intrínseca, ela provoca.
As sevícias que conhecidos, desconhecidos e amigos do peito sofreram, em comparação com o relato de Justino Pinto de Andrade, embora com total respeito pela provação a que foi sujeito, considerámos que; não só não era comparável, como o panorama prisional em que se viu envolvido, tinha um enquadramento completamente diferente, a ponto de ele próprio considerar que no Tarrafal, naquele tempo, havia um ambiente, como refere explicitamente…. “democrático”.
Também não foi por falta de conhecimento, ou falta de respeito pelos tormentos por que passaram os negros das nossas ex-colónias, que considerámos presunçoso aquele depoimento.
Pelo contrário, bem sabemos que inúmeros casos existiram, bem mais bárbaros e perversos, dos que os que foram infligidos aos presos políticos portugueses, onde a morte com requintes de malvadez, era trivial.
Em abono da verdade, estamos convencidos que a autora do programa Ana Aranha, antes da entrevista, não fazia ideia que a conversa com Justino Pinto de Andrade, tivesse tão pouca substância e iria caracterizar-se de forma tão,,,digamos…ligeira.
Naquele caso específico, nada tinha havido digno de nota e
muito menos de ser considerado perverso, como aconteceu com todos os outros
entrevistados.
Consideramos igualmente, que por respeito com a personalidade em causa, não fosse possível posteriormente evitar de a publicar.
Isso não invalida a razão de considerarmos que foi uma escolha incorrecta, tendo em vista os exemplos já publicados e certamente os que se seguirão.
Matéria-prima de horror sob a responsabilidade da PIDE, não faltará!
Consideramos igualmente, que por respeito com a personalidade em causa, não fosse possível posteriormente evitar de a publicar.
Isso não invalida a razão de considerarmos que foi uma escolha incorrecta, tendo em vista os exemplos já publicados e certamente os que se seguirão.
Matéria-prima de horror sob a responsabilidade da PIDE, não faltará!
Fundamentalmente foram estas as razões que encontramos para
justificar o título que escolhêramos para o episódio de “Erro de casting”, tendo
em vista quanto mais não fosse, o respeito pelas razões e dimensão do calvário
dos anteriores entrevistados.
Felizmente a autora, deve ter-se apercebido da incongruência de misturar relatos tão diferenciados em circunstancialismos, motivações e sofrimento.
É nessa ordem de ideias que consideramos oportuno e absolutamente justificado o último episódio transmitido, com o pungente relato da historiadora Dalila Mateus, sobre o sofrimento a que foi sujeita a generalidade dos negros, apanhados pela PIDE, na repressão dos movimentos independentistas.
Aquele relato é de facto a real expressão da inimaginável selvajaria a que foram sujeitos os negros considerados terroristas, muitas vezes sem qualquer fundamento.
Mais do que com os portugueses, ali funcionou um profundo sentimento racista, aliado ao desprezo que a PIDE tinha pela vida humana, acrescentado ao clima provocado pela deformação fascista dos conceitos políticos e patrióticos, juntamente com a falsa e degenerada consciência dos torturadores, instintos sádicos, que teve como resultado em muitos e muitos casos, ultrapassar os limites dos já de si monstruosos suplícios, infligidos aos portugueses.
É esse relato dilacerante, que mexeu profundamente com a nossa sensibilidade e a que ninguém certamente ficará indiferente, que propomos que ouça o episódio do programa “No Limite da dor” com o doloroso relato da abnegada investigadora histórica Dalila Mateus e sobre ele reflita….como foi possível???
Felizmente a autora, deve ter-se apercebido da incongruência de misturar relatos tão diferenciados em circunstancialismos, motivações e sofrimento.
É nessa ordem de ideias que consideramos oportuno e absolutamente justificado o último episódio transmitido, com o pungente relato da historiadora Dalila Mateus, sobre o sofrimento a que foi sujeita a generalidade dos negros, apanhados pela PIDE, na repressão dos movimentos independentistas.
Aquele relato é de facto a real expressão da inimaginável selvajaria a que foram sujeitos os negros considerados terroristas, muitas vezes sem qualquer fundamento.
Mais do que com os portugueses, ali funcionou um profundo sentimento racista, aliado ao desprezo que a PIDE tinha pela vida humana, acrescentado ao clima provocado pela deformação fascista dos conceitos políticos e patrióticos, juntamente com a falsa e degenerada consciência dos torturadores, instintos sádicos, que teve como resultado em muitos e muitos casos, ultrapassar os limites dos já de si monstruosos suplícios, infligidos aos portugueses.
É esse relato dilacerante, que mexeu profundamente com a nossa sensibilidade e a que ninguém certamente ficará indiferente, que propomos que ouça o episódio do programa “No Limite da dor” com o doloroso relato da abnegada investigadora histórica Dalila Mateus e sobre ele reflita….como foi possível???
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