A única coisa que tem a certeza, é de que a crise de que ouvem falar e cujas consequências estão a sofrer há muito, não tem a mínima culpa.
Resta-nos propor, que em imaginação ultrapassem as obscenas dificuldades por que estão a passar e aproveitem este “power point” para facilitar a fantasia.
No fim acordamo-lo com uma solução, adequada á triste realidade a que os incompetentes, ladrões e corruptos, que têm dominado este desgraçado país, estão a reservar aos trabalhadores.
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CARLOS PAREDES
UMA SAUDADE, UM AMIGO, UMA MEMÓRIA…
“Amigos de há muitos anos, quantas vezes nos encontrámos nos mesmos espectáculos, actuando para o mesmo público…
Um dia António Vitorino d’Almeida sugeriu que tocássemos juntos. Eu, improvisando a minha parte e Vitorino d’Almeida improvisando a sua.
Assim fizemos várias vezes recusando a escolha prévia de temas ou sequências. Procuravamos, sobretudo, atingir a maior espontaneidade possível…”
Carlos Paredes
É a história deste “Um dia António Vitorino d’Almeida sugeriu que tocássemos juntos”, de que fomos o principal responsável, que nos propomos contar.
Consequência da natural modéstia que lhe estava na massa do sangue, Carlos Paredes achou que naquele ano (creio que 1985), não iria tocar no palco nº 1 da Festa do Avante, embora para isso tenha sido solicitado.
Quando nós tivemos conhecimento e lhe perguntámos a razão, respondeu com a humildade que o caracterizava “ As pessoas estão fartas de me ouvir”.
Nesse ano, como nós éramos responsáveis pela programação de alguns dos outros palcos da Festa do Avante e tínhamos concebido um programa especial sobre o fado, conseguimos convencê-lo a participar, com o argumento de que falar da história do fado, sem falar do seu pai Artur Paredes, não fazia sentido.
O argumento resultou e ficou assente a sua colaboração no palco do Comité Local.
No dia em que devia actuar, foi com bastante antecedência para os camarins para “aquecer”.
Nesse entretempo, aparece Ruben de Carvalho, responsável da programação do palco principal, preocupado com o atraso de António Victorino d’Almeida, que ali devia actuar dentro de poucos minutos.
Sabendo que o Carlos Paredes tinha uma actuação planeada neste outro palco, veio pedir-lhe o favor de ir para o palco principal, substituir o Vitorino d’Almeida.
O pedido era irrecusável para o militante Carlos Paredes, e como tarefa, lá se encaminhou para o palco principal, para a cumprir.
Quando precisamente estávamos a chegar, aparece o afogueado António Vitorino d’Almeida, pedindo desculpa do atraso.
Quando se apercebeu que ia ser substituído pelo Carlos Paredes, pediu-lhe como amigo de longa data, que fosse actuar com ele.
Os “IMPROVISOS” iam nascer!!!
Na excitação do momento que sabíamos ir viver, corremos para o responsável do som e pedimos para a fazer a gravação uma cassete, daquele que adivinhávamos ir ser um momento histórico.
E foi de facto um momento inesquecível
O único senão, que nos causou um grande desgosto, foi a cassete, por um problema com o cabo de retorno, não ter sido gravada.
As gravações em disco e os próprios espectáculos, que na sequência dessa gloriosa experiência tiveram lugar por estes dois incomparáveis artistas, nunca como naquele dia, correram tão bem, como mais tarde me confessou, o nosso querido e sempre recordado Carlos Paredes.
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