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sábado, 28 de novembro de 2009


O DUBAI E A CRISE INTERNACIONAL

Acordámos com a notícia que o principal grupo de construção civil do Dubai, conglomerado estatal “Dubai World”, tinha pedido aos seus credores um adiamento de 6 meses para satisfazer os pagamentos que lhe eram devidos nesta altura.
A coisa não é de menos, pois 58 mil milhões de dólares, não se arranjam do pé para a mão.
Consta que a Arábia Saudita, o Kuwait e o Catar não irão agir para socorrer o Dubai e daí o alarme que as Bolsas Mundiais reflectiram, com quedas da ordem dos 2 a 4 por cento.
Muitos dos investidores especuladores e desempregados que perdem o visto de trabalho, estão a fugir às dezenas de milhar, com medo de serem presos por incumprimento, visto não poderem pagar as dívidas que assumiram, durante o “boom” especulativo em que o Dubai se tinha transformado, com crescimento na ordem dos 170 %, nos últimos 6 anos.
Nos parques de estacionamento do aeroporto já estão mais de 3.000 carros abandonados por pessoas que fugiram por não terem trabalho nem possibilidades de pagar as suas dívidas, chegando ao ponto de deixarem os cartões de crédito com o limite totalmente esgotado e pedidos de desculpas fixados nos pára-brisas.
O governo vê-se obrigado a recusar mais de 1.500 vistos de trabalho, diariamente.
Agora já os trabalhadores estrangeiros que são as principais vítimas desta crise, vão reconhecendo que o Dubai é uma fraude monumental.
Embora saibamos que tudo quanto é intermediação de negócios, continua a fazer do Dubai o seu paraíso fiscal, é preciso não esquecer que também a sua zona franca é por excelência, uma placa rotativa para as mercadorias vindas do Oriente, tal como a Coreia, Singapura, Hong Kong etc., o que proporciona não só uma generalizada fuga aos impostos, como igualmente se torna um dos locais local privilegiados, para o branqueamento de capitais.
Outro importante aspecto a ter em consideração para justificar a gravíssima crise por que passa o Dubai, deriva não só da efectiva crise internacional, como também da específica vocação que este território tinha, para a especulação imobiliária, derivada do facto de se ter tornado um paraíso para todos os ricalhaços deste mundo.
Esta actividade fez com o metro quadrado de terreno neste emirato, atingisse preços inimagináveis, bastando dizer que na zona do Jumeirah, cada metro quadrado do terreno chegou a valer 3 e 4 mil dólares.
Hoje, a acrescentar a todos os factores já referidos há que juntar um outro que derivada dos rumores que correm sobre o afundamento das ilhas artificiais que foram criadas, tal como a celebre “Palmeira Jumeirah”, onde para alem deste fenómeno, dizem que quando se abrem as torneiras….. só saem baratas.
Este epifenómeno, está a transformar este autêntico cartão-de-visita do Dubai, numa dor de cabeça para quem investiu na compra de todos aqueles milhares e milhares de mansões e luxuosas vivendas.
O mesmo estará a acontecer no igualmente célebre conjunto de ilhas artificiais “The World”.
Guardemos por enquanto os maus presságios, porque como é habitual nas grandes crises, tudo se há-de resolver para os grandes capitalistas.
As máquinas de fazer dólares trabalham umas horitas extraordinárias e pronto.
Depois, é só pôr o resto do mundo que trabalha e produz a pagar!!!

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