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terça-feira, 22 de março de 2016


CUBA E A VIAGEM DO PRESIDENTE OBAMA

A coqueluche de momento da nossa comunicação social, é a visita a Cuba de Barack Obama, presidente dos Estados Unidos.
Eu ponho à vossa reflexão a seguinte questão:
Suponham que há um país, neste caso Cuba, sujeito a um bloqueio total, onde o agressor, por força das pressões internacionais, ao fim de dezenas de anos,  finge estar a aliviar a pressão e passa a autorizar os seus cidadãos a fazer turismo naquela ilha  não exclusivamente em grupo, com programas muito bem definidos e limitados, e cuja autorização prévia necessitava de uma autorização muito especial, cheia de condicionamentos e garantias e passem a poder fazer viagens individuais, desde que obedeçam oficialmente às seguintes regras:
Qualquer cidadãonorte-americano, pode legalmente viajar até Cuba, desde que “esteja envolvido num programa de tempo integral, em atividades de intercâmbio educacional para melhorar o contato com o povo cubano, o apoio a sociedade civil e promover a independência do povo cubano  das autoridades do seu país ".
Pois é!!! Esta “liberdade” foi decretada poucos dias antes da viagem a Cuba de Barack Obama, a título de ser um “avanço”, na sequência das negociações em curso que visam “normalizar” as relações entre os dois países.
Maravilha!!!
sto são os Estados Unidos da América no seu melhor!!!
O país da “democracia”, sente-se no direito de promover oficialmente a sabotagem de um governo estrangeiro, passando a facilitar a viagem individual dos seus cidadãos, na condição explicita de agir como quinta coluna, no sentido de promover o derrube do governo instituído.
Neste caso, um governo e um regime, que curiosamente existe, por força de uma Revolução que foi feita exactamente para se libertar o seu povo da escravidão a que durante séculos os mesmos tinham sujeitado.
De facto os norte-americanos devem ter sentido uma falta danada do prostíbulo que Cuba sempre fora para eles e não encontram alternativa para as belas farras que por lá se faziam e onde se ia até pelo prazer de comer uma simples sandwich, gozar as delícias da praia do Varadero e seus os resorts ou qualquer uma das 300 praias de areia branca, águas quentes e cristalinas, ou então gastar uns dólares nos casinos, escolher uma bela mulher para passar a noite e onde tudo se passava sobre o controle daquele “el dourado” das mafias norte-americanas, onde era rei, o famoso Al Capone.
Depois das mais de 600 tentativas para assassinar Fidel Castro e de um bárbaro bloqueio que dura há mais de 54 anos, decide-se alterar a estratégia e vai-se tentar com falinhas mansas, utilizando o canto de sereia do valor simbólico da família, em que a do próprio Obama serve de interprete, numa nova fase de hipócrita pacificação, tentando maliciosamente ultrapassar as dificuldades que notoriamente tem tido, para domar aquele povo, aquela Revolução.
Na realidade esta nova e artificiosa abordagem, camuflada de simpatia e desejo aparente de pacificação, é gato escondido com o rabo de fora.
De facto, a falha que constituiu o desencontro de diretrizes entre organismos oficiais, ao não terem em conta o necessário secretismo das viagens individuais de sabotagem, que tal orientação impunha, foi consequência da habitual arrogância de potência hegemónica, do posso mando e quero a que estão habituados e felizmente, redundou na clarificação das reais intenções do governo dos Estados Unidos.
Há males que vêm por bem e neste caso, esta denúncia, é um toque a rebate para quem esteja mais desatento ou propenso a acreditar nas boas intenções dos Obamas e Companhia.
Dá ideia que se estão a esquecer que defrontam um povo, que não tem a memória curta e de forma exemplar, defende tenazmente a sua dignidade e independência, sacrificando para tanto o supérfluo de uma sociedade de consumo, pelo essencial de uma sobrevivência solidária e fraterna.
A expressão mais genuína dessa solidariedade pode verificar-se no seu excepcional serviço de saúde, não só pela assistência total que dá aos seus cidadãos, como também pela formidável ajuda que dá a numerosos países mantendo, entretanto, no seu próprio país, o maior numero de médicos por habitante em todo o mundo.
Esta realidade assume foros de uma verdadeira epopeia se tivermos em consideração que no advento da Revolução Cubana restavam somente 3.000 médicos, porque os outros mais de 3.000, tinham abandonado Cuba, aliciados pelo governo de Eisenhower com condições financeiras excepcionais, no sentido de debilitar a Revolução, que estava a dar os seus primeiros passos.
Hoje nas suas 24 faculdades de medicina, onde se presta um ensino da mais elevada categoria, internacionalmente reconhecida, formam-se em média mais de 11.000 médicos anualmente, em que mais de metade têm origem em cerca de 60 paises da América Latina, África, Ásia e até mesmo dos Estados Unidos.
Enquanto estudantes, recebem uma bolsa integral e uma pequena remuneração. Apesar disso, quando terminam os cursos, não são obrigados a pagar seja o que for à instituição onde estudaram.
É este exemplo de solidariedade humana, que perturba o esquema de exploração capitalista e justifica o ódio de estimação, que o Capitalismo dedica a Cuba e ao seu povo revolucionário, desde o deflagrar tímido da epopeia de Fidel Castro na Serra Maestra, à gloriosa e triunfal marcha sobre Havana, que expulsou definitivamente Batista e os seus correligionários do poder e iniciou o processo revolucionário.
Para testemunhar muito do que foi dito sobre a saúde em Cuba, temos por felicidade um testemunho no documentário feito pelo realizador norte-americano Michael Moore no filme “SICKO”.
Este mostra na sua parte final o que se passa em Cuba no capítulo da saúde e pode ser visto neste pequeno vídeo, que é um excerto do referido filme.
 
https://www.youtube.com/watch?v=OmamoSRyWB8

Se estiver interessado em saber como são os serviços de saúde nos Estados Unidos, Canadá, França e Inglaterra, pode ver o vídeo do filme na sua totalidade, legendado em português e dura cerca de 2 horas.

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