A grave crise económica e financeira mundial
A crise económica e financeira actual, é muitíssimo grave. Na realidade, esta crise é muito mais grave do que as instâncias oficiais e os “média”, querem fazer crer.
Os Estados Unidos da América, o dólar e a questão do petróleo, estão a arrastar a economia mundial para uma das mais graves crises por que passou o sistema capitalista.
A razão de fundo deste problema está no facto de há muito os Estados Unidos estarem a viver acima das suas possibilidades.
A questão dos “subprime” foi apenas o detonador.
Os “subprimes” são créditos hipotecários, que serviram á banca dos Estados Unidos quando tinha excesso de liquidez, para aliciar milhões de famílias americanas, oferecendo baixíssimas taxas de juro e reembolsos de longo prazo e muito pouco significativos, no inicio. Estas condições eram oferecidas até a clientes, quase insolventes
Compraram-se casas, carros, barcos e tudo aquilo que se desejava, num autêntico regabofe. Posteriormente com o progressivo aumento dos juros, associado às cláusulas de variabilidade e indexação que cobriam esses empréstimos, originaram a falência da imensa maioria dos endividados.
Outro dado significativo, para se compreender a natureza desta crise, prende-se com o seguinte:
Em consequência da 2ª Guerra Mundial, quando a libra inglesa deixou de ser a moeda de referência, os Estados Unidos da América, com o peso do seu enorme potencial económico, a sua gigantesca indústria transformadora, as enormes reservas de ouro existentes no Fort Knox, juntamente como facto de ser credor de todo o mundo, conseguem no chamado Acordo de Bretton Woods, estabelecer o dólar como moeda de Reserva Mundial.
No pós-guerra, ao abrigo do “Plano Marshall”, inunda a Europa com os chamados “euro-dólares”, a fim de financiar a sua recuperação.
Paralelamente, os países árabes acordaram que o dólar fosse a moeda suporte do mercado do petróleo, nascendo assim o “petro-dolar” .
Uma parte do petróleo e a totalidade da sua indústria transformadora, eram propriedade exclusiva das Multinacionais e do grande capital financeiro, representado pelos Bancos.
O conjunto destes dois factores económicos /financeiros, produziu uma enorme liquidez na Banca americana que mais se acentuou, após o aumento vertiginoso do petróleo que se verificou a partir de 1973.
Para aplicar esses excedentes e aproveitando o facto de países de África, América Latina e Ásia, que se terem tornado independentes e estarem carentes de capital para se desenvolverem, o Banco Mundial e o FMI propunham empréstimos com juros muito baixos e atraentes condições de pagamento.
Subjacentes a esses empréstimos estavam sempre cláusulas de variabilidade e indexação.
Essas cláusulas, quando foram aumentados os juros para sustentar o valor do dólar, passaram absorver a maior parte das receitas desses países.
Este fenómeno, particularmente grave, está na origem das dificuldades que esses países atravessam, em virtude da violentíssima escalada das taxas dos juros, impostas pelo Banco Mundial, o FMI ou Bancos Centrais.
Hoje, muitos desses países socorrem-se de novos e leoninos empréstimos, somente para reembolsarem esses empréstimos, em consequência dos quais estão reduzidos á fome e á miséria milhões de pessoas.
É evidente que a dimensão planetária desta exploração vai criar problemas sociais de natureza, dimensão e consequências, imprevisíveis.
Em 15 de Agosto de 1971, o então presidente Nixon suspendeu unilateralmente o Acordo de Breton Woods, o que quer dizer que, a partir daí, a Reserva Federal Americana passou a poder resolver o problema da liquidez, socorrendo-se da emissão de dólares, sem se preocupar com a respectiva cobertura em ouro.
Outra questão fundamental para explicar a crise que estamos a viver, tem a sua génese nas consequências do gigantesco comércio com os países asiáticos. Este fenómeno tem provocado reservas de dólares tão desmedidas, que países como a China, Japão, e as economias emergente do sueste asiático, nomeadamente Singapura, Hong Kong, Coreia do Sul, e até mesmo a Formosa, para evitar o superavit de dólares, se viram na necessidade de tomar medidas correctivas, a principal das quais, visando não prejudicar as exportações, utiliza o artificio de devolver á América os dólares, em troca de obrigações de tesouro, ficando como credores dessas gigantescas verbas
Se por hipótese, os bancos centrais asiáticos deixassem nesta altura de aceitar a moeda americana, esta cairia subitamente no mínimo 50 %, podendo até provocar o colapso dessa moeda e o fim do consumismo americano, com consequências sociais incalculáveis para os países exportadores e por arrasto para o resto do mundo.
Nestas circunstâncias levanta-se uma dúvida: até quando será possível prolongar esta situação?
Nos próximos anos o dólar vai continuar a cair e se a Reserva Federal Americana decidir subir as taxas de juro, mas se o fizer com demasiada rapidez, a economia americana entra em recessão.
Se mantiver as taxas de juro baixas, a inflação subirá a níveis incontroláveis.
Não menos preocupante, é saber até que ponto os Bancos Centrais terão capacidade e vontade de ajudar os americanos a saírem do sarilho em que estão metidos e a meter o resto do mundo.
Não há duvida que esse artifício ajuda a dificultar a faculdade que a Reserva Federal Americana tem de transformar quase indiscriminadamente, papel, em mercadorias e serviços.
Simbolicamente, poderíamos comparar esta situação, com a de um indivíduo que não tem emprego ou dependendo da produção de outros , para pagar as suas dividas, dê como garantia de pagamento o dinheiro que irá ganhar no casino.
As questões ligadas ao petróleo, também estão muito complicadas e são a outra face do problema.
Até há pouco, a versão oficial das razões que justificaram os Estados Unidos e a Inglaterra para invadir o Iraque, era a necessidade segundo uns, tirar Sadam Hussein do poder por ele ser um criminoso tirano, segundo outros, para se poderem apoderar do petróleo iraquiano.
Havia uma terceira versão que justificava a invasão, não por qualquer das razões atrás citadas, mas pelo facto de Sadam Hussein tencionarir criar uma Bolsa do Petróleo, para obrigar o seu pagamento não em dólares, como até aí, mas em euros e noutras moedas.
O tempo está a justificar que esta, de facto, foi a verdadeira razão e clarifica a facilidade com que uma medida destas, que apesar de ter sido tão condenada internacionalmente, aliciou os governos dos principais países capitalistas a acompanhar os americanos nesta monstruosa aventura.
São também as mesmíssimas razões que levaram o governo americano a considerar o Irão como fazendo parte do ”Eixo do Mal”, desencadeando uma terrível campanha contra este pais, com a falsa argumentação de que estão a fabricar a bomba atómica.
Os Estados Unidos procederam assim, para em desespero de causa, tentar evitar o desenvolvimento dessa medida, cujas consequências estão a levar o mundo capitalista a uma crise, que é certamente a maior que tiveram em toda a história da humanidade.
O problema agora é que não só o Irão criou mesmo a Bolsa do Petróleo e diversificou a moeda de pagamento, como também a Rússia já exige o pagamento do petróleo e do gás, em rublos.
Segue-se a OPEP (Organização dos Países Exportadores do Petróleo), a Venezuela, Indonésia e a própria super aliada dos Estados Unidos, a Arábia Saudita, que também já falam em exigir o pagamento do petróleo em Euros.
Os problemas do dólar não se ficam por aqui. A situação é tão grave, que se calcula que para os americanos poderem manter o seu estilo vida, são necessários 75% das poupanças de todo o mundo e dois biliões diários, para financiar o seu deficit.
Se atendermos que a China, a Rússia e a Índia, já começaram a diversificar também as reservas para Euros e metais preciosos e que as maiorias dos Bancos Centrais está sem liquidez, podemos concluir que definitivamente o dólar como moeda de referência está condenado.
O melhor sinal dessa realidade é verificar o desvio que o capital financeiro está a fazer na direcção do investimento em matérias-primas, tais como petróleo, cobre, café, cereais, etc.
O ouro que em 1970 valia 40 dólares a onça já está a mais de 1000 dólares a onça
Os grandes representantes do capital/financeiro, entre os quais George Soros, Warren Buffet (actualmente o homem mais rico do mundo) tem avisado sobre a queda do dólar e todos os seus investimentos são feitos tendo isso em conta, segundo afirmam.
Warren Buffet, confessou que com 72 anos nunca tinha negociado moeda. Resolveu faze-lo em 2003 e investiu 9 biliões de dólares em divisas estrangeiras. No primeiro semestre de 2004 ganhou 10 biliões de dólares, o que o tornou o homem mais rico do mundo, destronando o Bill Gates que tradicionalmente era o mais rico, segundo a revista Forbes.
Não queria terminar sem a conclusão lógica e talvez profética, que está aberta a Caixa de Pandora, que irá desenhar o futuro dos nossos filhos e netos.
Talvez esteja chegado o tempo das populações poderem construir aquele futuro que salvaguarde a sobrevivência da espécie humana, e corresponda finalmente ao estágio de evolução natural, em que a exploração do homem pelo homem, seja um pesadelo na memória do passado.
Os Estados Unidos da América, o dólar e a questão do petróleo, estão a arrastar a economia mundial para uma das mais graves crises por que passou o sistema capitalista.
A razão de fundo deste problema está no facto de há muito os Estados Unidos estarem a viver acima das suas possibilidades.
A questão dos “subprime” foi apenas o detonador.
Os “subprimes” são créditos hipotecários, que serviram á banca dos Estados Unidos quando tinha excesso de liquidez, para aliciar milhões de famílias americanas, oferecendo baixíssimas taxas de juro e reembolsos de longo prazo e muito pouco significativos, no inicio. Estas condições eram oferecidas até a clientes, quase insolventes
Compraram-se casas, carros, barcos e tudo aquilo que se desejava, num autêntico regabofe. Posteriormente com o progressivo aumento dos juros, associado às cláusulas de variabilidade e indexação que cobriam esses empréstimos, originaram a falência da imensa maioria dos endividados.
Outro dado significativo, para se compreender a natureza desta crise, prende-se com o seguinte:
Em consequência da 2ª Guerra Mundial, quando a libra inglesa deixou de ser a moeda de referência, os Estados Unidos da América, com o peso do seu enorme potencial económico, a sua gigantesca indústria transformadora, as enormes reservas de ouro existentes no Fort Knox, juntamente como facto de ser credor de todo o mundo, conseguem no chamado Acordo de Bretton Woods, estabelecer o dólar como moeda de Reserva Mundial.
No pós-guerra, ao abrigo do “Plano Marshall”, inunda a Europa com os chamados “euro-dólares”, a fim de financiar a sua recuperação.
Paralelamente, os países árabes acordaram que o dólar fosse a moeda suporte do mercado do petróleo, nascendo assim o “petro-dolar” .
Uma parte do petróleo e a totalidade da sua indústria transformadora, eram propriedade exclusiva das Multinacionais e do grande capital financeiro, representado pelos Bancos.
O conjunto destes dois factores económicos /financeiros, produziu uma enorme liquidez na Banca americana que mais se acentuou, após o aumento vertiginoso do petróleo que se verificou a partir de 1973.
Para aplicar esses excedentes e aproveitando o facto de países de África, América Latina e Ásia, que se terem tornado independentes e estarem carentes de capital para se desenvolverem, o Banco Mundial e o FMI propunham empréstimos com juros muito baixos e atraentes condições de pagamento.
Subjacentes a esses empréstimos estavam sempre cláusulas de variabilidade e indexação.
Essas cláusulas, quando foram aumentados os juros para sustentar o valor do dólar, passaram absorver a maior parte das receitas desses países.
Este fenómeno, particularmente grave, está na origem das dificuldades que esses países atravessam, em virtude da violentíssima escalada das taxas dos juros, impostas pelo Banco Mundial, o FMI ou Bancos Centrais.
Hoje, muitos desses países socorrem-se de novos e leoninos empréstimos, somente para reembolsarem esses empréstimos, em consequência dos quais estão reduzidos á fome e á miséria milhões de pessoas.
É evidente que a dimensão planetária desta exploração vai criar problemas sociais de natureza, dimensão e consequências, imprevisíveis.
Em 15 de Agosto de 1971, o então presidente Nixon suspendeu unilateralmente o Acordo de Breton Woods, o que quer dizer que, a partir daí, a Reserva Federal Americana passou a poder resolver o problema da liquidez, socorrendo-se da emissão de dólares, sem se preocupar com a respectiva cobertura em ouro.
Outra questão fundamental para explicar a crise que estamos a viver, tem a sua génese nas consequências do gigantesco comércio com os países asiáticos. Este fenómeno tem provocado reservas de dólares tão desmedidas, que países como a China, Japão, e as economias emergente do sueste asiático, nomeadamente Singapura, Hong Kong, Coreia do Sul, e até mesmo a Formosa, para evitar o superavit de dólares, se viram na necessidade de tomar medidas correctivas, a principal das quais, visando não prejudicar as exportações, utiliza o artificio de devolver á América os dólares, em troca de obrigações de tesouro, ficando como credores dessas gigantescas verbas
Se por hipótese, os bancos centrais asiáticos deixassem nesta altura de aceitar a moeda americana, esta cairia subitamente no mínimo 50 %, podendo até provocar o colapso dessa moeda e o fim do consumismo americano, com consequências sociais incalculáveis para os países exportadores e por arrasto para o resto do mundo.
Nestas circunstâncias levanta-se uma dúvida: até quando será possível prolongar esta situação?
Nos próximos anos o dólar vai continuar a cair e se a Reserva Federal Americana decidir subir as taxas de juro, mas se o fizer com demasiada rapidez, a economia americana entra em recessão.
Se mantiver as taxas de juro baixas, a inflação subirá a níveis incontroláveis.
Não menos preocupante, é saber até que ponto os Bancos Centrais terão capacidade e vontade de ajudar os americanos a saírem do sarilho em que estão metidos e a meter o resto do mundo.
Não há duvida que esse artifício ajuda a dificultar a faculdade que a Reserva Federal Americana tem de transformar quase indiscriminadamente, papel, em mercadorias e serviços.
Simbolicamente, poderíamos comparar esta situação, com a de um indivíduo que não tem emprego ou dependendo da produção de outros , para pagar as suas dividas, dê como garantia de pagamento o dinheiro que irá ganhar no casino.
As questões ligadas ao petróleo, também estão muito complicadas e são a outra face do problema.
Até há pouco, a versão oficial das razões que justificaram os Estados Unidos e a Inglaterra para invadir o Iraque, era a necessidade segundo uns, tirar Sadam Hussein do poder por ele ser um criminoso tirano, segundo outros, para se poderem apoderar do petróleo iraquiano.
Havia uma terceira versão que justificava a invasão, não por qualquer das razões atrás citadas, mas pelo facto de Sadam Hussein tencionarir criar uma Bolsa do Petróleo, para obrigar o seu pagamento não em dólares, como até aí, mas em euros e noutras moedas.
O tempo está a justificar que esta, de facto, foi a verdadeira razão e clarifica a facilidade com que uma medida destas, que apesar de ter sido tão condenada internacionalmente, aliciou os governos dos principais países capitalistas a acompanhar os americanos nesta monstruosa aventura.
São também as mesmíssimas razões que levaram o governo americano a considerar o Irão como fazendo parte do ”Eixo do Mal”, desencadeando uma terrível campanha contra este pais, com a falsa argumentação de que estão a fabricar a bomba atómica.
Os Estados Unidos procederam assim, para em desespero de causa, tentar evitar o desenvolvimento dessa medida, cujas consequências estão a levar o mundo capitalista a uma crise, que é certamente a maior que tiveram em toda a história da humanidade.
O problema agora é que não só o Irão criou mesmo a Bolsa do Petróleo e diversificou a moeda de pagamento, como também a Rússia já exige o pagamento do petróleo e do gás, em rublos.
Segue-se a OPEP (Organização dos Países Exportadores do Petróleo), a Venezuela, Indonésia e a própria super aliada dos Estados Unidos, a Arábia Saudita, que também já falam em exigir o pagamento do petróleo em Euros.
Os problemas do dólar não se ficam por aqui. A situação é tão grave, que se calcula que para os americanos poderem manter o seu estilo vida, são necessários 75% das poupanças de todo o mundo e dois biliões diários, para financiar o seu deficit.
Se atendermos que a China, a Rússia e a Índia, já começaram a diversificar também as reservas para Euros e metais preciosos e que as maiorias dos Bancos Centrais está sem liquidez, podemos concluir que definitivamente o dólar como moeda de referência está condenado.
O melhor sinal dessa realidade é verificar o desvio que o capital financeiro está a fazer na direcção do investimento em matérias-primas, tais como petróleo, cobre, café, cereais, etc.
O ouro que em 1970 valia 40 dólares a onça já está a mais de 1000 dólares a onça
Os grandes representantes do capital/financeiro, entre os quais George Soros, Warren Buffet (actualmente o homem mais rico do mundo) tem avisado sobre a queda do dólar e todos os seus investimentos são feitos tendo isso em conta, segundo afirmam.
Warren Buffet, confessou que com 72 anos nunca tinha negociado moeda. Resolveu faze-lo em 2003 e investiu 9 biliões de dólares em divisas estrangeiras. No primeiro semestre de 2004 ganhou 10 biliões de dólares, o que o tornou o homem mais rico do mundo, destronando o Bill Gates que tradicionalmente era o mais rico, segundo a revista Forbes.
Não queria terminar sem a conclusão lógica e talvez profética, que está aberta a Caixa de Pandora, que irá desenhar o futuro dos nossos filhos e netos.
Talvez esteja chegado o tempo das populações poderem construir aquele futuro que salvaguarde a sobrevivência da espécie humana, e corresponda finalmente ao estágio de evolução natural, em que a exploração do homem pelo homem, seja um pesadelo na memória do passado.
Sem comentários:
Enviar um comentário