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domingo, 25 de maio de 2008

QUAL A SEVERIDADE DA CRISE ECONÓMICA?


Sob este titulo a revista marxista norte-americana Monthly Review faz uma análise da gravíssima crise do capitalismo a que estamos a assistir e da qual apresentamos alguns extractos da tradução publicada em http://www.odiario.info/index.php
“A economia estadunidense caiu em recessão em Janeiro passado" ("O mercado de trabalho sugere que já começou a recessão"). O crescimento económico global, como um todo, espera-se que decline acentuadamente este ano.”
“Qual a severidade da crise económica?”
“A resposta concreta ninguém sabe realmente. Alguns, acreditando que podemos estar a caminho de um colapso económico total, sublinham os perigos sem precedentes associados a um sistema financeiro que desenvolveu novos e complexos veículos de investimento para além da compreensão das pessoas.”
“Com dezenas de milhões de milhões (trillions) de dólares nominais, só em credit default swaps (CDSs) em circulação — sem mencionar outros créditos derivativos e instrumentos financeiros — este sistema de finanças sombras tornou-se massivo, opaco e imprevisível.”
“Com uma recessão em desenvolvimento e com a estabilidade do dólar cada vez mais comprometida, uma dissolução financeira e um colapso económico mundial de proporções que marcam uma época são minimamnte imagináveis.”
“O FED, juntamente com os bancos centrais dos outros países capitalistas desenvolvidos, têm estado a alargar rapidamente seu papel de financiadores de último recurso, emprestando centenas de milhar de milhões de dólares em títulos governamentais, enquanto recebem como garantias títulos baseados em hipotecas para as quais não há mercado.”
“A mensagem para os mercados financeiros é clara: as vastas perdas iminentes, que de outra forma recairiam sobre as principais instituições financeiras, serão socializadas. Se uma tal mensagem não desse «confiança» aos actores determinantes do mercado financeiro, a situação seria gravíssima.”
“No essencial, o sistema é tão produtivo e os resultados desta enorme e crescente produtividade são tão desigualmente distribuídos (os salários reais da maior parte dos trabalhadores nos Estados Unidos estagnaram durante trinta anos enquanto os lucros ascenderam) que há uma contínua acumulação de excedente à procura de investimento nos cofres das corporações e nas mãos de indivíduos ricos.”
“O melhor que os mestres do sistema estadunidense podem esperar para os próximos anos é uma fase de estagnação económica mais profunda e mais prolongada, isto é, de crescimento lento, emprego fraco e excesso de capacidade produtiva crescente. Como os Estados Unidos se movimentam — e isto acontecerá — para empurrar o fardo da sua crise financeira para o resto do mundo, as tensões resultantes tornam-se obrigatoriamente globais e inevitáveis dentro da lógica da globalização capitalista existente.”
“Àqueles que procuram desesperadamente uma solução para este problema dentro do sistema temos a dizer, francamente, que não é possível pensar nenhuma. O máximo que se pode fazer é alterar radicalmente a natureza do próprio sistema: uma drástica redistribuição do rendimento e da riqueza em favor daqueles menos ricos e um programa massivo de investimento social a favor dos que mais precisam dele. Mas o capitalismo só é capaz de seguir este caminho de forma limitada e sob coacção extrema — e uma vez anulada a pressão ele regressa aos velhos caminhos. Mais cedo ou mais tarde (desde que uma catástrofe nuclear ou ambiental não pare o relógio) o mundo será forçado a procurar um caminho melhor e mais humano.”Este texto foi publicado em http://monthlyreview.org/nfte080501.php
Nota – Chamo a particular atenção para o período que coloquei em itálico, dado ser aí que o capital define onde alicerça a esperança de solucionar a crise.
Como aí se afirma, as vastas perdas serão socializadas, o que quer dizer que seremos nós, OS trabalhadores, reformados e o povo em geral pagar a crise que só eles criaram e beneficiaram.

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