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terça-feira, 1 de julho de 2008


A NOVA LÍNGUA PORTUGUESA
Desde que os americanos se lembraram de começar a chamar aos pretos... afro-americanos, com vista a acabar com as raças por via gramatical - isto tem sido um fartote pegado!
As criadas dos anos 70 passaram a empregadas domésticas e preparam-se agora para receber menção de auxiliares de apoio doméstico .
De igual modo, extinguiram-se nas escolas os contínuos e passaram todos a auxiliares da acção educativa.
Os vendedores de medicamentos, com alguma prosápia, tratam-se por delegados de informação médica.
E pelo mesmo processo transmudaram-se os caixeiros-viajantes em técnicos de vendas.
O aborto eufemizou-se em interrupção voluntária da gravidez.
Os gangs étnicos são grupos de jovens.
Os operários fizeram-se de repente colaboradores.
As fábricas, essas, vistas de dentro são unidades produtivas e vistas da estranja são centros de decisão nacionais.
O analfabetismo desapareceu da crosta portuguesa, cedendo o passo à iliteracia galopante.
Desapareceram dos comboios as 1.ª e 2.ª classes, para não ferir a susceptibilidade social das massas hierarquizadas, mas por imperscrutáveis necessidadesde tesouraria continuam a cobrar-se preços distintos nas classes Conforto e Turística.
A Ágata, rainha do pimba, cantava chorosa: «Sou mãe solteira...» ; agora, se quiser acompanhar os novos tempos, deve alterar a letra da pungente melodia:«Tenho uma família monoparental...» - eis o novo verso da cançoneta, se quiser fazer jus à modernidade impante.
Aquietadas pela televisão, já se não vêem por aí aos pinotes crianças irrequietas e «terroristas»; diz-se modernamente que têm um comportamento disfuncional hiperactivo.
Do mesmo modo, e para felicidade dos "encarregados de educação", os brilhantes programas escolares extinguiram os alunos cábulas; tais estudantes serão,quando muito, crianças de desenvolvimento instável.
Ainda há cegos, infelizmente. Mas como a palavra fosse considerada desagradável e até aviltante, quem não vê é considerado invisual. (O termo é gramaticalmente impróprio, como impróprio seria chamar inauditivos aos surdos - mas o "politicamente correcto" marimba-se para as regras gramaticais...)
As putas passaram a ser senhoras de alterne.
Para compor o ramalhete e se darem ares, as gentes cultas da praça desbocam-se em "implementações ", "posturas pró-activas", "políticas fracturantes" e outros barbarismos da linguagem.
E assim linguajamos o Português, vagueando perdidos entre a «correcção política» e o novo-riquismo linguístico. Estamos lixados com este "novo português"; não admira que o pessoal tenha cada vez mais esgotamentos e stress. Já não se diz o que se pensa, tem de se pensar o que se diz de forma "politicamente correcta".
E na linha do modernismo linguístico, como se chama uma mulher que tenta destruir a educação em Portugal?Ministra !
Ah, é verdade! é preciso não esquecer que neste país maravilhoso, já não há mentiras, agora quem mente apenas diz.....inverdades.

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