Mensagem

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domingo, 11 de abril de 2010

A TERRA E AS SUAS BELEZAS

Mais uma série de belas imagens de um Terra que corre sérios riscos.
A inconsciência dos homens, é o seu pior inimigo.


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O CONFESSIONÁRIO

A PEDÓFILIA E A CRISE DE CREDIBILIDADE

DA IGREJA CATÓLICA

A igreja tornou-se um lugar perigoso para as crianças!
A base do poder da Igreja é moral e a crise porque está a passar, é certamente a mais grave vivida pela Igreja desde sempre, na medida em que nela estão envolvidos princípios basilares e comprometida a mais alta hierarquia.
As acusações se multiplicam e os escândalos envolvem a própria credibilidade da Igreja.
Enquanto os escândalos sexuais na Igreja Católica Apostólica Romana, eram fruto da “arraia-miúda”, fazia-se uma lúbrica e cúmplice rizada.
Os textos de Alexandre Herculano, nos divertiam com relatos das histórias escabrosas dos conventos e mosteiros, que não se distinguiam de vulgares bordéis.
A vida dissoluta dos conventos e mosteiros incendiavam a nossa imaginação, em idade de despertar para as coisas do sexo.
A história da abadessa do convento do Lorvão apanhada numa radiosa “menage à quatre” com o Bispo de Coimbra, a amante e mais uma freira para completar o ramalhete, funcionava como “a cereja no cimo do bolo”.
Relatos de freiras e abadessas que recebiam nos conventos e mosteiros, os seus amantes, na maioria padres, aí tinham os filhos e os criavam.
As comunicações subterrâneas entre conventos de frades e freiras, em Lisboa, algumas das quais foram destruídas pelo terramoto de 1755, chegaram ao nosso conhecimento, quando aluno do Passos Manuel, dado correr que daquele Liceu, antigo convento de frades, partia um túnel de ligação á Faculdade de Letras, que funcionava nas instalações de um antigo convento de freiras nas traseiras igreja das Mercês.
Também me recordo, quando há uns anos se fizeram obras na Sede da Cruz Vermelha, um antigo convento que fica por cima da Rocha de Conde de Óbidos, terem-se desenterrado 300 ossadas de recém-nascidos, que ali tinham sido assassinados, para ocultarem as origens dos pecados que lhes estavam na origem.
Mais recentemente segundo o ex-padre F. Mariano Rodrigues, ficou-se a saber que se faz sexo na sacristia, no altar, nos bancos da igreja, com meninas católicas e inocentes e a masturbação no confessionário são prática corrente.
O autor, certamente sabedor do que falava, reconhecia que esta perturbação era causada pela convivência permanente com a sensualidade das suas “ovelhas” e a impossibilidade de lhes tocar, se justificava muitas vezes a prática do onanismo, (considerada pela Teologia católica como "um acto gravemente oposto à ordem), ou a sua fuga para o homossexualidade.
É irresistivelmente insuportável, saber-se que chega aos 25% os jovens seminaristas que, de forma permanente ou esporádica, se dedicam a práticas homossexuais.
Para a hierarquia da Igreja Católica, a sexualidade humana sempre foi e continua a ser uma "sobrevivência pagã", posição reiterada em 1975…..calculem,1975!!!….. pela Sagrada Congregação da Fé, quanto a questões de sexo e de castidade.
Nem a dimensão dos escândalos das Igrejas norte-americanas e Irlandesas nos casos de pedofilia denunciados há anos, chegou para alterar o seu comportamento.
Em 1996, o cardeal Joseph Ratzinger, actual papa Bento XVI, então secretário de estado do Vaticano não apurou as denúncias que foram feitas contra um padre americano que abusou de cerca de 200 crianças surdas, porque segundo consta, teria sido impedido pelo então papa João Paulo II.
Quanto á questão da pedofilia, o comprometimento do actual papa Bento XVI, que acobertou o sacerdote que as teria praticado, levou esta crise a atingir o próprio coração da Igreja Católica - o papado.
Isto lê-se em todo e qualquer jornal, ouve-se em qualquer rádio, ou vê-se na televisão.
O que nos admira, espanta mesmo, é a cerimónia com que são analisados os factos e a tentativa objectiva de branquear a situação, aliviando e tentado desculpar a enorme responsabilidade que a hierarquia tem neste caso.
A contenção das análises sobre a sexualidade na Igreja Católica, nunca permitiu que se denunciasse, até que ponto o confessionário, serve de meio manipulador e ambiente favorável a condicionar e mobilizar consciências para a prática de actos repugnantes, ou auscultar até que ponto uma ou um jovem, podem ser manipulados, naquele ambiente de total abertura espiritual ou de fragilidade emocional.
Aproveitando a experiência de vida, bem como superioridade moral e intelectual que de uma forma intuitiva é atribuída ao padre confessor, o clima de plena entrega que em consciência se faz ou deve fazer, num acto daquela natureza, nada mais fácil, nessas circunstâncias, conduzir um espírito de personalidade frágil, entrar-lhe na alma, condicionar ou pelo menos ficar conhecedor das suas fragilidades e a seu bel-prazer manipulá-las ou condicioná-las.
O confessionário foi sempre o termómetro que permitiu a hierarquia da Igreja perceber até que ponto as situações estavam sobre controlo e uma ajuda fundamental nas orientações a dar para manter a sua supremacia.
Como pano de fundo de todas estas escandaleiras, está não só a questão do celibato dos padres, como fundamentalmente os conceitos adoptados pela Igreja em tudo o que diz respeito á vivência sexual.
Quando ouvimos falar sobre a razão porque a Igreja se mantém intransigente nesta matéria, vem-nos á memória a entrevista que D.Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas, deu a Miguel Sousa Tavares em “Sinais de Fogo” e cujo comentário publicámos neste Blogue em 17 de Março passado.
Relembramos que aquele “príncipe” da Igreja, para justificar este critério seguido pela Igreja, argumentou reconhecendo que o que “ia dizer era uma enormidade” (textual): “os padres NÃO deviam casar…. para não passarem a pedófilos dos próprios filhos”.
Foi exactamente assim!!! Passavam a violar os próprios filhos!!!
Não temos hipótese de compreender uma resposta destas. Quer pela indignidade, quer pela desumanidade, tanto mais que vem de um bispo da Igreja Católica.
O homem só pode ser um tarado!!!
Continua a ser perfeitamente indiferente para nós, que a igreja queira manter a convicção artificial de quem vai para padre, deve deixar de ter pulsões sexuais e deve renunciar “voluntariamente” do ponto de vista morfológico ou orgânico, a distinguir-se do comum dos mortais, nessa matéria.
O que é irracional é considerar que a prática desse instinto natural, pelo facto de ser um padre, transforma-o automaticamente em pedófilo compulsivo, com os próprios filhos.
Não é normal, não é aceitável, ouvir um quadro superior da Igreja fazer uma avaliação desta natureza.
Para além disso, consideramos que é profundamente paradoxal, a Igreja retirar aos seus mais “convictos” e “esforçados” representantes, o direito a usar um instinto que juntamente com o da sobrevivência, são os principais motores da existência e da evolução do ser humano.
São eles que em primeira instância, glorificam o homem, como sendo a mais perfeita obra de “Deus”, feito á sua imagem, como vulgarmente é definido pela Igreja católica, ou seja ele aquilo que for.
Por outro lado, é igualmente paradoxal, que sendo exactamente esses instintos naturais, que justificam a tendência que a religião católica tem para classificar de obscena ou pecaminosa, toda a vivência que não esteja sujeita ao paradigma da reprodução e tenha criado em gerações e gerações de seres humanos, infelicidade, dramas, taras e sofrimentos incalculáveis, por obedecerem aos seus instintos naturais.
Nós próprios, temos uma experiência traumatizante enquanto jovem, porque fomos manipulados e condicionados como católico convicto e praticante.
O ritual da comunhão era precedido sempre de uma ida ao confessionário.
Pelos nossos 10/12 anitos, havia uma pergunta sacramental do padre, que na época nos criava problemas de consciência terríveis.
Ele queria sempre saber “se” e “quantas” vezes nos tínhamos masturbado.
Os conselhos e interrogações que nos faziam sobre a nossa vivência sexual, criaram-nos problemas de consciência enormes, que na altura eram levados á conta de um processo de santificação, que só seria possível atingir com total alienação do nosso instinto sexual.
O padre da freguesia onde fazíamos a nossa vivência cristã e catequese, tinha fama de santo e era desejo de todos os miúdos, pensamos nós, seguir-lhe as pegadas.
E sentíamo-nos terrivelmente culpados sempre que, fraquejando….”pecávamos”.
Vem esta reflexão final a propósito da actual denúncia que vem sendo feita á igreja e sobretudo aos seus pastores que se dedicam a explorar e a “escarafunchar” os instintos sexuais dos menores, cujos valores morais lhes caberia em primeiro lugar salvaguardar.
O fenómeno da religião, tornou-nos um ateu empedernido e é necessário dizer, que os padres não tiveram a mínima influência nesse percurso.
É um facto que sempre respeitámos e continuamos a respeitar, quem contrariamente ao que acontece connosco, vê na religião um fundamento para dar conteúdo á sua vida. É um problema que eles próprios terão de resolver!!!
Quanto a nós, a justificação que ainda existe, para admitir que há um ser superior, que se preocupa com o nosso comportamento individual, dada a dimensão da Natureza Cósmica, não faz sentido.
Que caminhamos aceleradamente, para descobrir a origem das coisas, que o homem já tem capacidade científica para influenciar negativamente a dialéctica da Natureza na Terra, é uma certeza.
Se socialmente não equilibrar essa evolução, no sentido de respeitar essa dialéctica, o homem como ser privilegiado por “Deus”, tem os dias contados.
O Sistema Capitalista com as suas exploradoras e injustas relações de produção, tem determinado um percurso da humanidade tão desconforme com as leis da natureza, que começamos a ter sérias dúvidas, que o homem ainda vá a tempo de evitar o desastre.
O poder do dinheiro, desenvolvendo a ganância e o egoísmo, deforma a lucidez dos seres humanos e colocam em risco a sua própria sobrevivência.
Da própria Igreja, senhora de fortunas incomensuráveis, manipuladora dos mercados financeiros, aliada e principal interessada na manutenção do sistema capitalista, apregoando hipocritamente a caridade, como um dos seus maiores valores, não vem a esperança de uma alteração voluntária do “status quo”, antes pelo contrário.
Faz seu inimigo principal, as forças que defendem de facto uma nova sociedade, sem exploradores nem explorados, dando uma luta sem tréguas aos que lutam pela igualdade, pela solidariedade e pela fraternidade entre os homens.
A estes paradoxal e incongruentemente, fazem deles os seus maiores inimigos.
É uma farsa trágica e um crime incomensurável que a Igreja pratica, porque só uma sociedade solidária, só uma humanidade cooperante e generosa, sem privilegiados, poderão ser antídotos para o fatal destino para que caminha a sociedade.
Não podemos nem devemos perder a noção das interdependências que as limitações da Terra nos exigem.
Não podemos nem devemos perder a noção da necessidade de uma cidadania solidária, capaz de exigir para todos, uma sociedade justa, fraterna e respeitadora os direitos e da dignidade de todos igualmente.
Não podemos nem devemos perder o conceito, de que cada ser humano tem direito a obter resposta às suas necessidades e não só àquilo que produz.
Caberia no que diz respeito á Igreja católica apostólica romana, lembrar a sua mensagem primitiva, que mais não era que o reflexo lúcido, da necessidade de criar a expectativa de um futuro luminoso para a humanidade, na busca da felicidade, através da prática da igualdade de oportunidades, para todos os seres humanos.
Pouco durou, em consequência da hierarquização dos seus responsáveis e a rápida aliança destes com os interesses financeiros das classes dominantes.
As teorias que de uma forma geral, todos os católicos aceitam sobre as características dos entes que corporizam o divino, tem sido determinantes na vida de enormes massas multitudinárias.
Cientificamente desmentidas desde Ptolomeu, passando por Copérnico, Galileu, Isaac Newton, Neils Bohr, Einstein, Hubble ou até o próprio Carl Sagan, que já considerava sermos todos “Poeira das Estrelas”, colocaram a entidade criadora num plano de tal dimensão, absolutamente insustentável pela religião, ou somente justificado pela superstição.
A actualidade dos avanços da ciência, que já vai ao limite de reconhecer estar em causa elementos teóricos da Mecânica Quântica inter-relacionados com a teoria da relatividade, ou como já é fundamentada a tese científica da existência de múltiplos Universos, tornam inaceitável o seu Gerador, ter alguma coisa a ver com as várias religiões que se praticam na Terra, ou com o homem, como expressão de uma superior dimensão mística ou intencional criação divina, para sua glória e veneração.

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