Mensagem

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sábado, 19 de abril de 2008


25 DE ABRIL
25 de Abril de 1974 Esta data tem e terá sempre para os portugueses uma importância inesquecível, não só porque foi o último dia de um dos períodos mais negros da nossa história, mas também pela influência histórica que os factos ocorridos em Portugal a partir desse dia, tiveram na política de muitos outros países.
A tomada de consciência revolucionária pelo povo português, em íntima ligação com as suas forças armadas, iniciou uma transformação radical, nas relações de produção.
Foi um curto período, intenso e criativo, que levou o mundo a pôr os olhos nessa, que ficou conhecida como a “Revolução dos Cravos” e que trouxe novas e renascidas esperanças a vastas camadas da população.
Até que a traição poisou.
O primeiro e mais influente passo, foi conseguir que o MFA (Movimento das Forças Armadas) aceitasse fazer eleições, num curtíssimo espaço de tempo, após o 25 de Abril.
Em consequência de certos atavismos, provocados pela política ferozmente anti-comunista da ditadura salazarista, em conjugação com a esmagadora influência da Igreja, o povo, quando foi chamado a votar nessas eleições, expressou muito dos preconceitos e medos que lhe tinham sido instilados desde sempre.
Embora o sistema socialista fosse um projecto de vida ideal para a grande maioria da população, o comunismo, que era dado como ditatorialmente tirânico, tinha uma enorme carga negativa, fruto desse atavismo e das conotações violentamente anti-religiosas e até anti-socialista que lhes eram atribuídas.
É bom relembrar que o socialismo era na altura uma mensagem tão elogiada, que todos os Partidos, inclusive os de direita (PSD- Partido Social Democrata) e extrema-direita (CDS-Centro Democrata Social), inscreviam o socialismo nos seus Estatutos, com meta a atingir.
A Igreja católica e a propaganda anti-soviética, em consequência da Guerra Fria, tinham também na altura uma esmagadora influência, sobretudo no Norte do país.
Foi neste quadro que o Partido Socialista, porque se dizia socialista, obteve uma votação muito superior ao Partido Comunista e passa a ter uma influência determinante, nas políticas que foram adoptadas.
Logo no glorioso e inesquecível 1º de Maio que se seguiu, Mário Soares deu sinal da total divergência de objectivos, que queria imprimir á política do Partido Socialista.
Nestas circunstâncias, o Partido Comunista Português, pouco mais pode fazer que ir tentando debelar e combater evolução negativa dessa política, denunciando tudo aquilo que aos poucos foi destruindo todas as conquistas alcançadas com a revolução.
Devagarinho, utilizando aqui e ali, o velho truque de “dividir para reinar”, sem pressas, mas com eficácia, cada golpe desferido nos ideais da revolução eram um trunfo de valor inestimável, no processo contra revolucionário.
Há poucos dias li que o próprio Mário Soares confessou ter-se aliado á Igreja, para conspirar contra os que apoiavam essa aspiração
Traindo amigos ou fazendo amizade com traidores, meticulosamente, escolhendo os aliados ocasionais mais favoráveis, o Partido Socialista e os Partidos da direita foram conseguindo destruir todo o edifício revolucionário, utilizando para isso, todo um arsenal de calúnias, mentiras, falsas promessas e corrupção a todos os níveis.
Assim se foram reconstituindo os velhos grupos capitalistas, e voltaram os tiques salazarentos, que aqui e ali se iam revelando até aos dias de hoje.
Tudo o que sob a capa da democracia pudesse subverter os ideais revolucionários, foi utilizado.
Os tachos e outras prebendas, foram distribuídas “á tripa forra”.
Um facto histórico que não podemos esquecer e que tambem influenciou a evolução do processo, foi a queda da União Soviética.
A ela está ligada a pressão que os americanos passaram a exercer e que culminou na chamada “Globalização”
Esta política que o Capitalismo tem levado a cabo, sob o pretexto da liberalização das economias é o artifício supremo do imperialismo.
Ao ouvirmos hoje certas revelações e ao ler as memórias dos mais variados figurões, que na época tiveram papéis de “prima donas” no processo contra revolucionário, ficamos a saber como foi possível enganar muita gente durante muito tempo.
Resta-nos a esperança, como afirmava Abrahan Lincoln, que na verdade não se pode enganar toda a gente, o tempo todo!
Ao olhar a nossa realidade, o cortejo de desgraças, injustiças e corrupções a que assistimos, o retrocesso económico e social que nos ameaça, interrogamo-nos como foi possível chegarmos a esta situação?
Esta realidade demonstrará aos verdadeiros socialistas, o erro que tem cometido ao apoiar as políticas de direita do seu Partido.
E cá estaremos para ver, perante a gravidade da actual crise capitalista, a maior de sempre, o que irão dizer e fazer os dirigentes desse Partido para darem uma volta de 180 graus, a fim de tentarem manter o seu eleitorado.
Não sou bruxo, mas ainda ontem 19 de Abril de 2007, ouvi o 1º Ministro José Sócrates, dar impudicamente o 1º sinal de que como será.
Gritou entusiasmado, numa reunião do Partido Socialista, um enorme carinho e dedicação pelo desenvolvimento agora, de uma política de esquerda.
Como as eleições estão perto, já algumas almas mal intencionadas, começarão a pensar, que ele é mais outro grande vigarista com direito a retrato, na galeria de todos os vendidos que germinaram com a Revolução dos Cravos.
Só que haverá uma questão, muito mais complicada, com que êle vai ser confrontado!!!
Os portugueses vão ter de reconhecer, pela força da extraordinária crise que se aproxima, que o Partido Comunista Português afinal tinha razão em acusar o Partido Socialista de praticar uma enganadora politica de direita.
E irá constatar que na verdade, só o Partido Comunista Português tem defendido e continuará a defender o Socialismo,o autêntico SOCIALISMO, empenhadamente e com verdadeiro espírito de missão e coerência.
Talvez então renasçam as esperanças para se concretizar o “25 de Abril”, não só para os trabalhadores, como para todos os portugueses.

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