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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

MANIFESTO COMUNISTA

ONDE SE FALA DA IMPORTÂNCIA E ACTUALIDADE DO MANIFESTO COMUNISTA DE KARL MARX E FREDERIC ENGELS.

Hoje, com a Globalização e explosão do neo-liberalismo a que assistimos, é mais necessário do que nunca clarificar os objectivos dos comunistas.
A queda da União Soviética prestou um excelente argumento, para reprimir a liberdade dos povos, a emancipação dos trabalhadores, e confundir os argumentos, de quem não pretende mais, do que se acabe com a exploração do homem pelo homem.
E foi dessa exploração, que nos falaram Marx e Engels no “Manifesto Comunista”.
O texto que se segue é a transcrição resumida do essencial desse documento, com a curiosidade de ser a reprodução literal das legendas de um vídeo com cartoons da Disney, criado pelo cineasta independente Jesse Drew com o título de “MANIFESTOON” e que colocámos no fim.
A razão que nos levou a reproduzir textualmente as legendas, reside no facto de considerarmos ser uma preciosa lição a ler, reler e absorver, o que de mais essencial, do ponto de vista dialéctico, há na luta que desde sempre travaram e continuam a travar os comunistas, para acabar com a exploração do homem pelo homem e pela justiça social.

QUE ASSIM O ENTENDAM, É O NOSSO MAIS PROFUNDO DESEJO.

Dizia ainda o cineasta Jesse Drew, a propósito desta sua obra:

"No desenho animado clássico, a força bruta e a artilharia pesada nunca conseguem derrotar a ironia e o humor, e no fim a justiça sempre vence. Para mim, era natural ligar o meu próprio conceito infantil de subversão com uma versão mais articulada (o Manifesto Comunista de Marx e Engels)."

Do ponto de vista ideológico, achamos também muito importante reproduzir os comentários que a título complementar foram feitos:

Manifesto do Partido Comunista: um dos mais significativos documentos programáticos do comunismo fundado em bases científicas, que contém uma exposição coerente das bases da grande doutrina de Marx e Engels.

"Esta obra expõe, com uma clareza e um vigor geniais, a nova concepção do mundo, o materialismo consequente aplicado também ao domínio da vida social, a dialéctica como a doutrina mais vasta e mais profunda do desenvolvimento, a teoria da luta de classes e do papel revolucionário histórico universal do proletariado, criador de uma sociedade nova, a sociedade comunista." (Lénine)

O Manifesto do Partido Comunista armou o proletariado com a demonstração científica da inevitabilidade do derrube do capitalismo e da vitória da revolução proletária, definiu as tarefas e objectivos do movimento proletário revolucionário.
O Manifesto do Partido Comunista foi elaborado por Marx e Engels como programa da Liga dos Comunistas por decisão do seu II Congresso realizado em Londres entre 29 de Novembro e 8 de Dezembro de 1847.
Representava o triunfo dos defensores da nova linha proletária no quadro das discussões havidas no interior do movimento.
No âmbito deste debate Engels havia elaborado já um projecto de Princípios Básicos do Comunismo segundo a forma de "catecismo" ao tempo utilizada com frequência em documentos de diferentes organizações operárias e progressistas.
No entanto, Marx e Engels rapidamente chegaram à conclusão de que a forma de "manifesto" seria a mais adequada à nova fase e aos objectivos da luta.
Ainda em Londres e depois em Bruxelas, Marx e Engels trabalharam juntos na redacção do texto. Tendo Engels partido para Paris em finais de Dezembro, a versão definitiva foi elaborada por Marx fundamentalmente durante o mês de Janeiro de 1848 e remetida finalmente para Londres, onde viria a ser publicada pela primeira vez em fins de Fevereiro do mesmo ano.

MANIFESTOON DE JESSE DREW

O ESSENCIAL DO MANIFESTO COMUNISTA DE KARL MARX E FREDERIC ENGELS

A história de todas as sociedades até hoje, é a história da luta de classes.
Nas anteriores épocas da história encontramos quase por toda a parte uma articulação completa da sociedade em diversos estados.
Na Roma antiga temos patrícios, cavaleiros, plebeus, escravos, na Idade Média, senhores feudais, vassalos, oficiais, aprendizes, servos.
Na nossa época, a época da burguesia, distingue-se contudo, por ter simplificado as oposições de classes.
A sociedade toda divide-se cada vez mais, em dois grandes campos inimigos, em duas grandes classes que directamente se enfrentam: burguesia e proletariado.
A burguesia conquistou por fim, desde o estabelecimento da indústria moderna e do mercado mundial, a dominação política exclusiva no moderno Estado representativo.
O moderno poder de Estado é apenas uma comissão que administra os negócios comunitários de toda a classe burguesa.
A burguesia despiu da sua aparência sagrada todas as actividades até aqui veneráveis e consideradas com grande reverência.
Transformou o médico, o advogado, o padre, o poeta, o cientista, em trabalhadores assalariados pagos por ela.
Não deixou outro laço entre a Humanidade que não o do interesse nu, o insensível ”pagamento a pronto”.
Transformou a dignidade pessoal num valor de troca, e no lugar das inúmeras liberdades conquistadas pôs a liberdade única, sem escrúpulos, a liberdade de comércio.
Numa palavra, no lugar da exploração encoberta com ilusões políticas e religiosas, pôs a exploração seca, directa, despudorada, aberta. Liberdade de comércio de compra e venda. A liberdade de dizer, liberdade de comércio, de compra e venda.
A necessidade de um escoamento sempre maior para os seus produtos, persegue a burguesia por todo o planeta.
Tem de se implantar em toda a parte, instalar-se em toda a parte, estabelecer contactos em toda a parte.
As antiquíssimas indústrias nacionais foram aniquiladas, e são ainda diariamente aniquiladas.
São desalojadas por novas indústrias cuja introdução se torna uma questão vital para todas as nações civilizadas; por indústrias que já não laboram matérias-primas nativas, mas matérias – primas oriundas das zonas mais afastadas, e cujos produtos finais são consumidos não só no próprio país como simultaneamente em todo o mundo.
Para o lugar das velhas necessidades, satisfeitas por artigos do país, entram as novas, que exigem para a sua satisfação os produtos dos países e dos climas mais longínquos.
Todas as nações são obrigadas a apropriarem o modo de produção da burguesia, estavam adormecidas no seio do trabalho social?
Isto é tornaram-se burguesas.
Numa palavra, ela cria para si um mundo á sua própria imagem.
Aglomerou a população, centralizou os meios de produção e concentrou a propriedade em poucas mãos.
Subjugação das forças da Natureza, maquinaria, aplicação da química á indústria e á agricultura, á navegação aos caminhos-de-ferro, telégrafos eléctricos, arroteamento de continentes inteiros, navegabilidade dos rios, que séculos anteriores tiveram ao menos um pressentimento de que estavam adormecidas no seio do trabalho social?
A sociedade burguesa moderna, com as suas relações de produção e propriedade, que desencadeou meios tão poderosos de produção e de intercâmbio, assemelha-se ao feiticeiro que já não consegue dominar as forças subterrâneas que invocara.
Nestas crises irrompe uma epidemia que teria parecido um contra-senso a todas as épocas anteriores, a epidemia da sobre produção.
E como é que a burguesia supera estas crises?
Por um lado pela destruição forçada de uma massa de forças produtivas, por outro lado, pela conquista de novos mercados.
Os interesses e as condições de vida no interior do proletariado, tornam-se cada vez mais semelhantes; a maquinaria apaga cada vez mais as diferenças do trabalho e quase por toda a parte faz nivelar os salários por baixo.
O movimento proletário é o movimento autónomo da imensa maioria, no interesse da imensa maioria.
O proletariado, a camada mais baixa da sociedade actual, não pode elevar-se, não pode endireitar-se, sem fazer ir pelos ares toda s superstrutura das camadas que formam a sociedade oficial.
De tempos a tempos os operários vencem, mas só transitoriamente.
O resultado verdadeiro das suas lutas, não é o êxito imediato, mas a união dos operários que cada vez mais se amplia.
Ela é promovida pelos meios crescentes de comunicação, criados pela indústria moderna, que põem os operários das diversas localidades em contacto uns com os outros.
Têm-nos censurado, a nós comunistas, de que queríamos abolir a propriedade, adquirida pessoalmente, fruto do trabalho próprio, propriedade essa que alegadamente formaria a base de toda a liberdade, actividade e autonomia pessoais.
Propriedade fruto do trabalho, conseguida, ganha pelo próprio!
Falais da propriedade pequeno-burguesa, pequeno-camponesa?
Não precisamos de a abolir, o desenvolvimento da indústria aboliu-a e abole-a diariamente.
Horrorizais-vos por querermos suprimir a propriedade privada.
Mas na vossa sociedade existente, a propriedade privada está suprimida para nove décimos dos seus membros; ela existe precisamente pelo facto de não existir para nove décimos.
O comunismo não tira a ninguém o poder e se apropriar de produtos sociais; tira apenas o poder de, por essa apropriação, subjugar a si trabalho alheio.
O palavreado burguês acerca da família e da educação, acerca da relação intima de pais e filhos, torna-se tanto mais repugnante quanto mais, em consequência da industria moderna, todos os laços de família dos proletários são rasgados e os seus filhos transformados em simples artigos de comércio e instrumentos de trabalho.
A burguesia deitou fora os laços sentimentais existentes no seio da família e reduziu a relação familiar a uma simples relação de dinheiro.
Não há nada mais ridículo do que a moralíssima indignação dos nossos burgueses acerca da pretensa comunidade oficial de mulheres dos comunistas.
Os comunistas não precisam de introduzir a comunidade de mulheres, ele existiu desde sempre.
Os operários não têm pátria, não se lhes pode tirar o que não têm.
O poder político não passa do poder organizado de uma classe para oprimir a outra.
No lugar da velha sociedade burguesa com os seus antagonismos de classe, teremos uma associação em que o livre desenvolvimento de cada um é a condição para o livre desenvolvimento de todos.
Os comunistas rejeitam dissimular as suas perspectivas e propósitos.
Declaram abertamente que os seus fins só podem ser alcançados, pelo derrube violento de toda a ordem social.
Podem as classes dominantes tremer ante uma revolução comunista!
Nela o proletário nada tem a perder a não ser as suas cadeias.
Têm um mundo a ganhar.

PROLETÁRIOS DE TODOS OS PAÍSES, UNI-VOS!

MANIFESTOON

MANIFESTO COMUNISTA-LEGENDADO EM PORTUGUÊS



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