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quinta-feira, 23 de abril de 2015

ONDE A SAÚDE DEVIA ESTAR PRIMEIRO


O ESTADO DA NAÇÃO NA ÁREA DA SAÚDE

O TEMPO QUE VIVEMOS É DE INDIGNIDADE

Hoje à hora de jantar o PSD apresentou o seu tempo de antena, tendo ocasião de assistir à mais ridícula encenação propagandística que se possa imaginar.
Falava-se das virtualidades com que este partido tem revestido o serviço nacional de saúde.
O actor que debitava as “deixas” era o próprio gestor do “Ministério da pouca saúde”.
E foi um fartar vilanagem!!! Fixei a "frase batida” (Sérgio Godinho) de se “fazer mais com menos” e os números despejados, eram verdadeiramente impressionantes, sabendo como todos sabemos, como de facto as coisas se passam.
Para cúmulo do descaramento, garantiram que as consultas tinham um prazo de 10 dias para serem atendidas e pobre de mim, eu que estou à espera vai para um mês para poder marcar uma, tive de ouvir isto, correndo o risco se me parar a digestão.
Acontece que comecei com uma diarreia e ligeiras dores de barriga, há um mês e meio.
Fui tentando resolver o assunto automedicando-me, com o vulgar “Ultra-levur” a que se seguiu o “Imodium”, sem qualquer resultado.
A conselho da farmacêutica comecei a tomar “Atyflor” porque dizia ela, o espectro é mais amplo que o “Ultra-levur” e como não sortisse efeito apesar de acompanhado de uma dieta rigorosa, ainda tentei o “Imodium Plus”.
Preocupado por não ter alteração na sintomatologia, resolvi ir ao Centro de Saúde para marcar uma consulta e sou então informado que só se pode marcar consultas no último dia do mês.
Como por coincidência o mês já tinha começado, só daí a quase trinta dias poderia marcar a consulta, pedi para falar com o médico responsável do Centro, que me atendeu depois de muitas horas de espera.
Simpaticamente depois de lhe contar o que se passava, foi-me dizendo que infelizmente não podia fazer nada porque a medida era uma orientação imposta pela ARS (para quem não saiba, é a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, I.P.) e aconselhou-me a ir à urgência do Hospital de Torres Vedras.
Contei-lhe que não há muito, sofrendo de uma enterite aguda e tendo passado toda a noite a vomitar, quando desmaiei pela segunda vez, achei por bem chamar a ambulância que me levou ao referido hospital.
Cheguei às 7 horas da manhã e só às 10 horas consegui a atenção de um médico, apesar do enorme sofrimento em que me encontrava. Mandou colocar o soro na veia e pouco depois, sentindo necessidade de evacuar, para não utilizar a arrastadeira, pedi para ir à casa de banho.
Ao regressar, tiraram-me a maca e mandaram-me sentar num sofá. Ao fazê-lo, porque o adesivo que segurava a agulha era de péssima qualidade, ao pousar o braço no apoio do sofá, a agulha saltou e com o sangue a espirrar, dirigi-me ao balcão da urgência para remediar o problema.
A solução foi colocarem um penso e pedirem-me para segurar com força e sentar-me novamente à espera.
À 14h00 o médico apareceu, deu-me uma receita com 2 ou três medicamentos e passou a alta.
Quando iniciei o tratamento, comecei a sentir-me muito mal. Ao procurar no computador informação sobre os remédios receitados, cheguei à conclusão que um deles era proibido em toda a Europa, com excepção de Portugal e salvo erro da Bulgária. A primeira contra indicação referia pessoas desidratadas, que era exactamente o meu caso, dado que os 10 minutos em que tinha estado com o soro, decididamente não me poderia compensar a desidratação de uma noite a vomitar.
Este caso não é a única razão de queixa que tenho da urgência do Hospital de Torres Vedras.
Para além de outro caso de negligência técnica com a minha esposa, que acabou por ser internada e só então foi tratada de forma exemplar, tendo direito a um relatório médico final, tecnicamente minucioso e extremamente rigoroso.
Eu próprio, pelo facto de sofrer de um grave enfizema, vejo-me obrigado a todos o anos, no inverno, fazer uma visita ao serviço de urgência daquele hospital, para receber oxigénio.
Um dia, tendo começado a receber o oxigénio às 22h00, verifiquei que no corredor à minha frente estava uma doente numa maca, que durante toda a noite não teve a mínima assistência.
Às 09h00 quando entrou o novo turno, assisti a uma grande confusão junto dessa maca, que rapidamente foi dali retirada, sabendo-se depois que a pobre senhora estava com um AVC e nada tinha sido feito.
Este somatório de problemas, acrescentado à confissão do médico responsável do Centro de Saúde de A dos Cunhados, que não ia às urgência sem saber quem lá estava e eu, que não não tenho o privilégio de conhecer lá alguém, não me atrevo a correr o risco de pôr a minha vida, nas mãos de um incompetente, que por não ter outra alternativa, aceita fazer do “especialmente” difícil e arriscado serviço de urgência, um local para sobreviver.
A solução é esperar um mês para marcar uma consulta com uma médica do Centro de Saúde, que não sendo “médica de família” é a que habitualmente me atende e de cuja competência e dedicação estou seguro.
A partir daqui, resta-me ouvir o senhor Ministro do Ataúde, continuar a camuflar a intenção de empurrar para os privados, quem ainda vá tendo dinheiro para o fazer.
Pela minha parte, eu que sou uma das vítimas do Ministério “do Bosques dos Robin”, vulgo Ministério das Finanças, que ao contrário do fidalgote inglês, rouba os pobres para enriquecer mais os ricos, não me resta outra alternativa que não seja, ir-me habituando a ser um precoce morto-vivo, por falta de assistência.

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