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terça-feira, 9 de junho de 2009

AS ELEIÇÕES

E O BLOCO DE ESQUERDA


PARTIDO SOCIALISTA, PS
BLOCO DE ESQUERDA, PS 2

Há declarações de “notáveis” verdadeiramente caricatas, para não dizer grotescas.
Ler hoje no “Diário de Noticias”, Paulo Pedroso recomendar ao PS para abandonar a tentação de ser o partido do centro do sistema, equidistante da direita e da esquerda”, é quase tão ridículo como ouvir o inenarrável António Barreto considerar a votação do PCP, como o facto mais notável destas eleições, pela “SUA DERROTA “HISTÓRICA!!!”.
Gostava de poder perguntar ao Paulo Pedroso, que diz no mesmo artigo ser da ala esquerda do PS, que me indicasse uma….. uma só, lei “deste” partido socialista, que prejudicasse os interesses da direita.
Gostava também de lhe perguntar, para evitar respostas evasivas á primeira pergunta, se era capaz de me indicar uma……uma só uma lei do Partido Socialista, daquelas que ele iria classificar de esquerda, que não tivesse carácter caritativo, ou no mínimo eleitoralista.
Quanto ao senhor doutor António Barreto, aconselhava-o a ir tratar-se. Está mesmo doente!!!
Foi por demais evidente, no dia das eleições, quando solicitado em primeiro lugar para dar uma opinião sobre os resultados eleitorais, que o homem meteu água por tudo quanto é sítio.
Bolçar entusiasmado que a “coisa” mais importante destas eleições era a “derrota histórica” do PCP, ao pressentir que o Bloco de Esquerda ia ultrapassar o Partido Comunista, é um caso extremo de paranóia, que nem como tentativa de influenciar quem estava a ver o programa, ou o testemunho dos seus companheiros de tertúlia, na SIC Notícias, justificava.
Para não perder mais tempo, mudei de canal, sem sequer ouvir os seus companheiros, destacados intérpretes da verdade nacional, ditada pelo grande capital, que dá pelo nome de “Quadratura do Circulo”, cuja pluralidade de tão burricalmente tendenciosa, se devia chamar mais adequadamente “Quadrúpedes em Circulo”.
Saí dali suficientemente enojado, para perceber que não merecia a pena perder tempo com semelhantes abantesmas, que não ia aprender nada com eles e sabendo de antemão o que lhes vai na alma e sobretudo o PORQUÊ!!!
Eu compreendo o António Barreto. Ó se compreendo!!!
O homem ainda está traumatizado, pelos milhões de graffiti em que era justamente acusado de carrasco da Reforma Agrária e destruidor do sonho de milhares e milhares de alentejanos, que fizeram a mais exemplar Reforma Agrária, alguma vez feita, em qualquer parte do mundo.
Não fora esta “Reformativa psicose", facilmente a alimária teria percebido que o resultado já se adivinhava facilmente há muitos meses e era mais do que justificado, pela óbvia insatisfação das populações e pela desastrada política concebida e defendida pelo Socrático primeiro-ministro e seus capangas.
O seu entusiasmo, ao desconfiar que o Bloco de Esquerda iria ultrapassar a CDU, não lhe deu sequer para reparar, no significado do substancial aumento da votação da CDU e nomeadamente do Partido Comunista Português.
A sua menina dos olhos era o Bloco de Esquerda.
A sua fobia ao PCP e a sua tremenda “dor de corno”, assente no facto deste partido continuar a existir e a defender, os explorados deste país, coerentemente como sempre, cada vez com mais força, apoiado entusiasticamente pelos militantes e simpatizantes, ultrapassa a sua capacidade de discernimento
O “analista” não conseguiu perceber, ou fingiu que não percebia, estar a assistir á transferência em massa dos habituais votantes do PS, para o Bloco de Esquerda ou a votar em branco, devido ao facto de estarem amedrontados com o caminho que as coisas estão a tomar, por exclusiva responsabilidade do Governo Socialista.
É possível classificar em três categorias, esses eleitores justamente assustados: “Politizados” “Menos politizados” e “Despolitizados”.

A eles apresentavam-se três alternativas, para resolvera sua opção de voto.
a) - Votar Partido Comunista Português
b)- Bloco de Esquerda
c) - Votar em branco ou anular o voto
.
1º Grupo – Os Politizados
Os mais politizados, apesar de toda a tradicional pressão dos “média”, resolveram desta vez entregar o seu voto á CDU e nomeadamente ao Partido Comunista Português, porque sabem que esta força representa a única alternativa que na presente crise tem capacidade e projecto, para defender os interesses dos trabalhadores.
2 º Grupo - Os menos politizados
Estes votantes, correram em massa a dar o seu voto ao Bloco de Esquerda.
Dada a grande quantidade destes ”refugiados”, o Bloco de Esquerda tornou-se visível.
Como veremos, se a situação se estabilizar, este partido arrisca-se a tornar-se uma espécie de sucursal do Partido Socialista, ou melhor dizendo, vão-se tornar o “O Partido Socialista numero dois”, ou algo que estaria muito próximo dos desejos de Manuel Alegre corporizar, mas sendo a falácia o seu forte, deu essa oportunidade, a quem já estava no “mercado”.
Este grupo de dissidentes do PS, é fundamentalmente constituído na base da influência da propaganda anti-comunista, que desde sempre e de forma meticulosa, defendeu e interpretou os fenómenos políticos, de acordo com os interesses da classe dominante, isto é do grande capital.
Para estes ex-socialistas, esta é uma alternativa fácil, pois o BE é uma organização muito bem aceite pela dos meios de comunicação social, com um discurso de esquerda convincente e sobretudo com líderes bem-falantes.
As posições políticas, que caracterizam o BE assentam no facto de, criticando por vezes severamente as medidas deste governo, têm um património ideológico difuso e um projecto de sociedade ainda não definido, que pode vir a ser tudo, o que as conveniências de ocasião justificarem.
É um partido simetricamente clone do CDS, com a característica de Paulo Portas e Francisco Louçã, serem politicamente gémeos, de sinal contrário, pelo menos aparentemente.
Até no que toca às suas organizações políticas, ambas vivem igualmente do culto das suas imagens e dos seus talentos.
As suas posições políticas ou qualquer simples declaração que pronunciem, são largamente difundidas por todos os meios de informação.
Tudo isto torna-os populares aos olhos dos burgueses, até porque, de uma forma explícita, não conflituam com os seus interesses, e servem perfeitamente para de vez em quando os aproveitarem. para dar umas ferroadas nos comunistas .
A definição ideológica do Bloco de Esquerda vai-se entretanto protelando para as calendas gregas, a fim de poder continuar a agradar a gregos e troianos.
No dia em que essa definição se tornar clara, muito entusiasmo que vi espelhado nos rostos dos bloquistas, que nesse dia de relativo sucesso nas eleições europeias, vai esmorecer nalguns e vai fazer perceber á maioria que afinal eram mais comunistas do que pensavam, porque obrigatoriamente não há outra alternativa para a humanidade sobreviver.
Nessa altura estará “a dar a bolota com a porcalhota”.
3º Grupo - Os despolitizados
O terceiro grupo, inclui os que não sabem , nem querem saber de política, os anti-comunistas por “osmose”, anti-comunistas primários, anti-comunistas “secundários”, que também os há certamente, os “enganados do costume”, os “tudo menos isso” e finalmente os que consideram o voto em branco, uma forma de protesto.
Foram estes os “heróis” dos numerosos votos brancos e certamente alguns nulos.
Gostava de terminar com um conselho a todos os anti-comunistas!
Experimentem um dia comprar o Avante. Leiam este jornal, quanto mais não seja por curiosidade ou por cultura geral.
Terão então ocasião de verificar a honestidade da sua informação.
Mas se isso for pedir demais, experimentem só a ler as suas últimas páginas, onde estão descritas a enorme quantidade de iniciativas deste partido e ficarão surpreendidos, não só pela formidável actividade que é levada a cabo diáriamente, em todo o país, como estranho e injustificável é o silêncio que sobre elas fazem, toda a comunicação social.
Teoricamente estamos numa democracia pluralista e a nossa Constituição, não admite esta descriminação.
Mas ela existe e de que maneira!!!!
Vou ter a paciência de enviar este texto ao António Barreto a ver toma consciência das suas dificuldades psicológicas e aconselhá-lo a consultar um médico, pois os doentes psíquicos, normalmente não reconhecem o seu problema.

1 comentário:

Nunes disse...

Caro Juvenal,
Será o ex-ministro Álvaro Barreto do PSD ou o António Barreto da "Lei Barreto"?
Se for o último, o Juvenal tem uma entrevista na revista "Sábado", n.º 264, datada de 21 a 27 de Maio, com extensa matéria de foro psíquico.
Estamos a falar de um animal que não tem problema em falar do seu passado e dizer coisas como: "Bati num professor"; Fiz uma carícia indevida a uma professora"; Era cruel com os bichos, o que é terrível." C
Chega mesmo a dizer que nas suas férias com os irmãos: "Matávamos gatos, enfiávamos flechas nas galinhas e nos perus."
Quanto ao seu percurso político já o conhecemos, mas ainda tem o seu percurso boémio: "No máximo fumei três ou quatro charros... Snifei uma ou duas linhas pequeninas (de cocaína)."
Tem nesta entrevista muita matéria para compreender as ditas opiniões do bicho.
Se quiser, envio-lhe cópias desta entrevista por e.mail (em scanner).
É um autêntico achado, a nível psíquico e patológico.
Por aqui já podemos compreender o nível e a loucura de quem diz algo como "derrota histórica do PC nas eleições europeias".
Abraço