A QUADRATURA DO CIRCULO
Sempre achei este programa de televisão da "SIC Notícias", tendencioso e extremamente
negativo, quer do ponto de vista democrático, quer do ponto de vista pedagógico,
independentemente da reconhecida capacidade intelectual dos seus residentes.
A sistemática ausência, de um elemento com a visão de um partido de esquerda genuína, deforma o debate, torna-o tendencioso, pouco credível e elimina a hipótese de esclarecer a problemática nacional com isenção, nas suas mais diversas opções e complexas variantes.
Bem me lembro do dia em que resolveram chamar um elemento do Partido Comunista, no caso Honório Novo, que teve uma intervenção de tal maneira brilhante e esmagadora, que justificou à saciedade, a razão por que uma visão mais humanista, solidária e firmemente anti- exploração capitalista, assusta os responsáveis pelo programa, nas contas que têm de prestar ao dono da estação de televisão, onde o programa tem acento.
No entanto, de há uns tempos para cá, tenho notado uma alteração significativa na linguagem de um dos mais interessantes intervenientes deste programa, que é o historiador Pacheco Pereira.
Os seus arrasadores comentários às decisões do governo de Passos Coelho, pareceriam para quem chegasse agora e não conhecesse os protagonistas do programa, que toda aquela gente, era de uma esquerda progressista, excepção feita logicamente a Lobo Xavier, que continua na sua moderada e dissimulada linguagem, a camuflar a sua genuína natureza elitista e camaleónica “tendência fascisante”.
O último programa, bateu todos os anteriores, neste tipo de alteração de linguagem conceptual.
Perante a ausência do socialista (quanto baste) António Costa, Pacheco Pereira num arrebatado momento do historiador que existe em si, desnudou completamente o projecto económico/político de Lobo Xavier, denunciou a intenção do governo destruir o estado social, assim como a natureza secreta, mas profundamente ideológica, da transformação que Passos Coelho está a tentar levar a cabo em Portugal, anulando tudo o que cheire às conquistas do 25 de Abril.
Do meu ponto de vista, faltou-lhe denunciar a carente falta de legitimidade do governo para fazer o que estão a fazer.
Alem disso, ao rebater os argumentos sobre a frágil recuperação que os dados estatísticos apresentam, não referir o facto de que isso deriva exclusivamente do facto da economia ter batido no fundo, esquecendo o que os rendimentos do capital estrangeiro que exportamos (royalties), equivalem a 3% do PIB nacional e não serem tidos nessas contas.
Mesmo assim, nunca me passou pela cabeça que fosse possível vir um dia a aceitar como minhas, as palavras de Pacheco Pereira, mas os tempos terríveis que estamos a viver, são de facto tão extraordinários e a evolução é tão rápida e imprevisível, que o que ontem era impossível, tornou-se hoje uma realidade.
Então alguma vez me passou pela cabeça ser possível ver o Pacheco Pereira a comentar ferozmente os desvarios do dissimulado governo PSD e a considerar quase fascistoide, a sua ala ligada ao governo.
Alguma vez me poderia ter passado pela cabeça, que ainda viveria o tempo suficiente para ver o social-democrata Pacheco Pereira, ex-maoísta ferrenho, criticar violentamente os desvarios da aliança de um primeiro-ministro PSD, com a camarilha do cata-vento Paulinho das feiras, fictício provedor dos idosos, condestável postiço dos agricultores, falsificado patrono dos contribuintes.
Pois é, Juvenal, ele até já vai aí!!!
Aprecie agora o espetáculo, do reformado Pacheco Pereira, na sua nova vestimenta de caprichado opositor, ao insano frenesim do governo Portas/Coelho e veja lá como o tempo é capaz de mudar as vontades, como diz José Mário Branco:
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
A sistemática ausência, de um elemento com a visão de um partido de esquerda genuína, deforma o debate, torna-o tendencioso, pouco credível e elimina a hipótese de esclarecer a problemática nacional com isenção, nas suas mais diversas opções e complexas variantes.
Bem me lembro do dia em que resolveram chamar um elemento do Partido Comunista, no caso Honório Novo, que teve uma intervenção de tal maneira brilhante e esmagadora, que justificou à saciedade, a razão por que uma visão mais humanista, solidária e firmemente anti- exploração capitalista, assusta os responsáveis pelo programa, nas contas que têm de prestar ao dono da estação de televisão, onde o programa tem acento.
No entanto, de há uns tempos para cá, tenho notado uma alteração significativa na linguagem de um dos mais interessantes intervenientes deste programa, que é o historiador Pacheco Pereira.
Os seus arrasadores comentários às decisões do governo de Passos Coelho, pareceriam para quem chegasse agora e não conhecesse os protagonistas do programa, que toda aquela gente, era de uma esquerda progressista, excepção feita logicamente a Lobo Xavier, que continua na sua moderada e dissimulada linguagem, a camuflar a sua genuína natureza elitista e camaleónica “tendência fascisante”.
O último programa, bateu todos os anteriores, neste tipo de alteração de linguagem conceptual.
Perante a ausência do socialista (quanto baste) António Costa, Pacheco Pereira num arrebatado momento do historiador que existe em si, desnudou completamente o projecto económico/político de Lobo Xavier, denunciou a intenção do governo destruir o estado social, assim como a natureza secreta, mas profundamente ideológica, da transformação que Passos Coelho está a tentar levar a cabo em Portugal, anulando tudo o que cheire às conquistas do 25 de Abril.
Do meu ponto de vista, faltou-lhe denunciar a carente falta de legitimidade do governo para fazer o que estão a fazer.
Alem disso, ao rebater os argumentos sobre a frágil recuperação que os dados estatísticos apresentam, não referir o facto de que isso deriva exclusivamente do facto da economia ter batido no fundo, esquecendo o que os rendimentos do capital estrangeiro que exportamos (royalties), equivalem a 3% do PIB nacional e não serem tidos nessas contas.
Mesmo assim, nunca me passou pela cabeça que fosse possível vir um dia a aceitar como minhas, as palavras de Pacheco Pereira, mas os tempos terríveis que estamos a viver, são de facto tão extraordinários e a evolução é tão rápida e imprevisível, que o que ontem era impossível, tornou-se hoje uma realidade.
Então alguma vez me passou pela cabeça ser possível ver o Pacheco Pereira a comentar ferozmente os desvarios do dissimulado governo PSD e a considerar quase fascistoide, a sua ala ligada ao governo.
Alguma vez me poderia ter passado pela cabeça, que ainda viveria o tempo suficiente para ver o social-democrata Pacheco Pereira, ex-maoísta ferrenho, criticar violentamente os desvarios da aliança de um primeiro-ministro PSD, com a camarilha do cata-vento Paulinho das feiras, fictício provedor dos idosos, condestável postiço dos agricultores, falsificado patrono dos contribuintes.
Pois é, Juvenal, ele até já vai aí!!!
Aprecie agora o espetáculo, do reformado Pacheco Pereira, na sua nova vestimenta de caprichado opositor, ao insano frenesim do governo Portas/Coelho e veja lá como o tempo é capaz de mudar as vontades, como diz José Mário Branco:
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Sem comentários:
Enviar um comentário