Mensagem

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sábado, 30 de abril de 2016


          CHERNOBYL
Fez no passado dia 26, 30 anos que se deu o desastre de Chernobyl.
Acompanhamos na altura com muita apreensão, as notícias que nos chegavam sobre a evolução da situação.
Ainda recordo as preocupações que nos causaram a deslocação das nuvens radioactivas que pairaram sobre Escandinávia e memorizámos alguns dos heroicos esforços levados a cabo pelos bombeiros, que foram severamente submetidos à radiação, em consequência da qual vieram a morrer poucos dias depois.
Tivemos também conhecimento da mobilização feita de forças do exército soviético para apoiarem as medidas de contenção da radioactividade, em consequência da qual morreram 4.000 desses soldados, bem como tiveram de abandonar a região, mais de 135.000 pessoas.
Pouco tempo depois, passada a “novidade”, já poucas noticias tínhamos sobre a explosão que destruíra aquela usina nuclear em Chernobyl e só alguma curiosidade mais específica, permitia saber que se tinha criado uma área de exclusão em torno da cidade e que o numero de vítimas mortais final, se poderia situar entre as 8 e as 10.000 pessoas.
Sabemos agora, que apesar dos esforços feitos, continuamos a viver sobre uma grave ameaça e independentemente dos biliões de dólares gastos para solucionar o problema, até hoje, ainda não foi encontrada uma solução segura e definitiva.
É como se um vulcão estivesse adormecido e a todo o momento possa entrar em erupção, lançando para a atmosfera novas nuvens de radioactividade.
Afinal, todos nós na Europa e não só, contrariamente ao que pensávamos, ainda corremos sérios riscos de podermos vir a ser afectados pelas radiações que continuam a desenvolver-se, nas ruinas daquele autêntico vulcão adormecido.
Surpreendente, foi também o facto de só agora termos conhecimento que todos aqueles heroicos pilotos dos helicópteros, que tiveram como missão lançar milhares e milhares de toneladas de cimento, sobre o reactor que tinha explodido, a fim de criar uma espécie de sarcófago que contivesse a radiação que não parava de libertar, tinham morrido, em consequência da enorme quantidade de  radiação, a que se sujeitaram.
E a avaliar pelas consequências que só agora são passiveis de ser conhecidas, elas foram e continuam a ser, muito maiores do que alguma vez tivéssemos imaginado.
Segundo noticiava o jornal Leninskoye Znamya:
Faleceram, devido às elevadas doses de radiação a que estiveram sujeitas, oitocentos mil homens dos que trabalharam na limpeza de Chernobyl
Dezenas de milhares de pessoas ainda irão morrer de câncer, causado pela radiação e haverá um aumento de doenças genéticas, de malformações congênitas, de abortos involuntários, e de bebês prematuros, nas gerações vindouras. Os diretores de fazendas informaram haver um índice crescente de defeitos congênitos entre os animais criados nas fazendas: “Bezerros sem cabeça, membros, costelas ou olhos; porcos com crânios anormais”. Informou-se que as medições das taxas de radiação apresentam-se 30 vezes maiores do que as normais na área. Crescem pinheiros incomumente grandes na área, bem como choupos com folhas de 18 cm de largura, cerca de 3 vezes seu tamanho normal.
Toda a minha necessidade de falar desta trágica memória, foi depoletada ao ler emocionado um texto que veio publicado no Blogue “Manifesto 74” , que recomendo vivamente, pois nele estão descritos importantes pormenores daquela trajédia que demonstra até que ponto o ser humano pode atingir niveis de sacrifício e entrega, que configuram uma das mais belas lições de solidariedade, que a História registará.
Ao mesmo tempo, não posso deixar de realçar os verdadeiros actos de heroísmos, que elevam o espirito de sacrifício e fraternidade do ser humano, a níveis tão gloriosos, que me leva a acreditar, que só seriam possíveis numa  sociedade socialista que tenha no horizonte o comunismo.
Só uma sociedade socialista de novo tipo, será capaz de produzir seres humanos tão generosos e fraternos, capazes de oferecerem voluntariamente a própria vida, ao serviço do bem comum.
É um pensamento talvez despropositado porque se torna revoltante, confessar a memória que me assaltou, quando por psicológica indução, reflecti sobre o se passaria em Portugal, se tivéssemos que enfrentar situação semelhante.
A diferença abissal entre aquela sociedade, ainda que imperfeita porque iniciática, baseada no Marxismo-Leninismo mas sujeita a errar porque original e governada por homens e o que se passa entre nós, dita civilização ocidental, que se orienta por objectivos exclusivamente apoiados na exploração do próximo, cultores de valores e  objectivos que potenciam o consumismo, não poderia ter outro resultado que não fosse uma sociedade alienada, egoista, individualista e insensível ao sofrimento humano.
Particularmente em Portugal, onde a caridade  é o sucedâneo da solidariedade, o nível da nossa generosidade é ciclicamente demonstrado pela “caritativa” e “salazarenta” directora, do Banco Alimentar Contra a Fome, Isabel Jonet , dirigindo o trabalho de milhares de ingénuos voluntários, que aumentam substancialmente as receitas dos hipermercados, propondo aos fregueses que aí vão fazer as suas compras, encher os sacos de plástico que “pressurosamente” lhes oferecem para que as Isabeis Jonés deste mundo, possam continuar a ensinar os “seus” pobrezinhos "reaprender a viver mais pobres" e " a empobrecer porque vivem acima das suas possibilidades".
Bem sei que o caso dessa senhora, é também um problema do foro psicológico, mas como em tantos outros casos, os vestígios da herança Salazar são ainda muito visíveis, sobretudo no anticomunismo, latente nos meios de comunicação social.
Quantas vezes já deram como morto o Partido Comunista Português?
Quantas vezes bazofiaram dando como finados, os prosélitos do comunismo?
Quantas vezes já deram como ultrapassada as teses Marxistas-Leninistas?
Quantas oportunidades bazofiaram, para dar como ultrapassado ou finado o comunismo.
No entanto os comunistas cá continuam, seguros dos seus ideais, não olhando a sacrifícios, prosseguindo pertinazmente a sua luta por uma sociedade mais justa, mais fraterna e sobretudo mais humana e solidária, com a certeza que será sua a vitória final.
Nessa luta todos os golpes, mentiras, artifícios, astúcias, subterfúgios e hipocrisias têm sido utilizados.
É dentro desta realidade, deste combate sem tréguas, que vou citar o caso do General Eanes, homem que consideramos honesto, mas certamente incapaz de se libertar da sua costela anticomunista, pese embora o notório esforço que faz para parecer isento e imparcial nas suas avaliações políticas.
Sou capaz também de estar a ser ingénuo, mas acredito que faz um esforço titânico para transformar a ficção da sua opinião, num acto de lógica honestidade.
O General Eanes foi ontem entrevistado por Maria da Flor Pedroso, na Antena 1(pode ver AQUI aos 31.04)
Ao interrogar o general General Eanes, na parte final da entrevista. Flor Pedroso procurou saber a sua opinião, sobre a recusa do Partido Comunista Português em não sufragar o programa de Estabilidade do Governo.
Vindo de quem vem, e não fora a gravidade da afirmação, seria hilariante esta sua tentativa de passar por sensatamente imparcial, ou pelo menos honestamente isento.
Respondia assim o General Eanes:
Presto homenagem à coragem de Jerónimo de Sousa, é evidente que ele não pode de repente cortar com o passado” pois ”ele tem de garantir a unidade, transformando a continuidade”.
Quere-se dizer, nós os comunistas portugueses, elegemos um verdadeiro “Jerónimo Marcelo Caetano de Sousa” como secretário-geral do Partido e não sabíamos!
Lá que ele vá “garantir” a Marcelar “continuidade” ainda é como o outro.
Já temos o afilhado de Marcelo Caetano, como presidente, não será preciso partir a perna à cadeira, para cortar com o passado.
Agora exigir isso do nosso Jerónimo de Sousa, do nosso querido esforçado e fiel secretário-geral?
Oh Senhor general, então isso faz-se?
Já pensou que são quási 100 anos de luta na defesa dos trabalhadores?
á viu quanto sofrimento, quantas centenas de anos de prisão tiveram os seus militantes?
Já viu quantos militantes morreram, só porque defendiam a classe dos reformados, dos pensionistas, dos desempregados, dos explorados deste país?
Já imaginou aquelas as sessões de tortura do sono, que quando os torturados já viam baratas e ratos a saírem dos nós das tábuas do soalho, é que consideravam atingidas as condições ideais para os fazer confessar o inconfessável.
Já considerou a força interior que necessita ter cada um dos comunistas espancados para manter um silêncio sepulcral, para não atraiçoar os seus camaradas?
Já pensou por um pequeno momento que fosse, o que passaram aqueles desgraçados que foram desterrados para o Tarrafal, só porque queriam um mundo melhor, mais justo, mais livre?

HÁ COISAS QUE NÃO SE DIZEM …SENHOR GENERAL!!!

 

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