Mensagem

Mensagem

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

SHERPAS
Traduzi este “power point”, com algum desconforto, na medida em que me custou ver uns “herois”de corpinho bem feito e uns desgraçados carregados de uma forma barbara, pela necessidade de ganhar a vida.
A desproporção do sacrifício daquela gente que carrega aqueles enormes e pesadíssimos fardos, é chocante, indigno e revoltante.
Ainda por cima, para gáudio de uns quantos “desportistas”, o que torna a situação mais injustificada.
Até aceitamos que a sua colaboração seja útil e necessária, para ajudar a encontrar os melhores caminhos, ou a proporcionarem albergue para quem se quer arriscar naquelas paragens e praticar montanhismo ou alpinismo.
Aquilo que para nós é inadmissível, é o exagero da desproporção dos sacrifícios.
Vão para aquelas paragens, por mero desporto ou prazer pela aventura, mas é doloroso que para satisfazer uns caprichos desta natureza, se sirvam de seres humanos daquela forma, independentemente de se considerar que aquele povo, pelas suas características, está mais familiarizado com as características do terreno, da altitude e do clima.
De qualquer modo são seres humanos.



NESTE LINK
SEM COMENTÁRIOS!!!












NOTÍCIA DO CORREIO DA MANHÃ

TRIBUNAL DE CONTAS, CHUMBA
OPERAÇÕES ÀS CATARATAS EM CUBA.

A auditoria feita pelo Tribunal de Contas à Câmara Municipal de Vila Real de Santo António, relativa às contas de 2007 a 2009, concluiu que a verba então despendida pela autarquia para levar doentes do concelho a Cuba, para serem operados às cataratas, é uma despesa ilegal porque não foi sujeita à consulta prévia do mercado a que estão obrigados este tipo de contratos de aquisição de bens e serviços. "É lamentável pôr em causa a intervenção humanitária na vida de 300 pessoas que estavam há uma década à espera de poder ver", disse ao CM Luís Gomes, presidente da Câmara de Vila Real de Santo António.
De acordo com o Tribunal de Contas (TC), a autarquia gastou 640 540 euros no tratamento, em Cuba, de doentes daquele concelho algarvio, alegando que cada doente custou, em média, 2900 euros. "O tribunal enganou-se nas contas", alega Luís Gomes. O autarca sublinhou que as deslocações dos doentes ao país das Caraíbas – suportadas na íntegra pela câmara – envolviam operações às cataratas e também uma componente de tratamentos integrais de saúde (check-up) com eventual encaminhamento para especialidades.
Segundo o CM apurou, cada doente custou à autarquia 2000 euros, numa primeira fase, e 1400 numa segunda, a partir de 2008. Estes valores incluem 700 euros de viagem e estada por 15 dias, com alojamento e alimentação, operação aos dois olhos e tratamentos integrais. Na altura, as listas de espera nos hospitais públicos eram longas e os privados praticavam entre 3 mil a 4 mil euros só pela operação aos dois olhos. Depois de a câmara começar a levar doentes a Cuba, o Governo ‘injectou’ 20 milhões de euros na redução das listas de espera, levando à queda dos preços nos privados.

Lendo esta notícia, chegamos a várias conclusões:

- A primeira e mais evidente, é o sentimento de revolta que tal decisão nos desperta e a vontade expressar o nosso protesto e a nossa angústia, contra os poderes políticos que determinam situações como estas, num país civilizado como devia ser o nosso.

- A segunda, é interrogarmo-nos, indo ao concreto da questão, como é possível um dito Serviço Nacional de Saúde, conseguir manter 300 doentes com deficiências visuais, esperando dez- anos-dez, por uma simples operação às cataratas.
- A terceira, diz respeito ao facto de um dos muitos organismos de controlo financeiro do Estado, condenarem por irregular uma verba de 640.540 €, dispendidos pela autarquia, para dar vista a 300 dos seus cidadãos, com o argumento de não ter cumprido uma hipotética irregularidade burocrática, ao mesmo tempo que o governo que tutela esse organismo, se permite a dar cobertura legal a uma verba superior a 5.000 milhões de Euros, para cobrir os roubos feitos num Banco “privado”, sob sofismas artificiosos, na defesa do estafado “Interesse Nacional”.
- A quarta, é bom referir, a despesa foi paga com dinheiro da autarquia, logo em grande parte com a participação pecuniária em impostos municipais, dos próprios beneficiários e dos restantes cidadãos desse concelho.
- A quinta, lembrar que a verba dispendida, constituiu um critério de gestão dos dinheiros municipais que ao dar prioridade á questão da saúde pública, mais não fez que utilizar um direito inerente aos plenos poderes que nesse capítulo têm as autarquias.
- A sexta, torna-se doloroso pensar que por causa de uma a verba média de 1.700 Euros, (ridícula neste caso, qb) se está a discutir o “urgentíssimo” direito á visão de cada um desses indivíduos. Se ainda por cima, considerarmos que nessa verba estão incluídos os 700 Euros da viagem, os 15 dias de estadia e os “tratamentos integrais de saúde (check-up) com eventual encaminhamento para especialidades”, como nos refere o Presidente da autarquia.
- A sétima, impressiona-nos a complementaridade dos cuidados clínicos dispensados aos doentes, descriminados pelo presidente da autarquia como um “check- up” geral, com encaminhamento para as especialidades, em comparação com os nossos “civilizados” e “evoluidíssimos” tempos de espera por uma simples consulta, para não falarmos nos tempos de espera para operar doenças, que pela sua natureza e gravidade, a cada dia que passa acelera a morte do doente.
Estas questões numa perspectiva moral, deviam condenar a prisão, os responsáveis por tais situações.
- A oitava, diz respeito á revolta que nos causa o artificioso esquema das taxas, ditas moderadoras, inexistentes em Cuba apesar de ser um país muito pobre, demonstrando á exaustão, a que ponto estas taxas são imorais e injustas.
Nunca é demais lembrar que o nosso Serviço Nacional de Saúde está constitucionalmente descrito como “tendencialmente gratuito”. No entanto, sem qualquer respeito pela principal Lei que nos rege, as entidades que nos “desgovernam” estão sempre a aumentar esse verdadeiro imposto, evocando os mais variados e habilidosos argumentos.
- A nona, porque nos veio á memória um assunto não focado na notícia, mas que se prende com o criminoso preço dos remédios.
É um escândalo, que com o argumento de se cobrir os custos de investigação, se obrigue um cidadão a pagar preços exorbitantes por um remédio, que a maior parte das vezes custa mais a embalagem ao fabricante, que o seu conteúdo.
Não pensem que exageramos. Lembramos o episódio relatado no filme “SICKO”, de Michael Moore, onde este realizador aborda os problemas de saúde de algumas populações, fazendo uma descrição do que se passa no Canadá, Inglaterra e França, onde todos os cidadãos têm cuidados médicos gratuitos, apesar de serem países muito ricos. Demonstrando igualmente nesse filme, que o sistema de saúde cubano, é um dos melhores do mundo, apesar de ser um país muito pobre.
(Curiosamente o americano está em último lugar, entre os países mais desenvolvidos, apesar de ter o custo por pessoa mais elevado de todos)
Na parte do filme que se analisa o sistema de saúde em Cuba, que reproduzimos em vídeo a seguir a este texto, pode-se ver uma americana que fazia parte da equipe de filmagens, debulhada em lágrimas, reconhecendo que ganhava 1.000 dólares por mês de ordenado e tinha de gastar 120 dólares num dos remédios que tomava habitualmente.
Em Cuba esse mesmo remédio custou-lhe apenas, 3,2 pesos Cubanos, equivalentes 5 cêntimos de dólar.
Admitimos que generalizar este problema, rouba credibilidade ao argumento aparentemente, mas no concreto, a realidade pouco se afasta da nossa versão.
- A décima, para terminar, e não exceder o nº dos mandamentos da Lei de Deus, resta-nos o pecado de ter nascido em Portugal, para ter de pagar 3 a 4.000 Euros por uma operação que em Cuba a partir de 2008 custa 1.400 Euros “valores incluem 700 euros de viagem e estada por 15 dias, com alojamento e alimentação, operação aos dois olhos e tratamentos integrais” segundo afirmação do próprio presidente da Câmara de Vila Real,(como acima já foi referido), que teve a “criminosa” atitude de querer dar vista aos cidadãos da autarquia que o elegera, para exactamente tratar dos problemas das suas vidas em geral e da saúde em particular, como se viu de facto.
Agora está “lixado”porque fez concorrência desleal e descobriu a careca aos mafiosos que exploram a situação.
Infelizmente de uma forma geral, os nossos médicos esqueceram muito do humanismo que está subjacente á profissão.
Esqueceram igualmente, que foi o dinheiro dos contribuintes, que pagou até há pouco a quase totalidade da sua formação técnica. Agora aproveitam para explorar quem deles necessita, formando uma elite que só pensa em dinheiro, salvo raras e honrosas excepções.
É um facto indiscutível e generalizado, que o humanismo tradicional da classe médica hoje em dia, foi vendido por um prato de lentilhas.
Se estiver interessado na totalidade do filme, apresentado em vários vídeos,clique
: NESTE LINK

Sem comentários: