Mensagem

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terça-feira, 25 de janeiro de 2011


NO RESCALDO DAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS

Mais uma vez em eleições, estiveram os comunistas longe de obter os resultados que correspondessem não só á sua influência social, mas sobretudo aos valores sociais, morais, éticos e económicos, que defendem e certamente correspondem aos interesses da maioria esmagadora do povo português.
Vários argumentos concorreram para que tal acontecesse.
Uns habituais, fruto de um anticomunismo cavernícola, outros do costumeiro tratamento discricionário dos média e desta vez temos a acrescentar uma original maneira de impossibilitar o exercício do direito de voto, particularmente penalizadora dos comunistas, da inteira responsabilidade do Ministério da Administração Interna e provocada pelo cartão do cidadão.
Sabedores que somos da tradicional militância dos comunistas, consideramos que foram eles os mais afectados, entre os milhares de pessoas que se viram impedidos de votar, devido a essa aberração administrativa.
Para o Partido Comunista Português a abstenção no exercício de cidadania, é o comportamento mais prejudicial, na medida em que, esta atitude reflecte uma verdadeiramente vantagem para a direita.
É por esta e outras razões que de há muito defendemos neste Blogue uma consigna, em defesa do voto obrigatório.
Há quem opine, que na democracia impor o direito de voto, é cercear a liberdade individual.
Discordamos como principio.
Levar a esse extremo a liberdade de opção de um indivíduo, é fomentar o alheamento da população em expressar o seu pensamento sobre uma matéria que a todos diz respeito.
A leitura enviesada de liberdade individual, permite a um cidadão abster-se de emitir a sua opinião, mesmo que errada, em defesa dos seus interesses e com reflexos profundos nas orientações políticas e económicas globais da sua própria comunidade.
O paralelo com a obrigatoriedade de cada um comparticipar através dos impostos, para a manutenção do colectivo, não é despiciendo como argumento, mas é sobretudo na oportunidade de aprofundar a discussão política e clarificar os objectivos mais adequados para cada cidadão, que alicerçamos principalmente a nossa opção pelo obrigatoriedade do voto.
Não é por acaso que há muito nos empenhamos a divulgar a necessidade do voto obrigatório, para através dele se possa exercer a pedagogia, que dê aos cidadãos uma maior consciência cívica.
As lições que podemos extrair dos resultados obtidos pelas forças de esquerda, e nomeadamente pelos comunistas, nestas ultimas eleições presidenciais, são exemplarmente inventariadas, num artigo de Fernando Samuel, que pode ler seguir na nossa coluna “Coisa que li… e gostava de ter escrito!” e me foi enviado por vários camaradas e publicado no Blogue Cravo de Abril.
Dos comentários feitos a esse texto, reproduzimos dois extractos, que reflectem algumas das interrogações, perplexidades que devem ser a de muitos comunistas, por um lado incrédulos com o que se passou e por outro, orgulhosos como nós, da excepcional categoria e da brilhante defesa das posições dos comunistas feita pelo seu candidato Francisco Lopes o que para alguns, constituiu uma autêntica surpresa!
Dizia o primeiro:
“Passados que são 37 anos da revolução dos cravos, com o país a atravessar um dos períodos mais negros da sua historia com um assalto a tudo o que é regalia sócio/laboral e desempenhando o PCP um vasto trabalho no terreno, aliás sendo o único partido que o faz no terreno, não seria lógico que tivesse o retorno em votos fruto desse deu trabalho??? Mas não, mantemo-nos nos números de sempre sem que nos consigam explicar porque é que as coisas se passam assim. Porque é que a mensagem não passa????”
E um segundo:
“Foi a melhor campanha a que eu já assisti: um candidato ao lado do povo, a lutar pelo povo e com o povo! Um homem que pela sua simplicidade, determinação, empenho, inteligência, coerência e amabilidade soube honrar esta campanha! A ele, ao colectivo, ao partido, todos os aplausos! Merecidos por mérito, conseguidos por um trabalho incansável e de excelência.”

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