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sábado, 2 de abril de 2011

SIMPLESMENTE ARRASADOR

ALGUMA DAS VERDADES OCULTAS EM PORTUGAL

Nós ficamos verdadeiramente siderados, pelos comoventes apelos da nossa classe dirigente, ao povo português, para que nesta hora de gravíssimas dificuldades, se una para ultrapassar a perigosa crise financeira que assola Portugal.
Ouvem-se igualmente constantes apelos, para que os partidos que se entendam, pois é evidente que o tacho já deu o que tinha a dar e é tempo, de navegar noutras águas, que permitam continuar a “esmifrar” o povo.
É preciso terem lata!!!
No meio destas hienas esfomeadas, o que mais me espanta, é ouvir nos programas de rádio e televisão, cidadãos a defenderem inocentemente esta quadrilha, na medida em que pela profissão que exercem, ou pelo nível ou conteúdo verbal que exibem, são nitidamente dos elementos mais atingidos pelas criminosas medidas deste governo.
É de facto enternecedor, ver Cavaco Silva e a camarilha que o bajula, a babar ternura patriótica, em desesperados apelos de unidade.
Nem de propósito recebemos um texto em espanhol da Agência de Notícias “INTER PRESS SERVICE (IPS)”, que embora seja já antigo, mantém uma actualidade impressionante.
Achei por bem traduzi-lo, para que nenhuma das suas importantes palavras pudessem causar dificuldade de interpretação.
É um texto arrasador, que reflecte a forma como Portugal é visto pela Espanha e esclarece algumas das muitas verdades ocultas aos portugueses.
Faço um solene convite para que medite no seu conteúdo, o divulgue o mais possível e se lembre dele, sempre que ouça os apelos "patrióticos" vindos desses hipócritas.
No fundo só pretendem que o povo remedeie, com a sua fome e a sua miséria, os roubos, a rapina dos fundos europeus, a pilhagem do aparelho produtivo, os privilégios e imunidade dos grandes empresários e industriais que continuam a mamar nas tetas da vaca da exploração, o gamanço legalizado dos exagerados ordenados que a maioria esmagadora dos incompetentes executivos da nossa praça aufere, os luxos e desvairados benefícios com que se regala a nossa classe política, com excepção dos que fazem do vermelho a cor da sua consciência.

SÃO ESTES OS NOSSOS VOTOS SINCEROS

É ESTE O TEXTO QUE MOSTRA PORTUGAL VISTO DE ESPANHA E AS VERDADES QUE NOS OCULTAM

Indicadores económicos e sociais periodicamente divulgados pela União Europeia (UE) colocam Portugal em níveis de pobreza e injustiça social é inadmissíveis para um país que integra desde 1986 o "clube de ricos" do continente.
Mas o golpe de misericórdia foi dado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE): Portugal nos próximos anos ainda se vai distanciar mais dos países avançados.
A produtividade mais baixa da UE, a escassa inovação e vitalidade do sector empresarial, educação e formação profissional deficientes, mau uso dos fundos públicos, gastos excessivos para fracos resultados, são os dados assinalados pelo relatório anual da OCDE sobre Portugal e que contempla 30 países industrializados.
Ao contrário da Espanha, Grécia e Irlanda (que também faziam parte do grupo "pobres" da UE), Portugal não soube aproveitar para o seu desenvolvimento os consideráveis fundos que fluíram sem cessar de Bruxelas durante quase duas décadas, é opinião coincidente de analistas políticos e económicos.
Em 1986, Madrid e Lisboa aderiram à então Comunidade Económica Europeia com níveis relativamente semelhantes de desenvolvimento, e há apenas uma década, Portugal ocupava um lugar acima da Grécia e da Irlanda no ranking da EU.
Mas em 2001, foi ultrapassado por estes dois países, enquanto a Espanha conseguia situar-se a curta distância do meio da tabela.
"A convergência da economia portuguesa com as mais avançadas da OCDE, pareceu deter-se nos últimos anos, deixando um buraco significativo na renda “ per capita", segundo a organização.
No sector privado, os recursos de capital nem sempre foram utilizados de forma eficaz e as novas tecnologias não são rapidamente adoptadas, afirma a OCDE.
"A força laboral portuguesa, conta com menos educação formal que os trabalhadores de outros países da UE, incluindo os novos membros da Europa Central e Oriental", assinala o documento.
Todas as análises sobre os montantes investidos concordam que o problema central não está na quantidade, mas no modo de distribuição. Portugal gasta mais do que a grande maioria dos países da UE em remuneração dos funcionários públicos tendo em referência o seu produto interno bruto, mas não consegue melhorar significativamente a qualidade e a eficiência dos
serviços. Com maior percentagem de professores por quantidade de alunos que a maior parte dos membros da OCDE nem mesmo assim consegue dar uma educação e formação profissional competitiva com o resto dos países industrializados.
Nos últimos 18 anos, Portugal foi o país que recebeu mais benefícios “per capita” em apoios comunitários. No entanto, depois de nove anos a aproximar-se dos padrões da UE, a partir de 1995, começou a afrouxar e as perspectivas hoje indicam um maior distanciamento.
Aonde foram parar os fundos comunitários? É a pergunta insistente em debates televisivos e em colunas de opinião, dos principais jornais do país. A resposta mais frequente é que o dinheiro foi engordar os bolsos de quem já tinha mais.
Os números indicam que Portugal é o país da UE com maiores desigualdades sociais e com os salário mínimo e médio mais baixos da EU, pelo menos até 01 de Maio, quando este passou de 15 para 25 nações.
É também o país da EU em que gestores de empresas públicas têm salários mais elevados. O argumento mais frequente dos executivos, indica que “ o mercado define os salários”. Consultado pela IPS, o ex-ministro das Obras Públicas (1995-2002) e actual deputado socialista João Cravinho desmentiu essa teoria. "São os próprios administradores quem define os seus salários, descarregando as culpas para o mercado", disse ele.
Nas empresas privadas com participação estatal ou nas estatais com accionistas minoritários privados, "os executivos fixam os seus astronómicos vencimentos (alguns chegam a atingir os 90.000 dólares por mês, incluindo bónus e outras regalias), com a cumplicidade dos accionistas de referência", disse Cravinho. Esses mesmos grandes accionistas, são por sua vez altos executivos, e todo o sistema é estruturado basicamente em detrimento dos pequenos accionistas, que vêem assim uma grossa fatia dos lucros ir parar às contas bancárias dos gestores ", lamentou o ex-ministro. A crise económica portuguesa que estancou o crescimento português nos últimos anos "está a sendo paga pelas classes mais desfavorecidas", disse ele. Esta situação de desigualdade surge em cada dia com os exemplos mais variados.
A mais recente é a crise no sector automóvel.
Os comerciantes queixam-se de uma queda de quase 20 por cento nas vendas de carros de baixa cilindrada, com preços entre 15.000 e 20.000 dólares. Mas os representantes de marcas de luxo como Ferrari, Porsche, Lamborghini, Maserati e Lotus (veículos valor superior a US $ 200.000), lamentam não poder satisfazer todos os pedidos, perante um aumento 36 por cento na procura.
Estudos sobre a tradicional indústria têxtil Lusa, que foi uma das mais modernas e de qualidade mais elevada em todo o mundo, demonstram que a sua estagnação se deve a não terem realizado as necessárias adaptações para se modernizarem. Mas por outro lado, a zona norte, onde se concentra a indústria têxtil, tem mais carros Ferrari por metro quadrado que a Itália.
Um executivo espanhol de informática, Javier Felipe, disse à IPS que segundo a sua experiência com empresários portugueses, estes “ estão mais interessados na imagem que projectam, do que no resultado do seu trabalho”. Para muitos “é mais importante o automóvel que conduzem, o tipo de cartão de crédito que pode mostrar para pagar uma conta ou modelo de telemóvel, que a eficiência de sua gestão ", disse Felipe, ressalvando no entanto que há excepções.
Tudo isso vai modelando uma mentalidade que, no fim de contas, afecta o desenvolvimento de um país ", disse ele.
A evasão fiscal impune é outro aspecto que tem cerceado investimento no sector público com efeitos potencialmente positivos na superação da crise económica e do desemprego, que este ano atingiu 7,3 por cento da população economicamente activa. Os únicos que contribuem plenamente para os cofres do estado são os trabalhadores contratados, que descontam na entidade laboral. Nos últimos dois anos, o governo decidiu aumentar a carga fiscal sobre esses contribuintes, provocando situações "obscenas" e "escandalosas", segundo o economista e comentarista de TV Antonio Pérez Metello. "Em vez de anunciar progressos na recuperação dos impostos daqueles que continuam a rir na cara do Fisco, o governo (conservador) decide tomar uma fatia ainda maior daqueles que já pagam o que é devido, deixando intacta a nebulosa de fugitivos fiscais, sem coerência ideológica, sem visão do futuro ", criticou Metelo. A prova está explicitada num artigo de opinião de José Vitor Malheiros, publicado terça-feira no jornal "Público", de Lisboa, que fustiga a falta de honestidade na declaração de rendimentos, das chamadas profissões liberais. De acordo com os documentos apresentados ao Fisco, os médicos e dentistas declararam um rendimento médio anual de € 17.680 (21.750 dólares), os advogados 10.864 (13.365 dólares) Arquitectos, 9277 (11,41 mil dólares) e os engenheiros, 8.382 (10.310 dólares americanos). Estes números indicam que para cada 6 € pagos ao Fisco " roubam 9 à comunidade”, uma vez que estes profissionais, não sendo trabalhadores dependentes, deveriam contribuir com 15 por cento do imposto sobre o rendimento do trabalho e afinal são tributados apenas em seis por cento referiu Malheiros. Com a restituição de impostos ao fechar um ano fiscal, estes "roubam mais do que pagam, como se um talhante nos vendesse 400 gramas de bife e nos fizesse pagar um quilo, e há 180 mil destes profissionais liberais que em média nos roubam 600 gramas por quilo ", comentou sarcasticamente.
Se um país permite que um profissional liberal com duas casas e dois carros de luxo declare rendimentos de 600 euros (738 dólares) por mês, ano após ano, sem ser questionado no mínimo, pelo Fisco e ainda por cima recebe um subsídio do Estado para ajudar a pagar o colégio particular dos seus filhos, significa que o sistema não tem nenhuma moralidade ", disse ele.

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