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domingo, 15 de dezembro de 2013




                      CGTP-IN                         
ANÁLISE SOBRE A 10ª AVALIAÇÃO DA TROICA.
É absolutamente extraordinária, a importância que esta análise tem, quer pela sua isenção, quer pela sua elevada categoria técnica.
Ele dá-nos a possibilidade de ficarmos a saber exactamente a situação concreta em que o país se encontra e as trágicas perspectivas futuras, se entretanto esta cambada que nos (des) governa não for corrida do poder.
Porque é um longo estudo e dada a sua importância, resolvemos dar aqui um “cheirinho” do início desse relatório, para os leitores deste Blogue se aperceberem da sua importância, na denúncia concreta das linhas com que se cosem as políticas deste governo de traição e as razões ideológicas que norteiam as suas decisões.
Começa assim o relatório:
 “Os programas de empobrecimento e exploração (Programas de Assistência Económica e Financeira, na linguagem oficial) apresentam três objectivos principais assumidos: a redução de desequilíbrios orçamentais; a melhoria da competitividade; e o apoio aos bancos. Decorridos dois anos e meio da sua aplicação cabe fazer um balanço, procurando saber se foram alcançados e qual o verdadeiro estado do país:
·  A política de consolidação orçamental conduziu à recessão e limitou a capacidade do Estado de obter receitas, o que levou à reorientação da política fiscal em 2013: o agravamento da carga fiscal visa os que dela não podem fugir (os assalariados). Porém, os resultados na redução do défice público são escassos (em 2014 não andará longe do de 2011), houve uma colossal acumulação de dívida pública, enfraqueceram-se as funções sociais do Estado e a segurança social está a ser conduzida para uma situação de ruptura;
·  A competitividade anunciada, assente nas chamadas "reformas estruturais" promoveu a desregulação do trabalho, a redução brutal dos salários dos trabalhadores e o empobrecimento generalizado da população e do país. A contracção da procura interna terá como consequência uma diminuição, sem precedentes, de 772 mil empregos no período de 2008 a 2014, enquanto a conjugação da redução salarial com o desemprego fez retomar a emigração para valores comparáveis aos verificados na década de 60 do século passado. Um país que é abandonado pelos seus jovens, na maioria com elevadas habilitações, e por trabalhadores qualificados não é seguramente mais competitivo. O défice da balança corrente foi absorvido mas à custa da redução brutal das importações;
Qual o futuro que temos pela frente? No curto prazo, o Orçamento de Estado para 2014 (OE2014) significa uma intensificação da "austeridade" que tem um efeito equivalente a 2,3% do PIB e está toda centrada na despesa, através do corte dos salários e das pensões, enquanto se mantém um nível de tributação opressivo sobre os salários ao mesmo tempo que se alivia a tributação dos lucros. Temos igualmente uma "reforma do Estado", que funciona como um mero chavão para o corte da despesa social assente, nomeadamente, nos despedimentos e na redução de salários e pensões. No médio e longo prazo, temos uma perspectiva de estagnação económica e um cenário de "austeridade permanente".
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