JOSÉ ANTÓNIO PINTO
Realizou-se há dias, na Assembleia da República, a entrega
do Prémio Direitos Humanos 2013 comemorativo do 50º aniversário da declaração
Universal dos Direitos Humanos.
Um dos premiados com a medalha de ouro foi José António
Pinto, assistente social na freguesia da Campanhã na cidade do Porto.
Este premiado causou enorme emoção por, quando agradecendo a
distinção, denunciou no seu discurso, alguns dos gravíssimos problemas com que
se debate a maioria dos portugueses, começando por dizer: “Troco esta medalha por outro modelo de desenvolvimento económico”.
Esta observação inicial, bem como outras que se foram
seguindo, mereceram calorosas salvas de palmas da maioria esmagadora dos assistentes
e um significativo murmurejar sem bater palmas, dos espectadores que sentados
nas filas da frente, exprimiam assim o mal-estar que a censura implícita lhes causava,
certamente por se sentirem culpados, de muitos dos factos denunciados e só estarem
ali, por dever do ofício.
Homem simples, generoso, José António Pinto, recusa a
caridade como solução para a pobreza e bate-se pelo direito que todos temos à
felicidade: “Deixo ficar esta medalha no
parlamento se os senhores deputados me prometerem que futuramente as leis
aprovadas nesta casa não vão causar mais estrago na vida daqueles que por terem
deixado de dar lucro são hoje considerados descartáveis”.
Homem corajoso e frontal acrescenta entre outras declarações:
“Quero que os cidadãos do meu país
hipotecado realizem os seus sonhos, quero que estes governantes estanquem
imediatamente este processo de retrocesso civilizacional, que ilumina palácios,
mas ao mesmo tempo deixa pessoas a dormir na rua”.
Ouvi-lo na entrevista que posteriormente José António Pinto
deu à Antena 1, consola a alma, acrescenta respeito e admiração por esta alma de eleição, este lutador e faz-nos sentir humildes e muito pequeninos.
São homens como este, que transformam a vida numa missão de
coragem, generosa e desinteressada, iluminados pelas virtudes de uma ideologia
que racionaliza o que o homem tem de melhor, que nos dá a garantia que o futuro
não pode deixar de contar com estes valores e homens como este, para tornar a
humanidade mais feliz e realizar o sonho de ter um mundo, sem a exploração do
homem pelo homem.
Ouçamos então a maravilhosa entrevista que José António Pinto
deu ao jornalista Nuno Rodrigues da Antena 1 e retiremos dessa lição de
humanismo, as forças necessárias para lutar com mais vigor, se possível, por um
mundo melhor, mais justo e solidário.
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