TEMPOS DE LOUCURA
OU OS INFELIZES CONCEITOS DOS NOSSOS PRIMEIROS MINISTROSDepois de durante uns dias ter soçobrado às agruras de uma fortíssima gripalhada, sou surpreendido na primeira tentativa que faço para ver televisão, por uma entrevista ao nosso primeiro-ministro Passos Coelho, feita por Nuno Rogeiro e Martin Cabral no programa “Sociedade das Nações”, da “Sic Noticias”.
É assustador, ouvir este homem que tem o poder de decidir sobre o meu futuro, dos meus familiares e dos meus concidadãos, afirmar com toda a calma do mundo, quando Nuno Rogeiro lhe pergunta se não lhe custa que a Europa seja vendida a retalho aos chineses, mesmo cumprindo todas as regras do mercado, responder:
“A mim não me repugna coisa nenhuma”.
Perante tão perturbante e abrangente afirmação, Nuno Rogeiro instintivamente contesta:
“Espero que lhe repugne alguma coisa”
Reagindo instintivamente ao intempestivo escrúpulo do entrevistador, viu-se obrigado a melhorar o desabafo acrescentando:
“Não, não no que respeita á venda de activos. Eu julgo que quando alguém não tem dinheiro suficiente para manter uma grande empresa, se quer manter a criação de riqueza e de emprego, deve entregar a gestão dessa empresa a quem tem dinheiro para a gerir e também quem a saiba gerir.”
Está tudo dito e não é preciso acrescentar mais nada, para se perceber a canalha de bufarinheiros, que nos saiu na rifa.
Que pesadelo para um cidadão, acabar sair de um governo em que o seu principal responsável José Sócrates, esbanjou toda a capacidade económica e financeira do país, e não satisfeito, hipotecou grande parte do futuro de Portugal, porque defende a peregrina ideia de:
”Para países como Portugal e Espanha pagar a dívida é uma ideia de criança”.
O senhor que se seguiu, é outro que entre as belas qualidades que possui, não lhe repugna nada vender o património português, a um qualquer grupo chinês, alemão ou de qualquer outra nacionalidade, desde que em primeiro lugar tenha dinheiro para o comprar e em segundo o saiba gerir bem.
Neste gerir bem, está certamente a primordial preocupação de que eles possam enviar bastantes “royalties” e dividendos, para as suas contas nos paraísos fiscais.
Também provou que não lhe repugna nada, alimentar a gula dos banqueiros, esfolando o povo trabalhador, os reformados e pensionistas, bem como roubar o futuro às novas gerações, que só têm como opção emigrar, à média de 400 por dia.
Nada melhor para terminar este texto que uma paródia musical do grupo “The Codice”, com o título “A Injecção da Banca”, numa adaptação de uma conhecida música de Quim Barreiros, que um amigo me enviou, onde a brincar a brincar, dizem absolutas evidências da libertina cumplicidade, entre o governo e os banqueiros.
Embora na tragédia dos tempos que correm, cause perplexidade um tempo para sorrir, permitimo-nos colocar esta brincadeira musical, onde se retracta de forma sorridente, até que ponto, nós os parolos deste país, estamos condenados a morrer à mingua, para a minoria dominante não perder as habituais mordomias.
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