Mensagem

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quarta-feira, 17 de março de 2010

Poema de:Fernando Peixoto

Tem apenas doze anos o miúdo !
Doze séculos, já, de frustração,
Doze séculos inteiros de absurdo
E poucos, muito poucos de ilusão.

Doze anos num rosto de graúdo
E tantos, já, na luta pelo pão !
Meu menino lindo a quem falta tudo !
Meu menino, meu filho, meu irmão !

Teu corpo frágil move-se na dança
Horripilante dum trabalho duro
C'o a música das máquinas por fundo.

As tuas mãos, pequenas, de criança,
Ganham calos brincando c'o Futuro
Enquanto esperas que melhore o mundo


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SINAIS DE FOGO
Miguel Sousa Tavares, Entrevista
D. Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas

Uma primeira nota.
Não consigo compreender como nos tempos que correm, ainda se coloca o Dom antes do nome do “dignitários” da hierarquia da Igreja.
Também não há muito tempo que a Igreja se dava ao trabalho de seleccionar para os seminários, todos aqueles que nas escolas mais se distinguiam pela inteligência.
Este comportamento tinha algum sucesso, na medida em que as crianças escolhidas sabiam ser aquela a única forma de continuarem os seus estudos e a carreira eclesiástica permitia-lhes libertarem-se do destino a que estavam condenados pelo trabalho escravo e pelas humilhações, a que os trabalhadores rurais estavam sujeitos.
Por outro lado, o clero, ao hierarquizar o seu poder, tinha o privilégio de pode acenar com a “cenoura” do título “Dom qualquer coisa”, para mobilizar a fidelidade e controlar os melhores entre os melhores e pelas benesses que tais cargos proporcionavam.
Esta promoção de classe, embora ilusória, era de facto uma tentação, que disciplinava muitas vontades mais rebeldes.
É bom não esquecer que naqueles tempos, para se subir na escala social, a via mais fácil, era pela porta da Igreja.
Trepar até ser “Dom qualquer coisa”, era um poderoso aliciante, mesmo sendo um sucedâneo, passava a usufruir um tratamento em tudo semelhante á aristocracia dominante, o que era verdadeiramente sedutor na época.
Mas hoje???
É simplesmente ridículo!!!

Depois deste desabafo, vamos ao assunto do programa da SIC, “Sinais de Fogo”

Os temas da entrevista de Miguel Sousa Tavares (MST) a D. Januário Torgal Ferreira, Bispo das Forças Armadas, eram os casamentos homossexuais e o abuso de menores pelos padres, entre outros.
Numa altura em que os padres estão debaixo de fogo por causa de abusos a menores, despertou-nos a atenção perceber como um alto quadro da Igreja Católica encarava o problema.
Não gostamos do MST, porque os seus esgares de arrogância, e malcriadas demonstrações de sobranceria, não correspondendo em substância, á prosápia que pretende lhe sirva de escudo.
Para ele não é novidade o que pensamos, pois já lho dissemos por escrito e portanto, estamos de consciência tranquila.
No primeiro programa de “Sinais de Fogo” a que tínhamos assistido com enorme expectativa, a matéria-prima era de primeira qualidade e prevíamos que MST, fosse espremer o 1º ministro até ao tutano.
Mas pelo contrário, foi uma completa frustração.
Se houve alguém que fosse espremido, foi o MST!
Sócrates, tem conhecidamente comportamentos e problemas, que permitiriam a um qualquer iniciado repórter televisivo, brilhar a grande altura e fazer um trabalho estimulantemente patriótico, na medida em que tivesse a coragem de enfrentar o “animal feroz”.
Mas não, pelo contrário.
Não queremos pensar que fosse por cobardia, que o MST nos deu a impressão de incompetente.
Ele deve ser mesmo incompetente, porque ficámos com a sensação de que nem sequer tinha feito o trabalho de casa.
Já na entrevista do ex-Inspector da polícia judiciária Gonçalo Amaral, pelo contrário, sentiu-se que tinha feito tanto esforço no trabalho de casa, que passou o tempo a querer demonstrá-lo.
Perdão, eu disse que tinha sido uma entrevista, mas exagerei!
Queria dizer, aproveitou a presença do ex-inspector para emitir as opiniões que tinha, desde sempre ou adquiridas na preparação da entrevista, sobre o desaparecimento da Madie Maccann.
Foi um autêntico libelo acusatório ao ex-polícia.
Nunca lhe deu margem, para se poder defender das acusações que entretanto lhe ia fazendo e nem sequer lhe consentiu que elaborasse um raciocínio completo.
Fez àquele infeliz, o que eventualmente gostaria de ter feito ao Sócrates.
Chegamos a ter a impressão que Gonçalo Amaral estava a perder a paciência e acabaria por abandonar o estúdio a qualquer momento.
De facto, só não deve ter feito, por até ao fim deve ter mantido a expectativa de poder dar a versão da sua intervenção na referida tragédia.
Esperança baldada, pois não teve oportunidade de expor minimamente as suas razões.
Com o Bispo D. Januário, passou-se exactamente o contrário.
A entrevista ao Bispo das Forças Armadas, foi a antítese da anterior
Foi totalmente diferente.
De comum, só a igual falta de qualidade, do entrevistado e do entrevistador.
O Bispo debitou, debitou e estranha e inusitadamente o MST limitou-se a pequenas perguntas e raras opiniões pessoais, o que permitiu ficar a perceber em pouco tempo, que o nível intelectual do Bispo era tão deficiente, como a sua dicção e argumentação.
Ficámos também com a certeza , que o estilo “acutilante” ou melhor dizendo “malcriado” “petulante” e “insolente” de MST, só funciona às vezes e depende essencialmente dos convidados, pelos vistos e pelos ouvidos
Não podemos testemunhar se foi assim até ao fim da entrevista, pois a páginas tantas desistimos.
Não tínhamos coragem de continuar, era demasiadamente doloroso.
D, Januário, numa tentativa de amenizar a responsabilidade dos padres abusadores, fez uma afirmação monstruosa e inadmissivelmente aberrante.
Nós explicamos.
A páginas tantas MST, coloca interrogação, se do celibato dos padres, não seria uma das razões da proliferação de casos de pedofilia na Igreja Católica.
D, Januário com hipócrita humildade contesta:
“O celibato não resolve, porque o próprio celibato, até se torna de facto um perigo” .
MST interrompeu, para emitir a sua opinião, como lhe está na massa do sangue afirmando:
“Que o celibato se torna um perigo, sim, concordo consigo, está á vista”.
Nesta altura o “Dom Bispo” para esclarecer a sua opinião sobre o casamento de um padre, vomita:
“o que eu vou dizer é uma enormidade. Aquele que casar, vai ter filhos a quem vai violar. Desculpe-me isto é terrível, mas….
Aí, enojados, não resistimos e mudámos de canal.
Estava tudo dito!!!!

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