Mensagem

Mensagem

quinta-feira, 30 de agosto de 2012


 
                  UM PROBLEMA!!!

O jornal “Correio da Manhã” vive preocupado fundamentalmente com a descrição dos crimes e desgraças que ocorrem, lança um olhar cúmplice nos “faits divers” mais escabrosos ou pornográficos.
No desporto, diariamente desenvolve uma concorrência desleal aos (3-jornais-3) diários, especializados em desporto (+ um online), além de suplementos desportivos, todas as semanas.
Quanto à situação política e económica nacional, a maioria dos seus jornalistas, sofre de ambliopia (visão deficiente, sem justificação estrutural da anomalia) que só lhes permite ver bem o que se passa à direita.
Os que enxergam à esquerda, são raros e utilizados exclusivamente, para dar um ar de pluralidade.
No texto que vamos reproduzir de autoria de Paulo de Morais, temos o exemplo típico do que acabamos de afirmar.
Ele é uma das raras vozes, que nesse jornal, vai colocando o dedo em algumas das feridas gravíssimas da nossa situação política e económica, mas a redacção do jornal neste caso, para “equilibrar as coisas” resolveu reproduzir o comentário a esse texto, de um leitor anónimo (???), que alegadamente foi o mais votado (???) por dizer: 
"Este fabiano diz o mesmo que se dizia nas tabernas antigamente: "são todos uma cambada". E acusa, acusa, acusa. A profissão dele é acusador. Quanto lhe paga a Transparência Internacional para acusar? Um balurdio !!!".







A pique
·         28 Agosto 2012


Por:Paulo Morais, 

Professor Universitário





A aquisição de submarinos por parte do Estado português
aos alemães não é só um caso de corrupção. Representa a podridão na política e simboliza o estertor do sistema de justiça. O processo de compra inicia-se no governo de António Guterres, cujo ministro da Defesa era o advogado Rui Pena.

Conclui-se já no consulado de Durão Barroso, sendo então Paulo Portas o ministro com a tutela das Forças Armadas. Os processos de concurso e de aquisição foram opacos, as contrapartidas que os alemães deveriam dar ao Estado português não se concretizaram. Os portugueses foram lesados em muitos milhões. Neste crime, terão sido beneficiados particulares, advogados e os partidos políticos do arco do poder. A corrupção foi provada de forma inquestionável. Na Alemanha, há já condenados a cumprir penas de prisão por terem corrompido portugueses. Por um processo análogo, foi condenado e preso um ex--ministro grego. Mas em Portugal não há acusados, os processos adiam-se e prescrevem, documentos desaparecem misteriosamente. Os principais protagonistas parecem não querer que a Justiça actue. Barroso e Guterres, detentores de proeminentes cargos internacionais, não se incomodam por estarem ligados a tão obscuro processo. Paulo Portas, apesar de ferido na sua honorabilidade, é o representante máximo da diplomacia portuguesa, afectando a credibilidade do país no concerto internacional. Os secretário-geral do PSD de então, José Luís Arnaut, é hoje sócio do ministro que iniciou o processo e ambos se associaram ao actual presidente da Comissão Parlamentar de Defesa, Matos Correia. Convenientemente, garante-se a inacção do Parlamento.

Entretanto, a Justiça revela-se incompetente. Oscila entre arquivamentos incompreensíveis, a incapacidade de reunir documentos e a apatia total. Não poderia ser mais colaborante com os criminosos. Os procuradores deveriam, no mínimo, acompanhar a justiça alemã, mas nem isso conseguem. Do alemão para o português há problemas de tradução. E de tradição.

Este caso dos submarinos, sendo uma gravíssima questão de justiça, mais do que isso é um assunto de regime. Se deixar intocáveis os corruptos, se permitir este nível de impunidade na política, o regime afundar-se-á com os submarinos. A pique

Sem comentários: