ESTOU FURIOSO COM O
SPORTING CLUBE DE PORTUGAL
Desde muito novo, fui influenciado em termos desportivos, por
um tio que era daqueles adeptos radicais e ultra-facciosos do Benfica.
Ainda me lembro vagamente, de ser levado ao velho campo do
Benfica nas Amoreiras, quando tinha para aí os meus 5 ou 6 anos.
Com o andar dos tempos, fui ganhando particular afecto ao
Sporting e porque era um apaixonado do futebol, recordo que durante algum
tempo, cheguei a ser sócio simultaneamente do Sporting e do Benfica, para poder
ir assistir aos jogos, todas as semanas.
Não me recordo de qual teria sido a origem preferir o
Sporting, mas desde sempre me lembro de ser essa a minha preferência.
Quando penso nisso, uma das hipóteses, era querer contrariar
esse meu tio, por discordar do seu facciosismo, a outra seria a minha congénita
tendência de proteger os mais fracos e como todos na família eram do Benfica,
devo ter achado que no Sporting é que estava bem.
Não sei situar exactamente a época em que se processou a dita
viragem (se é que chegou a existir!), posso como segunda hipótese atribuir a
influência aos meus colegas de brincadeira e de turma no Liceu Passos Manuel,
que eram os Roquettes e os primos Rebelos de Andrade, com os quais fundámos um
clube a que demos o nome de “Águias Brancas” e cujo padrinhos (certamente por
influência dos Roquettes) foram os jornalistas Cândido de Oliveira fundador do
jornal “A Bola” e Tavares da Silva, mais tarde selecionador nacional.
Já que estou a recordar essa efeméride, não posso deixar de
assinalar que a equipe dos “Águias Brancas” enquanto existiu, nunca perdeu um
jogo, contra equipas semelhantes de outras escolas e tinha uma estrela, que ao
mesmo tempo jogava nos infantis do Estoril Praia e se chamava “Pica”. Era um
jogador genial, que por várias vezes mereceu uma “caixa” a descrever os seus
feitos, no jornal “A Bola” de tão habilidoso que era. Infelizmente morreu ainda
jovem, atropelado quando passeava de bicicleta. Dos restantes componentes da
equipe, dois ou três profissionalizaram-se no futebol e da ligação dos
Roquettes ao Sporting, fala a história desse clube.
A ligação a um clube, é daquelas afinidades que estão na chamada
“massa do sangue” que mais não é do que o remanescente “instinto gregário” que
se desenvolveu nas origens do homem, como instintiva manifestação de
auto-defesa e sobrevivência.
Esse sentimento, radica-se no intuitivo sentimento de tribo,
que se opõe objectivamente ao profundo desejo de liberdade e originalidade que
a civilização trouxe à humanidade.
É neste complexo mundo de sentimentos, que as opções são
tomadas e definem o caracter apaixonado de grande parte dos adeptos dos clubes
ou simples associações.
O gregarismo e a liberdade são o essencial do comportamento
das massas, não só em relação aos clubes desportivos, como em todas as outras
actividades colectivas do género humano.
Pela minha parte, sempre dediquei ao Sporting um afecto que
pensava e penso, irá morrer comigo.
No entanto estou a passar por uma fase, em que a dimensão da
indignidade que a direcção do clube do meu coração cometeu, ao financiar-se com
os dinheiros provindos da exploração criminosa do povo da Guiné Equatorial, não
me deixa outra alternativa senão esquecer, que alguma vez tive como preferência
este clube.
Pensar que no meu Sporting foram capazes de descer tão baixo,
para alimentar a sua pretensiosa vaidade, de hipoteticamente virem a ser candidatos
a campeões de qualquer coisa, é um sentimento que me indigna e revolta.
Socorrer-se do dinheiro que Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, com
fama de canibal e proveito de ser o maior criminoso de África, que se apropria
de tudo o que ao Estado pertence e rouba
os desgraçados naturais da Guiné Equatorial, a quem escraviza e explora,
perante a passividade duma sociedade que faz da exploração capitalista o seu
modo de vida, é superior a tudo o que pudesse imaginar e possa admitir.
Aquilo que me prende ao Sporting, aquilo que me honrava nas
derrotas, era pensar na dignidade que presidia ao seu orgulhoso passado e mantinha
a chama dos ideais mais nobres que o desportivismo pode gerar.
Agora, sinto-me tremendamente envergonhado.
Tenho esperança que este sentimento seja passageiro, porque
a fase má que estamos a viver, tem os seus dias contados. A nojeira há-de vir
ao de cima e os sócios do Sporting, certamente vão corrigir este criminoso acto
de gestão..
As virtudes desportivas hão-de falar mais alto, assim como o
respeito pela história deste clube que tinha desde sempre, as virtudes do “fair
play” como legenda, no comportamento dos seus atletas e das suas direcções.
A deslealdade traiçoeira de um treinador, que a propósito de
se intitular artificiosamente de profissional, resumiu a questão da lealdade
desportiva e o reconhecimento que deve ao Benfica, a uma miserável traição,
paga a peso de ouro é certo, com dinheiro roubado a um dos povos mais desgraçadamente
miserável do mundo, nada tem de comum com o desporto e muito menos com o
espírito sportinguista.
Para que se saiba quem é Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, o
bandido que está a pagar as vaidades do senhor “Bruno do Caralho” (falta o v….eu
sei. Foi de propósito porque de tão furioso, apetece-me praguejar !!!), é
necessário reflectir no significado dessas notas manchadas de sangue, que nos
chegam da África Equatorial, onde aquele criminoso ditador segundo a Wikipédia merece a seguinte resumidíssima
biografia:
90% de todos os
políticos da oposição vivem no exílio, 550 ativistas anti-Obing estão presos
injustamente e vários foram mortos desde 1979 .Em Julho de 2003, a estação de rádio estatal declarou que Obiang era um
deus "em permanente contacto com o Todo Poderoso" e que "pode
decidir matar sem ninguém o chamar a prestar contas e sem ir para o
inferno". Ele próprio fez comentários semelhantes em 1993.
De forma semelhante a Idi Amin, Obiang permitiu propositadamente
que se espalhassem rumores sobre se seria ou não canibal. Rumores fictícios
sobre o canibalismo têm sido utilizados durante
séculos entre o povo fang do centro e oeste africano de forma a criar medo
entre os oponentes, dos quais Obiang descende.
Em 2003, Obiang
informou o país de que se sentia obrigado a tomar controlo total sobre o
tesouro nacional de forma a prevenir que funcionários públicos fossem tentados
a participar em práticas corruptas. Para evitar esta forma de corrupção, Obiang depositou mais de metade
de um bilião de dólares em contas
controladas por ele mesmo e por sua família no Banco Riggs em Washington, D.C., levando um tribunal
federal estado-unidense a multar o banco em 16 milhões de dólares
O “power point” que se segue, completa o retrato do facínora
ditador Obiang, que para vergonha dos portugueses, conseguiu entrar para a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
(CPLP) (perante a memorável passividade
e aprovação do presidente Cavaco Silva, o homem que vive para manter o nó de
gravata mais perfeito do mundo!) a pesar
da Guiné Equatorial ser um país onde ninguém fala português.
Bem gostaria de saber quanto e a quem pagou para comprar o
prestígio de fazer parte de uma organização tão específica como esta.
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