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terça-feira, 30 de junho de 2015


GREXIT

REFERENDO É A PORTA DE SAÍDA DO EURO??

Estamos absolutamente indignados com os factos que chegaram ao nosso conhecimento esta manhã, de que a União Europeia, tinha enviado à Grécia uma proposta em que aceitava a partir de Outubro, prolongar os prazos de pagamento das dívidas e concedia “generosamente”, proteger as pensões dos mais pobres, não exigindo para eles nenhum corte, na condição do governo grego propor à população optar pelo sim, no referendo do próximo domingo.
A magnanimidade da proposta terminava, exigindo que o governo grego aceitasse as condições por escrito, não fosse o Syrisa ou Varoufakis arrependerem-se, à última hora.
Não dá para acreditar!!!
Esta caridosa filosofia de não cortar rendimentos a quem já não os tem, deixando de fora todos aqueles que praticamente já só tem dinheiro para pagar o enterro, é de um altruísmo comovedor, de resto, na linha a que nos habituou o nosso disléxico (por evidente desordem na fluência de leitura) ministro da Solidariedade, do Trabalho e da Segurança Social, Pedro Mota Soares, inicialmente reconhecido como ministro da lambreta (que imediatamente se transformou em BMW da gama alta), ou pela não menos manipuladoras afirmações, do irrevogável comissionista de submersíveis, Paulo Portas.
É tão estúpido vir hoje propor aos gregos que aceitem estas ridículas condições, como tentar chantagear um governo que democraticamente quis ouvir a opinião da sua gente, sobre o caminho a seguir na defesa do interesse da maioria.
Só mentalidades prepotentes, que estão a ver no horizonte alvoradas de cruzes gamadas, podem imaginar semelhante proposta.
Perante a realidade em que se tornou a nossa vida, governada por gente deste calibre, só há uma solução….sair “zona Euro” e quanto mais depressa melhor.
A única consolação, neste jardim à beira mar plantado, é existir um Partido Comunista com a exemplar tradição de luta do português, que apesar de estar a lutar contra um aparelho propagandístico  perverso e uma máquina muito bem oleada no sentido de o isolar e ocultar as suas posições e a sua actividade, vai com um apoio militante notável, alertando as pessoas para o que se está a passar.
Apesar de todo o anti-comunismo que por aqui vai proliferando, o que resta do 25 de Abril ainda vai permitindo ouvir gente lúcida, alertar igualmente para os perigos que a humanidade corre, se o Capitalismo conseguir levar por diante, os seus planos hegemónicos mundiais.
É o caso de Nicolau Santos, que hoje no programa da Antena 1, “Contas do Dia” se pronunciou sobre o voto dos gregos.
Para dar a dimensão dos problemas com que a Europa e o mundo se debate actualmente, fez uma analogia com o celebre livro de John Reed “Os 10 dias que abalaram o mundo”.
Por outro lado, ao centrar-se no facto de a União Europeia ter feito da coesão e solidariedade, a base do seu projecto e unidade de acção, ao recusar essa prática, nega aos povos a principal razão que os levou a aceitar de boa-fé, sem grandes exigências de se pronunciarem, uma Europa unida, apesar das imensas diversidades de interesses que se sabiam existir.
Também a eurodeputada Ana Gomes, no programa “Conselho Superior” se pronunciou violentamente contra esta Europa “incompleta” e nomeadamente contra a posição da Alemanha e da senhora Merkel, dada a particular e maléfica influência que tem o seu ministro das finanças Wolfgang Schäuble, a quem designa de “Dr. Strangelove”, figura mítica do filme de Stanley Kubrick que conta a história cheia de humor negro, de um tresloucado ataque atómico à União Soviética, nos tempos da Guerra-Fria.
Sobre a problemática que a questão grega levanta, numa perspetiva mais global, não será despiciente ler o que disseram ontem os dois conhecidos prémios Nobel, Joseph E. Stiglitz e Paul Krugman em artigos publicados quer no “Público” quer no “Jornal de Negócios” onde se pode ver que ambos apoiam o “Não” no histórico referendo que o governo grego vai levar a efeito no próximo domingo dia 5 de Julho.

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