JÁ ESTOU SATURADO!!!
Ainda falta tanto tempo para as eleições legislativas e já se
tornou insuportável ouvir Paulo Portas e o seu sócio Passos Coelho, debitarem
argumentos falaciosos, para justificar o injustificável, numa prematura e
longuíssima campanha eleitoral, prometendo transformar em constante, a sua
presença nos écrans televisivos, debitando chorrilhos de mentiras e exageros,
que de tão primários e evidentes, parecem dirigidas a uma assembleia de
mentecaptos.
Vindo de quem vem, não admira a deprimente infantilidade e o primarismo dos argumentos, começando por Portas a falar de “leilão de promessas” que o PS possa fazer (e fará certamente!!!) esquecendo que ele e o Coelho, só estão no governo, porque outra coisa não fizeram, senão tirar da cartola promessas a “pataco”, assinar tudo o que havia para assinar, desde que lhes permitisse correr com o Socrático e futuro preso 44.
Agora, a novidade, são as teatrais e espetaculares variantes na tessitura vocal que utilizam, que vão do grave ao agudo; o débito palavroso, alternante entre o lento e o presto, consoante as características do argumente exigirem as palmas da assistência, para tornarem credível os argumentos expostos.
O efeito dramático ou trágico que pretendem, obriga-os a mudar a tonalidade com frequência e esta pode ir do sussurro quási íntimo, à sinistra confidência de que se não votarmos neles, regredimos à idade da pedra.
Um espetáculo degradante, deprimente…insuportável!!!
Pelo seu lado Portas, sabedor que já deu o que tinham a dar as visitas às feiras, utiliza um novo truque para se tornar mais “popular”: recorre à gíria dos jovens, para “bombar” votos no “Portugal para Trás”.
Só não adjectivamos de “inovação”, o seu desejo de manipular as massas, porque em tempos de “empreendorismo”, nada tem de original manipular a informação, deturpar as finalidades e enganar o próximo, utilizando todos processos; dos científicos aos mais rasteiros, como modo de actuar neste mundo, onde fervilham as novas oportunidades de explorar os trabalhadores e cativar os ingénuos.
A grande tragédia, é que este estado de coisas, não se passa só neste “jardim à beira mar plantado”.
Portugal, é neste caso, um micro reflexo de um movimento mais geral de domínio mundial pelas elites capitalistas norte-americanas, geradas pela implosão da União Soviética, que teve em Reagan e Tatcher o “Adão e Eva” do processo de liberalização e desregulamentação financeira, alterando todas as práticas regulatórias e prudenciais.
Mais uma vez, aproveitamos a ocasião para chamar a atenção para o link que se encontra no cabeçalho deste Blogue e dirige directamente para um texto, onde os grandes empresários, industriais, políticos e mentores do mundo financeiro, reunidos na quási secreta Fundação Gorbachev, que tem sede em S.Francisco da Califórnia, nos Estados Unidos, nas antigas instalações onde a CIA centralizava o seu combate contra a ex-União Soviética e oferecidas àquele traidor, tentam justificar o aparecimento da sociedade dos 2/10, em consequência da qual 8/10 da população mundial está “justa e justificadamente” condenada ao desemprego e à miséria, graças aos robôs, informática e aos mais diversos tipos de automatismos, ao serviço dos donos dos meios de produção.
A manipulação científica das massas que o domínio dos meios de comunicação social permite e promove; o falso conceito das inevitabilidades, como uma das principais causas da progressiva degradação do nível de vida, são a essência da propaganda capitalista.
Com a implosão da União Soviética, desapareceu o grande obstáculo que ela constituía, na luta dos trabalhadores, contra a exploração do homem pelo homem.
Os Estados Unidos, a partir desse trágico colapso para a humanidade, passou a fomentar guerras, que geopoliticamente lhes interessavam, no sentido de manter o domínio das principais fontes energéticas e o controlo das principais rotas estratégicas, na defesa dos interesses da sua classe dominante, em aliança com os principais governos europeus, seus aliados ideológicos e militares, que o fazem de forma evidente ou disfarçada, através da NATO.
A chamada Globalização da economia, foi o primeiro passo, a que se seguiu a eleição da Rússia e da China como seus inimigos potenciais, na medida em que sabiam de antemão, que essas potências não alinhariam na sua estratégia.
A subversão dos factores económicos e financeiros, distanciam cada vez mais a ínfima minoria dos “donos disto tudo”, das grandes massas trabalhadoras.
A equidade, a justiça e a solidariedade, são permanentes apelos da imperiosa necessidade de “Novas Relações de Produção”, que o Capitalismo apelida de “coisas de comunistas”, na expectativa que os artificiosos pruridos dos tempos da guerra fria, não se tivessem tornado evidentes a sua falsidade.
A exploração desenfreada a que se dedicaram as elites capitalistas, transformaram num curso de educação política, o dia-a-dia das massas exploradas.
E é com as essa habilitações, de experiência feita, que se irão desenvolver as lutas futuras e não haverá propaganda que consiga camuflar a exploração desenfreada, a que estão sujeitas as classes trabalhadoras.
Porque o texto que se segue, de autoria de Andre Vltchek, publicado no “Dissident Voice”, apareceu traduzido no “Resistir.info”, relata de forma exemplar toda a tragédia com que se debate a humanidade nos tempos que correm.
Acrescentamos a sua leitura ao nosso texto, como um serviço público de alerta e informação detalhada.
Vindo de quem vem, não admira a deprimente infantilidade e o primarismo dos argumentos, começando por Portas a falar de “leilão de promessas” que o PS possa fazer (e fará certamente!!!) esquecendo que ele e o Coelho, só estão no governo, porque outra coisa não fizeram, senão tirar da cartola promessas a “pataco”, assinar tudo o que havia para assinar, desde que lhes permitisse correr com o Socrático e futuro preso 44.
Agora, a novidade, são as teatrais e espetaculares variantes na tessitura vocal que utilizam, que vão do grave ao agudo; o débito palavroso, alternante entre o lento e o presto, consoante as características do argumente exigirem as palmas da assistência, para tornarem credível os argumentos expostos.
O efeito dramático ou trágico que pretendem, obriga-os a mudar a tonalidade com frequência e esta pode ir do sussurro quási íntimo, à sinistra confidência de que se não votarmos neles, regredimos à idade da pedra.
Um espetáculo degradante, deprimente…insuportável!!!
Pelo seu lado Portas, sabedor que já deu o que tinham a dar as visitas às feiras, utiliza um novo truque para se tornar mais “popular”: recorre à gíria dos jovens, para “bombar” votos no “Portugal para Trás”.
Só não adjectivamos de “inovação”, o seu desejo de manipular as massas, porque em tempos de “empreendorismo”, nada tem de original manipular a informação, deturpar as finalidades e enganar o próximo, utilizando todos processos; dos científicos aos mais rasteiros, como modo de actuar neste mundo, onde fervilham as novas oportunidades de explorar os trabalhadores e cativar os ingénuos.
A grande tragédia, é que este estado de coisas, não se passa só neste “jardim à beira mar plantado”.
Portugal, é neste caso, um micro reflexo de um movimento mais geral de domínio mundial pelas elites capitalistas norte-americanas, geradas pela implosão da União Soviética, que teve em Reagan e Tatcher o “Adão e Eva” do processo de liberalização e desregulamentação financeira, alterando todas as práticas regulatórias e prudenciais.
Mais uma vez, aproveitamos a ocasião para chamar a atenção para o link que se encontra no cabeçalho deste Blogue e dirige directamente para um texto, onde os grandes empresários, industriais, políticos e mentores do mundo financeiro, reunidos na quási secreta Fundação Gorbachev, que tem sede em S.Francisco da Califórnia, nos Estados Unidos, nas antigas instalações onde a CIA centralizava o seu combate contra a ex-União Soviética e oferecidas àquele traidor, tentam justificar o aparecimento da sociedade dos 2/10, em consequência da qual 8/10 da população mundial está “justa e justificadamente” condenada ao desemprego e à miséria, graças aos robôs, informática e aos mais diversos tipos de automatismos, ao serviço dos donos dos meios de produção.
A manipulação científica das massas que o domínio dos meios de comunicação social permite e promove; o falso conceito das inevitabilidades, como uma das principais causas da progressiva degradação do nível de vida, são a essência da propaganda capitalista.
Com a implosão da União Soviética, desapareceu o grande obstáculo que ela constituía, na luta dos trabalhadores, contra a exploração do homem pelo homem.
Os Estados Unidos, a partir desse trágico colapso para a humanidade, passou a fomentar guerras, que geopoliticamente lhes interessavam, no sentido de manter o domínio das principais fontes energéticas e o controlo das principais rotas estratégicas, na defesa dos interesses da sua classe dominante, em aliança com os principais governos europeus, seus aliados ideológicos e militares, que o fazem de forma evidente ou disfarçada, através da NATO.
A chamada Globalização da economia, foi o primeiro passo, a que se seguiu a eleição da Rússia e da China como seus inimigos potenciais, na medida em que sabiam de antemão, que essas potências não alinhariam na sua estratégia.
A subversão dos factores económicos e financeiros, distanciam cada vez mais a ínfima minoria dos “donos disto tudo”, das grandes massas trabalhadoras.
A equidade, a justiça e a solidariedade, são permanentes apelos da imperiosa necessidade de “Novas Relações de Produção”, que o Capitalismo apelida de “coisas de comunistas”, na expectativa que os artificiosos pruridos dos tempos da guerra fria, não se tivessem tornado evidentes a sua falsidade.
A exploração desenfreada a que se dedicaram as elites capitalistas, transformaram num curso de educação política, o dia-a-dia das massas exploradas.
E é com as essa habilitações, de experiência feita, que se irão desenvolver as lutas futuras e não haverá propaganda que consiga camuflar a exploração desenfreada, a que estão sujeitas as classes trabalhadoras.
Porque o texto que se segue, de autoria de Andre Vltchek, publicado no “Dissident Voice”, apareceu traduzido no “Resistir.info”, relata de forma exemplar toda a tragédia com que se debate a humanidade nos tempos que correm.
Acrescentamos a sua leitura ao nosso texto, como um serviço público de alerta e informação detalhada.
COMO COMBATER A
PROPAGANDA OCIDENTAL
por Andre Vltchek
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Primeiro eles
fabricam mentiras monstruosas, depois dizem-nos que deveríamos ser objetivos!
Será o amor
objetivo; será a paixão?
Serão os sonhos
defensáveis logicamente e filosoficamente?
Quando uma casa é
atacada por bandidos, quando uma aldeia é invadida por gangsters, quando
fumo, fogo e gritos por ajuda estão a vir de cada esquina, deveríamos nós
conceder-nos o luxo do tempo para calcular, analisar e definir objetivos com
soluções completas, lógicas, holísticas e objetivas?
Acredito
firmemente que não! Somos obrigados a combater aqueles que estão a incendiar
nossos lares, atingir com toda a força aqueles que tentam violar nossas
mulheres e enfrentar o fogo com o fogo quando seres inocentes estão a ser
massacrados.
Quando a mais
poderosa e mais destrutiva força sobre a terra emprega todo o seu poder
persuasivo, utilizando tudo desde os media de referência a instrumentos
educativos, a fim de justificar seus crimes, quando ela espalha sua
propaganda venenosa e mentirosa a fim de oprimir o mundo e suprimir a
esperança, devemos nós voltar atrás e começar um infindável e pormenorizado
trabalho sobre narrativas precisas e objetivas? Ou devemos confrontar
mentiras e propaganda com a nossa própria narrativa, apoiada pela nossa
intuição, paixão e sonhos por um mundo melhor?
O Império mente
continuamente. Mente pela manhã, durante o dia, à tarde, mesmo à noite,
quando a maior parte das pessoas ressonam adormecidas. Ele fez isso durante
décadas e séculos. Para grandes fraudes o Império confia em incontáveis
propagandistas que posam como académicos, professores, jornalistas e
"intelectuais públicos". A perfeição na arte da desinformação foi
alcançada. A publicidade ocidental (tão admirada e usada pelos nazis alemães)
tem algumas raízes comuns com a propaganda, embora a propaganda seja muito
mais antiga e "completa".
Parece que agora
mesmo alguns líderes da Europa acreditam na maior parte das suas
falsificações – e a maior parte dos cidadãos certamente também. Do contrário,
como poderiam dormir à noite?
Este aparelho de
propaganda ocidental é enormemente eficiente e eficaz. É também brilhante
para assegurar que suas invenções sejam canalizadas, distribuídas e aceites
em todos os cantos do mundo. O sistema através do qual a desinformação se
espalha é incrivelmente complexo. Os media locais e as academias servis em
todos os continentes trabalham arduamente para garantir que apenas uma
narrativa seja permitida penetrar nos cérebros de milhares de milhões de
pessoas.
Os resultados
são: covardia intelectual e ignorância, por todo o mundo, mas
especialmente no ocidente e nos seus estados clientes.
O que nós, os que
nos opomos ao regime, devemos fazer?
Em primeiro lugar,
as coisas não estão tão desesperadoras como antes.
Isto já não é o
mórbido mundo unipolar que experimentámos no princípio da década de 90. Agora
a Venezuela, Rússia, China e Irão apoiam grandes redes de media que se opõem
ao Império. Emergiram estações televisão poderosas: RT, Press TV,
TeleSur e CCTV. Grandes revistas e sítios em inglês baseados na Internet nos
EUA, Canadá e Rússia também estão a revelar as mentiras dos propagandistas
oficiais do Ocidente: Dissident Voice, Information Clearing
House, Global Research, Veterans News, Strategic Culture, New Eastern Outlook
vêm rapidamente à mente. E há centenas de importantes sítios a fazerem o
mesmo em castelhano, chinês, russo e francês.
O combate está em
andamento: o combate por um mundo intelectualmente multi-polar. É um
combate duro, mortal! É uma batalha crucial, simplesmente por causa das
metástases que o cancro da propaganda ocidental espalhou por toda a parte,
contaminando todos os continentes e mesmo alguns dos países e cérebros mais
corajosos que combatem seriamente o imperialismo e fascismo ocidental!
Ninguém está imune. Para ser franco, todos nós estamos contaminados.
A menos que
ganhemos esta batalha, primeiro identificando claramente e demonstrando que a
"sua narrativa" é fraudulenta e depois apresentando percepções
humanistas e compassivas, não podemos sequer sonhar acerca da revolução, ou
acerca de quaisquer mudanças significativas na organização do mundo.
Como alcançar a
vitória? Como convencer as massas, aqueles milhares de milhões de pessoas?
Como abrir seus olhos e fazê-las ver que o regime ocidental é desonesto,
tóxico, venenoso e destrutivo? A maior parte da humanidade está enganchada na
propaganda do Império. Esta propaganda é espalhada não só através dos media
de referência como também pela pop music, novelas, media sociais,
publicidade, consumismo, "tendências da moda" e por muitos outros
meios encobertos, culturais, religiosos e os media lixo que levam aos estupor
emocional e intelectual e são administrados como narcóticos altamente
viciantes, de modo regular e persistente.
Será que
contra-atacaremos as tácticas e estratégia do Império destrutivo e implacável
com a nossa honestidade, com investigação, contando e escrevendo
meticulosamente factos investigados?
O Império perverte
os factos. Ele repete mentiras nos seus alto-falantes e TVs. Ele grita-lhes
milhares e milhares de vezes, até que afundem no subconsciente das pessoas,
penetre a pele, espalhem-se através dos seus cérebros.
Boa vontade,
honestidade ingénua, "falar a verdade ao poder", poderia isto mudar
o mundo e o próprio poder? Duvido muito.
O Império e seu
poder são ilegítimos e criminosos. Haverá qualquer sentido em falar a verdade
a um gangster? Dificilmente! A verdade deveria ser falada ao povo, às massas,
não àqueles que estão a aterrorizar o mundo.
Ao conversar com
vilões, ao implorar-lhe que parem de torturar os outros, estamos a legitimar
seus crimes e a reconhecer seu poder. Ao tentar apaziguar gangsters, as
pessoas colocam-se a si próprias à sua mercê.
Recuso
absolutamente ficar em tal posição!
Para persuadir
milhares de milhões de pessoas temos de inspirá-las, estimulá-las. Temos de
ultrajá-las, abraçá-las, envergonhá-las, fazê-las rir e fazê-las chorar.
Temos de assegurar que tenham arrepios quando vêm nossos filmes, lêem nossos
livros e ensaios, ouvem nossos discursos.
Temos de
desintoxicá-las, fazê-las sentir outra vez, reativar os instintos naturais
dentro delas.
A simples verdade
não funcionará como agente desintoxicante. O veneno dos nossos adversários
penetrou demasiado profundamente. A maior parte das pessoas está demasiado
letárgica e demasiado imune para verdades simples declaradas tranquilamente!
Já tentámos e
outros também o fizeram. Meu conhecido (mas definitivamente não meu camarada)
John Perkins, antigo quadro estado-unidense educado pelo Departamento de
Estado, escreveu um relato pormenorizado dos seus horrendos feitos no
Equador, na Indonésia e alhures – Confession of An Economic Hitman . É
um relato meticuloso, pormenorizado de como o Ocidente desestabilizou países
pobres, utilizando corrupção, dinheiro, álcool e sexo. O livro vendeu milhões
de exemplares, por todo o mundo. E ainda assim, nada mudou! Ele não disparou
uma revolução popular nos Estados Unidos. Não houve protestos, nem exigências
de mudança de regime em Washington.
No passado
recente, escrevi e publiquei dois livros académicos, ou pelo menos
semi-academicos, repleto de grandes minúcias, citações e toneladas de notas
de rodapé: um sobre a Indonésia, um país utilizado pelo Ocidente como
cenário de horror modelo para o resto do mundo, após o golpe militar de 1965
patrocinado pelos EUA. O golpe matou 2 a 3 milhões de pessoas, assassinou
todo o intelectualismo e lobotomizou o 4º mais populoso país da terra. O
livro chama-se Indonesia – Archipelago of Fear . O segundo livro, único
porque cobre uma enorme parte do mundo – Polinésia, Melanésia e Micronésia (
Oceania – Neocolonialism, Nukes and Bones ), mostrou como os EUA, Reino
Unido, Austrália, Nova Zelândia e França, literalmente dividiram e destruíram
as grandes culturas insulares e povos do Pacífico Sul. Agora há cursos que
utilizam meus livros, mas só um número muito limitado de pessoas é
influenciado pelos factos neles expostos. As elites tanto na Indonésia como
na Oceânia fazem com que os livros não sejam lidos por amplas camadas do
povo.
Passei anos e anos
a compilar factos, a pesquisar, a investigar. A eficácia revolucionária do
meu trabalho académico é – tenho de admitir – aproximadamente zero.
É fácil ver o
contraste: quando escrevo um ensaio, um ensaio poderoso e emocional,
pedindo justiça, acusando o Império de assassínio e roubo, obtenho milhões de
leitores em todos os continentes, bem como traduções em dúzias de línguas!
Por que escrevo
isto; por que partilho isto com meus leitores? Porque deveríamos todos ser
realistas. Temos de ver, entender, o que o povo quer – o que ele pede. Os
povos estão infelizes e assustados. A maior parte deles não sabe porque. Eles
odeiam o sistema, estão abandonados, frustrados, sabem que são sujeitos à
mentira e explorados. Mas não podem definir essas mentiras. Livros académicos
revelando as mentiras são demasiado complexos para que leiam uma vez que as
massas não têm tempo de ler milhares de páginas indigestas ou a educação
necessária que lhes permita entender o que estão a ler.
É nosso dever
dirigirmo-nos a esse povo, à maioria, do contrário que espécie de
revolucionários somos nós? Afinal de contas, devemos criar para nossos irmãos
e irmãs, não para uns poucos investigadores nas universidades, especialmente
quando percebemos que a maior parte das universidades está a servir o Império
ao regurgitar a nomenclatura oficial e apoiar demagogos.
O Império fala,
escreve e repete algumas mentiras ultrajantes, acerca da sua benevolência e
da excepcionalidade do seu domínio, ou acerca dos "maus" da União
Soviética, China, Irão, Venezuela, Coreia do Norte ou Cuba. Isto é feito
diariamente. De facto é concebido de modo a que quase todo ser humano obtenha
a sua dose de toxina pelo menos várias vezes por dia.
Sentimos que temos
de reagir – começamos a gastar anos das nossas vidas a provar
meticulosamente, passo a passo, que a propaganda do Império é ou uma grossa
mentira, ou um exagero, ou ambos. Depois de alinharmos nossos argumentos,
publicamos os resultados em alguma pequena editora, mais provavelmente na
forma de um livro magro, mas quase ninguém lê devido à sua pequeníssima
circulação e porque as descobertas são geralmente demasiado complexas,
demasiado difíceis de digerir e simplesmente porque os factos já não chocam
ninguém. Um milhão mais de pessoas inocentes foram assassinadas em algum
lugar na África, no Médio Oriente, na Ásia, qual a novidade?
Ao investigar e
tentar contar a verdade, plenamente e honestamente, sentimos que estamos a
fazer grande trabalho científico e profissional. Enquanto isso os
propagandistas do Império estão a morrer de rir a observar-nos! Nós
representamos pouco perigo para eles. Eles estão a vencer facilmente!
Por que é assim? A
verdade minuciosa já não importa?
Ela importa – do
ponto de vista de princípios mais elevados ela importa. Eticamente ela
importa. Moralmente ela importa. Filosoficamente ela importa.
Mas
estrategicamente, quando alguém está empenhado numa guerra ideológica, ela
não importa muito! A verdade sim, sempre; a verdade importa! Mas simplificada,
a verdade digerível, apresentada energicamente e emocionalmente!
Quando a
imoralidade está a devastar o mundo, quando ela está a agredir
impiedosamente, quando milhões de inocentes estão a morrer, o que importa é
travar a carnificina, primeiro identificando as forças assassinas, a seguir
contendo-as.
A linguagem tem de
ser forte, emoções primárias.
Quando enfrentando
hordas assassinas, canções emocionalmente carregadas e odes patrióticas
sempre foram mais eficazes do que profundos estudos académicos. E assim foram
romances e filmes políticos, documentários apaixonados, mesmos cartoons e
posters explícitos.
Alguns
perguntarão: "Só porque eles mentem, deveríamos nós mentir
também?" Não! Deveríamos tentar ser tão verdadeiros quanto podemos. Mas
a nossa mensagem deveria muitas vezes ser "abreviada", de modo a
que milhares de milhões, não apenas aqueles poucos selectos, possam
entendê-la.
Isso não significa
que a qualidade do nosso trabalho deveria sofrer. A simplicidade é muitas
vezes mais difícil de alcançar do que trabalhos enciclopédicos com milhares
de notas de rodapé.
A Arte da Guerra,
de Sun Tzu, é curto, apenas um panfleto, directo ao assunto. E assim é o
Manifesto Comunista e o J'accuse!
Nosso trabalho
revolucionário não tem necessariamente de ser breve, mas tem de ser
apresentado de um modo que possa ser entendido por muitos. Estou
constantemente a experimentar com a forma, se bem que nunca comprometendo na
substância. Meu recente livro, Exposing Lies of the Empire, tem mais de 800
páginas, mas tenho a certeza de que está recheado de estórias fascinantes,
com testemunhos de pessoas de todos os cantos do globo, com descrições vivas
tanto das vítimas como dos tiranos. Não quero que os meus livros acumulem pó
em bibliotecas universitárias. Quero que mobilizem o povo.
Acredito realmente
que não há muito tempo para a "objectividade" em qualquer batalha,
incluindo a ideológica, especialmente quando estas batalhas são para a
sobrevivência da humanidade!
As mentiras do
inimigo têm de ser confrontadas. Elas são tóxicas, mentiras monstruosas!
Uma vez travada a
destruição, milhões de homens, mulheres e crianças inocentes deixarão de
serem sacrificados e podemos retornar aos nossos complexos conceitos
filosóficos, para pormenores e nuances.
Mas antes de
vencermos nossas batalhas finais contra o imperialismo, niilismo, fascismo,
excepcionalismo, egoísmo e cobiça, temos de utilizar plena e eficazmente
nossas armas mais poderosas: nossas visões de um mundo melhor, nosso
amor pela humanidade, nossa paixão pela justiça. Nossa determinação e nossas
crenças têm de ser apresentadas de uma maneira audível, potente, mesmo
"dogmática", nossa voz deveria ser criativa, artística, poderosa!
A casa está em
chamas, camaradas! Toda a cidade está a transformar-se em cinzas. O planeta
inteiro é pilhado, devastado, lobotomizado.
Não podemos
confrontar fanáticos com ogivas e navios de guerra. Mas nossos talentos,
nossas musas e nossos corações estão aqui, connosco, prontos para juntarem-se
à batalha.
Deixem-nos
sobrepujar nossos inimigos; deixem-nos assegurar que o mundo começa a rir-se
deles! Viram aqueles patéticos perdedores, os bufões – os directores gerais?
Ouviram aqueles primeiros-ministros e presidentes, aqueles servos do
"mercado"? Deixem-nos convencer as massas que os seus tiranos – os
imperialistas, o neocolonialistas e todos os seus pregadores dogmáticos – não
são nada mais do que loucos lamentáveis, cobiçosos, venenosos! Deixem-nos
desacreditá-los! Vamos ridicularizá-los.
Eles estão a roubar
e assassinar milhões. Deixem-nos começar a pelo menos urinar sobre eles!
Deixem-nos
combater a propaganda ocidental revelando primeiro aqueles que estão
realmente por trás. Vamos ao pessoal.
Vamos transformar
esta revolução em algo criativo, hilariante, realmente divertido!
Ver também:
As cinco dificuldades
para escrever a verdade, Bertolt Brecht
[*] Romancista,
realizador de filmes e jornalista investigador. Cobriu guerras e
conflitos em dúzias de países. Seu livro mais recente é Exposing Lies of the
Empire. Também escreveu, com Noam Chomsky, On Western Terrorism:
From Hiroshima to Drone Warfare . Seu romance revolucionário Point of
No Return foi reeditado e está disponível. Oceânia é o seu livro sobre o
imperialismo ocidental no Pacífico Sul. Seu livro provocador acerca da
Indonésia pós Suharto e o fundamentalismo de mercado chama-se Indonésia:
The Archipelago of Fear. Realizou o documentário Rwanda Gambit (2013) acerca
da história de Rwanda e a pilhagem da República Democrática do Congo. Seu
sítio web é andrevltchek.weebly.com
O original
encontra-se em dissidentvoice.org/2015/05/how-to-fight-western-propaganda/
Este artigo
encontra-se em http://resistir.info/
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