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quarta-feira, 19 de agosto de 2009

NA HORA DA SOCRÁTICA DESPEDIDA

Estamos a entrar no período eleitoral.
As sequelas do governo do Partido Socialista, são terríveis.
Maiores dificuldades, mais e mais desemprego e sobretudo maior desigualdade.
A desigualdade nada tem a ver com a crise.
A desigualdade nasce de uma governação que não tem em atenção a desproporcionalidade dos problemas e sobre carregando a todos igualmente, reverte contra os mais fracos, o peso dessas medidas.
Teoricamente, dividir por todos igualmente o peso solução dos problemas económicos, resulta sempre que os mais pobres, são as principais vítimas, ao pagarem uma factura proporcionalmente maior.
É a velha história dos frangos. Se três indivíduos comerem três frangos, matematicamente a cada um, cabe comer um frango.
Mas se por acaso um comeu dois frangos, os outros dois só comem metade do frango.
Esta é o exemplo da política praticada por um Partido “dito socialista”, que só tem uma definição: é uma triste e escandalosa vergonha, fazer do socialismo, um mero acto de gestão caritativa..
Quando a justiça social é assim tripudiada, por um partido, que se aproveita da sua designação, para enganar os seus eleitores, só nos resta em alternativa, recusar continuar a fazê-lo.
Então em quem votar?
Hoje assisti a um programa na SIC Noticias, “Opinião Pública”, onde o convidado que deveria pronuncia-se tecnicamente sobre a justeza dos comentários que iam sendo feitos pelos telespectadores, dissertou sobre algumas anomalias do sistema de financiamento dos partidos, razão primeira desse programa, sem nunca se pronunciar sobre a única e verdadeira questão da tentativa de alteração dessa lei, felizmente chumbada pela Presidência da Republica, cujas secretas razões, vão para além do seu acrisolado anti-comunismo.
Bem tentei telefonar, para lhe chamar á atenção para esse absurdo e fazê-lo ouvir a voz da razão, mas os telefones ou estavam impedidos ou chamava, chamava e acabavam por desligar.
Para quem esteja por dentro dos meandros dessa lei, percebe facilmente que ela foi aprovada por todos os partidos...... mas um, particularmente, por razões de fundo muito diferentes!.
O Partido Comunista Português.

E..... como tem sido aproveitada a unanimidade dessa votação!!!
Não houve uma voz honesta, sem ser do Partido, que tenha esclarecido as razões que lhe estão subjacentes, ou as razões que "obrigaram" o Partido Comunista a votar favoravelmente aquela tendensiosa lei, embora sob protesto e que é uma verdadeira ignomínia do Partido Socialista.
Que diferença foi essa, que levou o PCP, embora estando em desacordo, ver-se obrigado a aceitar essas regras do jogo, com as quais estava em total desacordo.
A razão de fundo, é uma razão de sobrevivência.
Todos sabemos que os partidos precisam de verbas para as suas despesas.
O PCP, não foge á regra, embora o trabalho voluntário dos seus militantes e simpatizantes resolvam muitos dos problemas, que necessitam de mão de obra.
No entanto sempre é preciso ter funcionários a tempo inteiro e em dedicação exclusiva para satisfazer as permanentes necessidades da luta dos trabalhadores.
Essa a actividade que muito dinheiro consome ao PCP e é praticamente, uma das suas maiores fonte de despesa.
De onde vem o dinheiro para essa e outras despesas de funcionamento que um partido com as características que este tem: das quotizações, dos deputados, dos autarcas do partido e sobretudo das iniciativas onde se insere e sobressai a “Festa do Avante”, sua principal fonte desse tipo de receitas.
É evidente que todos os partidos estão interessados, no enfraquecimento do Partido Comunista, fundamentalmente porque este é o único que realmente faz frente e denuncia as enormidades de uma classe dominante, que vai praticando, na defesa dos seus interesses, as maiores falcatruas e desmandos.
Essa Lei foi um truque de engenharia financeira, feita á medida, para atingir uma das principais fontes de financiamento do Partido Comunista, a Festa do Avante, sendo toda ela imaginada e concebida no sentido de atingir e dificultar ou até impedir o seu funcionamento.
Então porque razão o PCP, votou igualmente essa Lei???
O Partido Socialista, o Partido Social democrata, ou ainda o seu complemento/residual CDS-PP, que se vai ligando ora a um, ora a outro (flutuando de acordo com as suas conveniências num dado momento), tem os seus financiamentos exclusivamente vindos de três fontes: do Estado, da quotização dos seus militantes, que quase não tem expressão e das ofertas que as empresas e outras entidades lhes fazem, na mira de obter os benefícios que adivinham trazer para os seus negócios, tão “altruísta generosidade”.
Como é evidente o PCP, jamais aceitaria receber dessas “caridosas” entidades, qualquer verba que cheirasse a corrupção.
Pensamos que a principal razão para que o CDS-PP ainda vai tendo desculpa, para saltitar consoante a música que é tocada pelo PS E PSD, se baseia no facto de, se não fosse assim, lá se iam as suas possibilidades de aparecer na televisão e restantes órgãos de informação, principal alimento e justificação da sua existência, para alem da beijoqueira actividade do seu líder, nas suas múltiplas visitas às feiras e mercados deste país.
No Partido Comunista Português, a subvenção do Estado, praticamente não existe, ou é ínfima, como é sabido.
Restam ao Partido Comunista três formas de receita, como mais acima foi referido: a que lhes advêm das próprias iniciativas, entre as quais a Festa do Avante, das quotizações dos seus militantes (sempre baixas e sacrificadas, dada a origem de classe que compõe a maioria dos seus militantes) e a que resulta da entrega que todos os seus militante fazem ao PARTIDO, (com letra grande), de todas as verbas que recebem pela prestação de serviços em nome do Partido Comunista Português e que exceda o que ganham nas respectivas profissões.
Estão nesta categoria incluídas todas as verbas recebidas, quer pelos deputados Europeus, ou á Assembleia da Republica quer pelos seus autarcas, no respeito da regra estatutária que define com rigor “NINGUÉM, AO SERVIÇO E EM NOME DO PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS, PODE BENEFICIAR OU SER PREJUDICADO, POR ESSE FACTO”.
Aí assenta que, por exemplo, o secretário-geral, Jerónimo de Sousa, tal como TODOS os funcionários políticos, só ganhem cerca de 750 Euros.
No seu caso, como no de todos os funcionários e militantes que são deputados, tudo o que ganham a mais que o referido ordenado, reverte para o partido, a coberto dessa particularmente nobre obrigação, convertendo essas verbas num montante assinalável, dado o número de deputados e autarcas do partido existentes.
É o sentido de missão, que preside a este critério e disso todos os militantes e simpatizantes se orgulham e regozijam.
Sendo então a Festa do Avante um das principais fontes de receita, torna-se evidente que todos os adversários do PCP; estão interessados em enfraquecê-lo, na medida em tornando o PCP mais fraco, mais fácil será combatê-lo.
Daí a unanimidade de votação do tão falado decreto, do financiamento dos partidos.
Então se não era do interesse do PCP, a letra e o conteúdo do decreto, porque votou a favor?
Esta aparente contradição explica-se facilmente, se percebermos que na engenharia financeira do articulado, se exige com alguma aparente justificação para obter transparência, que todas as verbas recebidas pelos partidos, seja acompanhada de um documento comprovativo dessa receita.
Acontece, que sendo essas receitas na Festa do Avante, constituídas por milhares ou milhões de pequeníssimas verbas (Cafés, gelados, cervejas, bolos etc., etc.), pagar com cheque ou cartão multibanco, é impraticável, como é óbvio.
É esta “engenharia”, que obriga, embora não estando de acordo, que levou o PCP, por razões de sobrevivência da Festa do Avante, a votar a favor da lei, deixando na declaração de voto, bem expresso o seu desacordo.
Entretanto o Partido Socialista, principal beneficiário dessa lei, aproveitando a embalagem e a situação, propõe aumentar desmesuradamente o nível de encargo do Estado, com o financiamento dos partidos (assemelhando-o, para o PS e PSD, ás receitas que os comunistas tem, com a Festa do Avante) ao mesmo tempo que chantageando artificiosamente o PCP, para no caso de este votar contra, dificultar definitivamente as possibilidades de o PCP continuar com a Festa do Avante.

De facto, dadas as regras burocráticas estabelecidas por essa lei, manhosamente “mais transparente”, eram tiradas ao seu principal e mais consequente opositor, as verbas que lhe são indispensáveis, para o prosseguimento dessa luta.
Sabia perfeitamente o Partido Socialista, quando legislou sobre a nova lei do financiamento dos partidos, que o Partido Comunista, pouco ou residualmente beneficiava das vantagens do seu articulado, no que diz respeito á subvenção do Estado.
Sabia perfeitamente o Partido Socialista, que estava a criar para si e o seu "aliado" o PPD-PSD, uma fonte de financiamento segura e perpétua, á custa dos contribuintes, independentemente de serem ou não seus apaniguados.
Sabia perfeitamente o Partido Socialista, que ao tornar impraticável o PCP respeitar a lei, com a natureza das medidas legisladas, só lhe restavam duas saídas: ou acabar com a Festa do Avante, ou actuar de forma ilegal, assumindo todas as consequências que tal procedimento dava origem.
Sabia perfeitamente o Partido Socialista, com as medidas impostas para controlo das receitas em dinheiro vivo dos partidos, matava dois coelhos de uma cajadada. Aumentava á custa do Estado, desmesuradamente as suas receitas e impedia o seu principal e mais consequente opositor, de verbas que lhe são indispensáveis, no prosseguimento da sua luta.
Sabia perfeitamente o Partido Socialista, que as medidas impostas pela nova lei, numa iniciativa com as características da Festa do Avante, era impossível de respeitar e a resultante do esforço e dedicação, voluntário, dos seus militantes e simpatizantes, esforço exemplar e único em qualquer parte do mundo, deixaria de ser tão espectacular e moralmente demolidor, em comparação com a militância socialista.
Sabia perfeitamente o Partido Socialista, com as medidas impostas nessa legislação, ao atingir tão profundamente o seu principal adversário, poderia calar, ou pelo menos diminuir, a voz exemplar desses militantes e simpatizantes, que todos os anos pelo seu exemplo, lembram ao Partido Socialista, que têm que se haver com essa corajosa força, que cresce de ano para ano.
Sabia perfeitamente o Partido Socialista, que essa crescente massa de esforçados trabalhadores, estão militantemente prontos, para lhe fazer frente e denunciar a sua politica de direita, ofensiva dos mais elementares princípios da equidade e de justiça e que esse enorme conjunto de homens e mulheres, dos mais esclarecidos e empenhados cidadãos, todos estão prontos a colaborar e ajudar, o único partido que defende, na realidade e na prática os seus reais e justos interesses.
Daí a necessidade de o travar!!!.
Daí a necessidade de enfraquecê-lo!!!
Daí a necessidade de o calar!!!.

NÃO CONSEGUIRÃO!!!

2 comentários:

J.S. Teixeira disse...

Esperemos que nas próximas eleições os portugueses pensem da mesma forma, caso contrário voltamos para o mesmo buraco de onde saímos há 35 anos atrás.

Samuel Cruz, candidato à Câmara pelo PS no Seixal, continua a sua demanda de victimização. Vejam porque no blogue O Flamingo

J.S. Teixeira disse...

Samuel Cruz, candidato a Presidente da Câmara Municipal do Seixal pelo PS, utiliza um pseudónimo (HSerejo) para lançar calúnias e ofensas contra o executivo CDU da Câmara Municipal do Seixal. Vejam as provas e o desenrolar do processo no blogue, O Flamingo.