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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

ORÇAMENTO DE ESTADO

VIRA O DISCO E TOCA O MESMO!!!

Soneto (quase inédito) de José Régio
- Em memória de Aurélio Cunha Bengala -

Surge Janeiro frio e pardacento,
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assentam-se os fantoches em São Bento
E o Decreto da fome é publicado.

Edita-se a novela do Orçamento;
Cresce a miséria ao povo amordaçado;
Mas os biltres do novo Parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.

E enquanto à fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de Loyola,
Mistura de judeu e de vilão,
Também faz o pequeno “sacrifício”
De trinta contos – só! – por seu ofício
Receber, a bem dele... e da nação.!!!!

(Em 1969 no dia de uma reunião de antigos alunos)

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