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terça-feira, 18 de maio de 2010

DROGA,

FLAGELO DA HUMANIDADE


O PROBLEMA DA DROGA, NÃO É DE UNS QUANTOS DROGADOS, MAS DE TODA A HUMANIDADE.

Estamos habituados a ver a propaganda americana, colocar as suas autoridades, como campeões da luta contra o tráfico de droga.
É de facto propaganda e nada mais do que isso.
Se os Estados Unidos estivessem verdadeiramente interessados em eliminar o tráfico e consequentemente dificultar consideravelmente o consumo de drogas, tinham a faca e o queijo na mão.
Acreditamos que haja muita gente nos Estados Unidos, que faz uma luta tenaz e feroz ao tráfico de droga.
Mas as grandes dificuldades que eles defrontam, tem a ver principalmente com interesses políticos e geoestratégicos dos Estados Unidos, que minam e destroem todo o esforço que essa gente honesta e empenhada faz, para acabar com esta nódoa civilizacional.
De facto como lembra Michel Chossudovsky, o controle geopolítico e militar das rotas da droga é tão estratégico, como o do petróleo e o dos oleodutos.
Também é bom lembrar, que o tráfico do ópio constitui um negócio de milhares de milhões de dólares, não só para os grupos extremistas, como para os criminosos barões que dirigem o negócio.
Está provado que a enorme dimensão que o tráfico atingiu hoje em dia, se deve em grande parte, ou quiçá na totalidade, ao comportamento dos americanos, quer na Colômbia, quer no Afeganistão onde deram e continuam a dar apoio aos mudjahidines.
A partir de 1979 os soviéticos começaram a dar aos afegãos, um auxilio militar substancial, a pedido do seu governo legal, presidido pelo marxista Babrak Karmal ( posteriormente substituído por Mohammed Najibullah) porque esse governo, se sentia impotente perante a acção militar dos mudjahidines, armados e financiados pelos Estados Unidos, actuando a partir das bases que tinham no Paquistão.
Isto acontecia porque já nessa altura o Paquistão era completamente subserviente aos interesses norte-americanos e estes estavam interessados em sabotar esse auxílio soviético, dentro do clima de guerra fria que se tinha instalado após a guerra de 39/45.
É bom lembrar que a produção de ópio no Afeganistão e no Paquistão era praticamente inexistente e que foi um projecto minuciosamente concebido pela CIA, com assistência da política externa americana, que se desenvolveu a actual economia afegã, baseada na cultura da papoila.
Foram os mujaidines que ordenaram aos camponeses que plantassem ópio, como objectivo revolucionário.
Segundo Alfred W. McCoy, investigador e professor de História na Universidade de Wisconsin-Madison, e igualmente noticiado pela revista «Time»:
"Na maioria dos casos, o papel da CIA envolveu várias formas de cumplicidade, tolerância ou ignorância estudada sobre o comércio, embora não tivesse intervenção directa no tráfico real” e como tal, fechavam voluntariamente os olhos ao tráfico de heroína no Afeganistão.
McCoy considera que “a CIA recrutou a colaboração dos barões da droga, no quadro da Guerra Fria, na sequência de uma já anterior ligação com o crime organizado na América e Europa”.
Os factos históricos a que este historiador refere, tem certamente a ver com a ocupação da Itália, durante a 2ª Grande Guerra , em que os serviços secretos aliados negociaram a cooperação dos principais membros da Máfia siciliana com ligações ao gangster Lucky Luciano, que nessa altura se encontrava preso nos Estados Unidos.
Em troca dessa colaboração, foi-lhe permitido manter a sua actividade criminosa na prisão, até que fosse deportado para a Sicília, no fim da guerra.
As consequências desses apoios, ainda hoje se fazem sentir, pois por essa razão, os mafiosos ocuparam todos os cargos políticos que lhes interessavam, e alem de se comprometerem a denunciar e identificar os colaboradores fascistas, aproveitaram a onda para denunciar os militantes comunistas e socialistas dos movimentos de resistência, que se lhe poderiam opor e em consequência disso, foram sendo metódica e sistematicamente eliminados.
Entretanto no Afeganistão, com a tomada do poder pelos Talibãs em 1996, começou a haver uma grande escassez de heroína na Europa até finais de 2001, ano em que a produção naquele país, quase desapareceu, facto reconhecido oficialmente pela Assembleia Geral das Nações Unidas, especificamente pela UNODC (United Nations Office on Drugs and Crime) Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crime, em Outubro de 2001 considerou, jamais um país ter posto em prática um programa semelhante.
Nesse ano, as tribos do Norte com o apoio dos americanos, derrotaram os Talibãs e colocaram Hamid Karzai, uma marionete dos Estados Unidos e reconhecido agente secreto da CIA desde 1980, como presidente do Afeganistão.
Curiosamente (ou não!), era este fantoche o encarregado da ajuda americana aos Talibãs e nomeadamente a Osama Bin Laden, desde 1994, quando secretamente através do Paquistão, apoiavam as ambições dos Talibãs, ao poder.
O aumento da cultura de ópio coincidiu com o desencadeamento das operações militares das tribos do Norte, sob comando americano, que se virava agora contra esse mesmo regime Talibã, que entretanto ajudara de forma descaradamente vergonhosa a tomar o poder.
E foi assim que os camponeses afegãos, foram estimulados a recomeçar a plantar papoila em grande escala.
Se com os Talibãs, a maior produção de opiáceos se verificara no inicio da sua tomada do poder e andava á volta de 185 toneladas, com o estabelecimento do narco-regime do presidente Hamid Karzai, apoiado pelos Estados Unidos a produção de ópio, subiu para 3 400 toneladas logo em 2002, como se pode ler

AQUI NO BRASIL DE FATO e cujos excertos publicamos no fim deste texto.
Tony Blair, quando ainda era primeiro-ministro do governo britânico, ficou encarregado pelos países do G-8, de levar á prática um programa, a fim de erradicar a droga no Afeganistão, que deveria levar os camponeses afegãos a abandonar a produção do ópio e a dedicarem-se a culturas alternativas.
Este programa não passou de uma mascarada, pois a partir de Outubro de 2001, a cultura da papoila disparou em flecha.
É trágico, mas é verdade.

Segundo os números de 2003, publicados pelo "The Independent" , o tráfico de droga constitui o terceiro comércio mais importante em dinheiro, depois do petróleo e da venda de armas.

Que a humanidade não esqueça este drama que se fica a dever deve principalmente aos Estados Unidos da América, pois são eles no fundo, os seus principais instigadores e beneficiários.•

Excertos do “BRASIL DE FATO”

«Desde 2003, a Organização das Nações Unidas (ONU) chama a atenção para um fato curioso: desde a invasão estadunidense no Afeganistão, em Outubro de 2001, a produção de papoila - matéria-prima de drogas como ópio e heroína - vem crescendo drasticamente. O último relatório da ONU, feito em parceria com o Banco Mundial e divulgado em 28 de Novembro, mostra que a produção de 2006 bateu todos os recordes: a área destinada para o cultivo cresceu 59% em relação a 2005, e a safra aumentou em 49%. Os números divulgados pela Casa Branca são diferentes: a produção teria aumentado 26% e a área cultivada crescido 61%.
De acordo com o documento, estima-se que 92% de toda a heroína que circula no mundo é feita com papoila afegã. A droga segue principalmente para o mercado europeu, embora também esteja sendo traficada de forma crescente para os EUA que, tradicionalmente, recebem a droga da Colômbia».


EXPLICAÇÕES


«O governo dos EUA atribui ao Talibã a culpa pelo aumento na produção da papoila e diz que é por meio deste comércio que o grupo financia as acções terroristas».

PRODUÇÃO DE PAPOILAS (EM TONELADAS)

ANO 1995...1999.....2000....2001....2002.....2003.....2004.....2005.....2006
.........2.335.4.565....3.276....185....3.400....3.600....4.200.....4.100.....6.100

«Reportagem do “Washington Post” publicada no início de Dezembro atribui também a Washington uma parcela de culpa. Argumenta que Washington e o governo afegão formaram alianças com chefes tribais anti-Talibã, alguns dos quais são suspeitos de estar profundamente envolvidos com o tráfico»

DENÚNCIAS


«Há quem defenda que a parcela de participação da Casa Branca é bem maior. O canadense Michel Chossudovsky, professor de Ciências Económicas na Universidade de Ottawa, em artigo publicado na página do Centro de Pesquisa sobre a Globalização, entidade onde é director, afirma que recuperar a produção da papoila e obter o controle das rotas da heroína fazem parte da agenda estadunidense para a região. "Há negócios e interesses financeiros poderosos por trás do narcotráfico. Assim, o controle geopolítico e militar das rotas de drogas é tão estratégico quanto às de petróleo e seus oleodutos", escreve Chossudovsky, enfatizando que, após o comércio de petróleo e de armas, o de drogas é o que mais movimenta dinheiro no mundo (400 a 500 bilhões de dólares por ano)».
«Com o objectivo de desestabilizar a presença soviética, a Agência Central de Inteligência (CIA) dos EUA teve um papel central no desenvolvimento da produção da droga, cujo dinheiro alimentava forças rebeldes. "A economia afegã de narcóticos foi cuidadosamente projectada pela CIA, apoiado pela política externa estadunidense", escreve».

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