Olhar à esquerda

           A ORIGEM DAS COISAS         

 PORTUGUESAS E PORTUGUESES! 

Gostaria de poder dizer que “TODOS” nós sentimos a crise, mas infelizmente assim não é.

Há uma minoria de privilegiados, que não só se estão maribando para a crise, como estão a ganhar muito dinheiro com ela. 
Refiro principalmente o sector financeiro e em particular, o sector bancário.

No entanto, surpreendentemente, para uma maioria das pessoas ela aparece sem ser esperada, pelo menos com esta dimensão e gravidade.

Só uma minoria de portugueses, atenta aos sinais, vítimas tradicionais do silenciamento das suas reivindicações, dos seus protestos, sabiam que algo de muito grave estava em germinação e preparava-se para estoirar.

Agora em plena crise, à vista de todos, termos um governo que já nem se preocupa de disfarçar a sua pretensão de o mais rapidamente possível, destruir o que resta das conquistas do 25 de Abril, iniciada por Mário Soares em 25 de Novembro se 1976.

Para completar a desgraça, o maior partido da oposição, que colocou o socialismo na gaveta, só em palavras e promessas puramente demagógicas, se diferencia.

Só referindo-nos aos assuntos que foram destacados no noticiário de hoje, temos 10.500 médicos que abandonaram em 2012 o Serviço Nacional de Saúde, ingressando na sua quase totalidade nas instituições privadas de Saúde.

Tal como os médicos, o pessoal menor tem sido diminuído a níveis tais, que para marcar uma consulta ontem no Hospital de Santa Maria, estivemos 4H30 ao telefone e acabámos por desistir, enviando a conselho de um telefonista que se apiedou de tamanho esforço de paciência e nos indicou um endereço informático, onde possivelmente será possível marcar essa consulta.

O Ministério da Educação enviou 35.000 professores para o desemprego. Entretanto uma escola de Moimenta da Beira tem uma turma com 45 alunos e há escolas onde os professores tem na mesma turma, alunos do 1º, 2º, 3º e 4º ano do 1º ciclo, a quem devem ministrar as matérias curriculares.

Os professores “dispensados” vão ter de procurar nas instituições oficiais de emprego, algo que lhes permita sobreviver. 
Imagine-se o drama desta categoria profissional, apesar de habituada a ser mal remunerada, mas que pelo menos tinha a oportunidade de manterem a dignidade do seu “múnus” profissional e saberem com que podiam contar.

Os CTT vão ser privatizados por 600 milhões de Euros. O ano passado esta empresa deu 30 milhões de Euros de lucro. 
Este escândalo das privatizações deveriam ser consideradas traição à pátria, porque a questão que se levanta é esta. Já entregámos quase tudo o que produz receita aos privados, que em grande parte é estrangeiro.

Com a exportação dos “royalties”, que já hoje representam um valor superior às exportações, onde irão os portugueses encontrar receitas e postos de trabalho com um mínimo de dignidade, que sustentem as necessidades básicas da população?

Para o ano, 300 mil aposentados da Segurança Social e outros tantos da Função Pública vão levar um corte nominal na sua pensão. O "castigo" triplica o que tinha sido negociado com a troica. 600 Mil levam um corte no valor nominal da pensão e 700 mil vêem-na congelada durante dois anos. Todos os que recebem pensões superiores a 247 euros por mês são atingidos.

No entanto as pensões de políticos e dos juízes do Tribunal Constitucional, não são afectadas pelos cortes. Os juízes deste tribunal superior, alem destes privilégios podem continuar a reformar-se aos 40 anos, após 12 anos de serviço.

Interrogo-me como poderemos considerar imparciais as decisões deste tribunal, que têm em última instância a responsabilidade de decretar a constitucionalidade ou não, das medidas de um governo que tem na sua mão a capacidade de eliminar os seus requintados privilégios.

Acreditamos que o seu maior esforço será disfarçar esse apelo à sua isenção, coisa que muitas vezes nos tem suscitado sinceras dúvidas, de que tenha sido conseguido.

Muito mais poderíamos referir, mas a nossa intenção de momento, limita-se não só a dar matéria fundamental para perceber como aqui chegámos, bem como os autores da tragédia se depara no horizonte dos portugueses. 
Para tanto, socorremo-nos de um vídeo extraordinário, que pela lucidez da sua análise, realidade das suas imagens e objectividade dos argumentos, torna claro não só como aqui chegamos, mas também a teia de interesses que no fundo se prepara para escravizar o nosso futuro e dos nossos descendentes.

Se ainda restasse dúvidas de que Salazar ressuscitou no estilo e na mentalidade de quem nos tem governado, o comportamento dos nossos financeiros, grandes industriais e comerciantes, é exactamente o mesma que antes do 25 de Abril. 
O Estado serve exclusivamente para aumentar a sua riqueza e a legislação para proteger e defender as suas malfeitorias.

O capital financeiro domina completamente a política do governo, seja ele do PSD, PSD em coligação com o CDS, seja de forma mais disfarçadamente moderada pelo PS, com a agravante de com a pressa com que estão a aproveitar a oportunidade, tenham de recorrer em grande parte ao capital estrangeiro.

Donos de Portugal from Donos de Portugal on Vimeo.