JOSÉ MILHAZES
O MODERNO JOÃO COITO
Ouvi com alguma estupefação, uma entrevista de José Milhazes
na rádio, a propósito do lançamento do seu livro “Cunhal, Brejnev e 25 de
Abril”.
Presentemente, este pretenso “historeador” (Toureiro da
história…) é igualmente correspondente da Agência Lusa, SIC e RDP em Moscovo e
colaborador da Fundação Mário Soares.
Sobre esta última instituição não quero fazer qualquer
consideração, mas achamos que dará muito jeito a Mário Soares, encontrar quem
se preste a denegrir o prestígio de Álvaro Cunhal, na medida em que toda a vida,
o génio político e dimensão humana daquele líder comunista, ensombrou e constituiu
um inultrapassável exemplo de coragem e dignidade, que era a antítese do
comportamento de “prima dona”, manipulador e ambicioso de Mário Soares.
Tendo em vista a origem humilde José Milhazes, filho de pescadores
e que se formou na Universidade Estatal de Moscovo (Lomonossov), graças à ajuda
do PCP, o mínimo que lhe era exigido, era rigor e honestidade na análise da História
e nomeadamente do papel do Partido, que tanto o tinha ajudado a construir o seu
futuro.
Como é evidente, chocaram-me os argumentos utilizados na
entrevista, pois do conhecimento embora superficial que tenho sobre algumas
matérias que desenvolveu, não correspondem em nada do que conheço, em relação ao
que foi dito pela referida personagem.
De igual modo, mas com imenso conhecimento de causa, pensa João
Vasconcelos-Costa, que escreve no Blogue “No Moleskine”
Antigo militante do PCP e dissidente do Partido desde 1968,
por ocasião da invasão da Checoslováquia, considera o funcionamento mental de José
Milhazes, “primário, mentalmente indigente,
deturpador e totalmente desprovido de rigor científico”, considerando enfim
que “perder tempo com ele, é o mesmo que
gastar cera com ruim defunto”.
Faço minhas as suas palavras, exclusivamente neste caso, na
medida em que se deu ao trabalho de testemunhar e clarificar a totalidade das
questões que me indignaram.
Ainda por cima, este testemunho vem de uma pessoa que viveu muitos
dos factos abordados no livro e embora, como já disse, tenha discordado e
abandonado o PCP em 1968, devido à posição favorável do Partido, em relação à
invasão da Checoslováquia pela União Soviética.
A sua experiência não
lhe permite aceitar esta alteração da verdade dos factos, independentemente da sua
actual posição em relação ao Partido Comunista Português, como facilmente se
deduz ao ler o seu excelente comentário à obra de José Milhazes “Cunhal,
Brejnev e 25 de Abril”.
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