UMA VISÃO DO FUTURO
Como estamos no primeiro dia de um novo ano, pareceu-nos
justo começar por propor novas tecnologias para uma nova sociedade.
O vídeo que colocamos no fim deste texto, é uma espécie de
aperitivo, para o grande banquete em que num futuro breve se transformará a
sociedade.
Acreditamos, que muito do que se irá passar num próximo futuro
em termos de equilíbrio social, passará pela actual “mina” de fontes e
processos de informação, que começa a ser acessível à maior parte da população,
tendendo a retirar às diversas elites, o poder exclusivo da comunicação e dos mais
variados níveis de conhecimento.
A este propósito, lemos hoje no Jornal de Notícias, na página
dedicada à Sociedade, uma curiosa e apropriada afirmação Luis Barbosa, presidente
da Cruz Vermelha, que resume, inconscientemente esse fenómeno, quando diz: “Nós
hoje temos pessoas pobres com email”.
Para nós sempre foi vital, o acesso a um índice de cultura
generalizado, como fonte de maior lucidez nas opções de interesse colectivo.
As novas tecnologias, se por um lado roubam muitos postos de
trabalho, são um elemento tão inovador no acesso ao conhecimento e facilitador
da transmissão universal de uma mensagem, que coloca nas mãos de cada um, a
possibilidade de universalizar o seu pensamento, estendendo a sua voz a todo o
mundo.
Esta é uma realidade que coloca na dependência de cada um,
dar-lhe um sentido prático, com o objectivo de ser utilizado no progresso da sociedade,
quando se discute a justiça ou não, das medidas governamentais, sejam elas
locais, ou fora da jurisdição nacional.
A humanidade tem agora a possibilidade de corrigir o caminho
que as coisas têm estado a tomar, desde que colocou nas mãos do Capital, a
exclusividade da posse dos meios de produção e lhe permitiu, aumentando desmesuradamente
a bolsa do desemprego, manipular o mundo do trabalho a seu belo prazer, podendo
assim explorar os trabalhadores a níveis até há pouco impensáveis.
As novas tecnologias, no início do seu aparecimento, permitiram
surpreender totalmente, pela novidade, uma sociedade impreparada para as suas
consequências e permitiu, que o capitalismo por ser dono da generalidade dos
meios de produção, absorvesse para si exclusivamente os seus benefícios.
Mas existe a “Dialética da Natureza”.
Aquilo que grande parte da humanidade coloca nas mãos de “Deus”,
nada mais é do que reflexo da existência dessa maravilhosa condição natural, de
tender a equilibrar tudo o tende a divergir no desenvolvimento equilibrado e
harmonioso das próprias leis da Natureza, seja por ela corrigido…mais cedo ou
mais tarde.
É o caso das novas tecnologias, que em primeiro lugar deram
uma supremacia de poder a uma classe limitada da humanidade, mas a própria difusão
das suas virtudes serve de antídoto, para corrigir os seus excessos.
Na prática, o que está a acontecer, é permitir aos donos dos
meios de produção, despedir a seu belo prazer quem não lhe permita obter o
lucro que ambiciona.
É na sequência deste fenómeno que as elites capitalistas
imaginaram o domínio possível da humanidade, criando a capacidade de sobrepor o
poder financeiro ao poder político, que até então estava naturalmente encarregada
de gerir (uma vezes bem outras mal) a evolução da sociedade.
É esta capacidade dos novos instrumentos tecnológicos,
facilitarem a difusão das ideias e generalizar o conhecimento e a crítica aos
defeitos que tal sociedade encerra, que torna possível a mobilização geral para
o combate de todos os trabalhadores que estão a ser vítimas desse processo.
A evolução social que logicamente deveria beneficiar todos, acabou
por só favorecer alguns e tornou-se numa arma de opressão da humanidade tão
importante como em tempos passados o foi a descoberta do ferro ou mais tarde as
armas de fogo.
Está no horizonte a generalizada luta dos trabalhadores pelo
direito ao trabalho, que é o primeiro direito que um individuo adquire pelo
facto de se ir inserir numa sociedade, que teve encargos e esforço de outras
gerações, para lhe dar os confortos e benefícios que as sociedades civilizadas
criaram.
Está no horizonte, a possibilidade de uniformização da luta
dos trabalhadores, no sentido de diminuindo as horas de trabalho, ter mais
tempo para gozar o seu natural direito à felicidade, dedicando os tempos livres
a coisas que transformem a sua vida, naquilo que a tem direito pelo facto da
mãe Natureza ter dado ao homem o privilégio da consciência de existir.
Está no horizonte, que os benefícios do desenvolvimento
tecnológico, terão de ser para toda a humanidade e não apenas para uma camada
de privilegiados.
Está no horizonte, que os meios tecnológicos que em princípio
serviram para maior exploração dos trabalhadores, são os mesmos que irão
permitir aos trabalhadores reivindicar maior participação nos seus benefícios.
Está no horizonte, que as facilidades de intercomunicação dilatarão
as capacidades de universalizar os novos conceitos de justiça social,
desenvolvendo naturalmente uma maior unidade e coesão na acção reivindicativa
dos trabalhadores de todo o mundo.
Está no horizonte, uma nova luz de esperança na mais nobre
luta que o homem jamais travou, como seja a de acabar com a exploração do homem
pelo homem, como impõe a própria natureza das coisas.
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