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domingo, 11 de maio de 2014

MONARQUIA ABSOLUTA, EM TEMPO DE DEMOCRACIA


   REFLEXÕES “EXPRESSIVAS”   

Esclarecemos que o título que utilizamos, se baseia no facto de irmos abordar reflexões inspiradas pelo semanário “Expresso” e pouco ou nada tem a ver, com o facto de nos estarmos a exprimir ou manifestar.
Fomos leitores assíduos daquele jornal desde o seu aparecimento, na medida em que era a fonte de informação escrita, que menos reserva nos exigia quanto à fidelidade das notícias e documentos que apresentava, até ao 25 de Abril.
A partir daí, passámos a lê-lo com bastante irregularidade, marginalizando alguns dos colaboradores que, contrariamente ao que era habitual se mostraram facciosos na sua escrita, e tendenciosos nas suas opções políticas.
Desde há pouco tempo, com a entrada de Ricardo Costa para director, apercebemo-nos que as coisas iam piorar, pois uma das primeiras medidas que tomou foi acabar com a crónica semanal de Ruben de Carvalho.
A troca de correspondência que trocamos a esse propósito foi simpática da sua parte, mas sem qualquer resultado prático.
Escusado será dizer que a partir daí, começamos a reduzir de tal maneira a sua leitura, que torna quase um desperdício a sua compra.
Entretanto esta semana o Expresso trouxe dois textos que nos mereceram alguma reflexão.
Um de Miguel Sousa Tavares e outro de Clara Ferreira Alves.
O primeiro é daqueles colaboradores que raramente escreve coisas com algum interesse e tem textos, em que é de tal maneira execrável, que já nos obrigou a por duas ou três vezes escrever cartas abertas no nosso Blogue, e a protestar veementemente contra os seus comentários ou conceitos, tendo o cuidado de lhas enviar para o Expresso.
Quanto à Clara Ferreira Alves a nossa opinião é mais positiva.
Consideramo-la uma mulher muito inteligente e muito culta, escrevendo normalmente sobre temas muito interessantes, e tirando as matérias que se prendem com as diferenças das nossas opções políticas, raramente não achamos interessantes as matérias sobre que escreve.
Foi o caso desta semana em que ela escreveu sobre um tema que teve para nós um particular interesse, pois abordou a relatividade entre a desigual distribuição de rendimentos praticados sob as novas teorias neoliberais e as utilizadas pelas velhas aristocracias, no que à questão da injusta distribuição de rendimentos diz respeito, consequentes perigos da concentração das riquezas e não só.
Diz Clara Ferreira Alves referindo-se ao livro “ O Capital segundo Thomas Piketty”:
Apesar da espessura dos dados e da predisposição académica, o livro é fundamental para a compreensão dos riscos para a democracia da concentração da riqueza. Quem detém e deterá o quê nesta fase do capitalismo? Para Paul Krugman, ou Stieglitz e outros, 1% detém, nos Estados Unidos, cerca de 25% dos dividendos da economia. É o famoso 1%, os supermilionários. A tese central de Piketty não é esta, é histórica. Segundo ele, estamos a regressar a uma idade de ouro de uma nova aristocracia, a do dinheiro. Ou seja, os herdeiros e descendentes desta gente reterão no futuro as rendas e dividendos da riqueza e do capital acumulado, sem esforço. É o velho “capitalismo patrimonial”. O argumento caiu como uma bomba na praça intelectual e sociológica da América, que acredita na meritocracia”.
O sublinhado é da nossa responsabilidade pois queremos valorizá-lo particularmente pela razão que se segue. 
Sem querer que pareça qualquer espécie de autoelogio, confessamos que desde há muito, muito tempo escrevemos sobre esse tema, tendo até num dos textos, feito uma comparação com a escala hierárquica da monarquia absoluta, comparando-a com a escala social dos detentores do poder económico actual, onde o presidente dos Estados Unidos seria uma espécie de rei absoluto, a que se seguiam pela respectiva importância, os secretos donos da Reserva Federal, os principais banqueiros, grandes empresários donos das multinacionais, financeiros especuladores,etc.,etc., comparando-os com a escala aristocrática dos tempos da monarquia, em que eram os marqueses, condes, barões e por aí adiante, os detentores e quase exclusivos beneficiários da distribuição dos rendimentos não só do capital, como do trabalho.
Passamos a partir daí, sempre que vinha a talhe de foice esse tema, encimá-lo com a ilustração que colocamos hoje neste texto, onde se lê “CAPITALISMO, A MONARQUIA DO DINHEIRO”.
Ontem, ainda perdemos imenso tempo a ver se encontrávamos o referido texto que referimos, mas o computador leva tanto tempo a passar de uns dias para os outros no Blogue, que confessamos francamente, faltou-nos a paciência para continuar.
Talvez um dia, quando menos esperarmos, venhamos a encontrá-lo. 
Por agora o que interessa é reforçar com tão ilustres opiniões, um critério, melhor um conceito, que há muito tempo tínhamos deduzido e tomado como uma trágica realidade, dos tempos que correm. 
Quanto ao caso de Miguel Sousa Tavares, consideramos que mais uma vez, este mentecapto escrevinhador e palrador, demonstrou, quanto os seus ilustríssimos progenitores, Francisco Sousa Tavares e de Sophia de Mello Breyner Andresen, lastimariam o tempo que perderam a criar semelhante pedante, se o destino nos tivesse proporcionado ainda hoje podermos desfrutar das suas geniais qualidades artísticas, no caso da mãe e da natureza intrinsecamente democrática, de seu pai.
Como habitualmente só leio o início dos textos deste fanfarrão, (quando leio!), para perceber (ou talvez para psicologicamente justificar o dinheiro gasto) sobre que matéria vai bolsar.
Desta vez, parece que estava a pensar como nós iríamos reagir, quando deu o título de “Tocata e Fuga” á sua crónica, não por consideramos o seu significado musical, mas pela rapidez em que lhe “Tocámos” e ”Fugimos” de continuar a leitura.
Escrevinhava ele: 
“Uma vez por ano o Presidente dos Estados Unidos preside ao jantar da imprensa estrangeira em Washington e faz um discurso recheado de piadas a si próprio.
Este ano, Barack Obama fez um discurso com tamanha capacidade de autoironia que os seus próprios adversários ficaram desarmados: transformou as críticas deles em anedotas sobre si próprio. 
São uma grande democracia, os Estados Unidos.” 
Só lemos até aqui!!!
Mais uma vez a responsabilidade do sublinhado é nossa, para dar destaque ao conceito de democracia deste presunçoso cabotino.
Um facto que deveria ser classificado como demagógica atitude, própria de um vulgar artista de “stand-up comedy”, é considerado como a expressão máxima de democracia política. 
Obama não é um homem qualquer!
Ele é presidente de uma potência que se arroga o direito (talvez divino, como Luís XIV, o rei sol!) de policiar o mundo, e que a cada dia que passa morrem e sofrem horrores, milhares de pessoas, fruto da política executada sob o seu consentimento e inteira responsabilidade.
Que ele faça cenas cómicas em família, até lhe fica bem como pai de família.
Agora que Miguel Sousa Tavares, considere aquela fantochada, certamente ensaiada e decorada previamente (se é que não ajudada por tele-ponto!), escrita dos Ricardos Araújos Pereiras lá do sítio, como exemplo da “grande democracia do Estados Unidos”….tenha dó!!!!

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