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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015


QUANDO É QUE ISTO VAI PARAR???

Lemos hoje no "Correio da Manhã" (apetece-nos sempre tirar o tíl ao último a, por respeito à verdade) um belo texto de Batista Bastos (onde ele foi parar!!!), embora pecando por defeito, em alguns números que refere, como é o caso do número de miúdos que vão diariamente em jejum para a escola ("A partir de janeiro, (2013) serão perto de 200 mil os alunos a precisar de ajuda, afirmava Albino Almeida, da Confap (Confederação Nacional das Associações de Pais) "(Revista Visão). 
Quanto ao número de jovens que abandonaram o país por sugestão dos governantes e carência de futuro, não são “quase duzentos mil jovens” mas segundo o próprio “secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, nos últimos anos, terão saído do país 100 mil a 120 mil portugueses por ano” o que somando, dará um número não deverá ser muito longe dos 400.000.
E ainda segundo ele, “só não aumentou mais, porque as oportunidades de emprego no exterior diminuíram.(jornal Público) 
Os destaques são da nossa responsabilidade.
 Há sempre solução

Os gregos podem ser o exemplo de que não há impossibilidades. 
Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, chega ao proscénio e diz que a Troika exagerou na imposição da austeridade, por desnecessária, e roubou a decência aos povos de Portugal, Espanha e Irlanda. Surge, afobado, o dr. Passos Coelho, e desmente Juncker, quase declarando que a Troika trouxe consigo felicidades inauditas. As aldrabices, mentiras e omissões deste cavalheiro atingem as zonas da coprolábia. Ou, então, pior do que tudo, usa os óculos de Pangloss, e vê um Portugal abençoado pelos deuses, embora esses deuses sejam desconhecidos, e o país seja absolutamente outro.
Um milhão e quinhentos mil desempregados; dois milhões na faixa da miséria: cento e quarenta mil miúdos que vão diariamente em jejum para a escola; quase duzentos mil jovens que abandonaram o País por carência de futuro; dezenas de doentes que morrem nos corredores dos hospitais por falta de assistência; velhos a quem foi subtraído todo e qualquer meio de subsistência; funcionários e outros aos quais cortaram todos os escassos salários – isto não terá como consequência a perda da decência e da dignidade? E perda da decência e da dignidade não consistirão nos constrangedores actos praticados por membros do Executivo, e pelo dr. Cavaco, relativos ao governo e, decorrentemente, ao povo grego?, com a torpe recusa em apoiar as propostas de quem foi legitimamente eleito, e colando-se, vergonhosamente, à estratégia da política alemã?
O grupo do dr. Passos é, por sistema, apupado e execrado, e o governo do Syriza recebe banhos de multidões a apoiá-lo e a incitá-lo.
A melancolia portuguesa e a dor do nosso viver sem luz advêm desta subalternidade que nos corrói a decência, a dignidade e a integridade moral.
Fomos coagidos a perder os valores que cimentaram o nosso ser, mesmo em tempos sombrios. A nossa honradez e probidade foram substituídas pelo individualismo mais atroz. Resta-nos, afinal, quê? Estes mentirosos, esta casta de indigentes mentais, e este mutismo dos que se deviam opor e alimentam a apagada e vil tristeza são sintomas de quê? Da indeclinável decadência em que vivemos. Sem solução? Cabe-nos a última palavra no próximo combate. Os gregos podem ser o exemplo de que não há impossibilidades na História.

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