MISTÉRIOS DO MACABRO
OBRA DE GYORGY LIGETI
Embora não conhecendo o “libreto”, ou sequer “letra”, melhor
dizendo o “texto”, porque na verdade de música erudita se trata, desta ópera de
Ligeti, julgo que qualquer pessoa, perante a linguagem corporal, os celestiais
vocalizos permitidos pelo virtuosismo vocal de Barbara Hannigan, remeterá para
um longínquo segundo plano, preocupações dessa natureza.
É certamente pela escala vocal da cantora, a extensa coloratura entre legatos e staccatos, das suas espantosas passagens floridas aos saltos e ornamentos, que como diz o meu filho João Lucas, no seu comentário no Facebook, lhe fazem lembrar Frank Zappa e a Nina Hagen, incluindo nessa descrição do seu deslumbramento esta frase lapidar, só possível num ateu (até hoje, julgo eu!!!) de incontornável talento e sensibilidade artística: “Deus existe, faz milagres e é muito meu amigo!”
As “palhaçadas” a que todos se entregam e neste “todos” incluímos logo à entrada a indumentária da “diva”, a irresistível comicidade do depósito sem cerimónias nas mãos do maestro de uma pastilha elástica de balão com assinalável dimensão, que trazia antes de entrar nas suas líricas funções, continuando pelos músicos da orquestra Sinfônica de Londres, distraídos a ler o jornal, os amarrotam freneticamente para começar a cumprir a sua missão, terminando pelo maestro Simon Rattle que apesar dos seus cabelos brancos não é menos “palhaço” a cumprir o desiderato cómico daquela “original” versão “suite”, da ópera "Grande Mertviarh" (1977)
Só no momento em que se desce à terra, depois da viagem ao planeta da emoção que esta peça musical nos proporciona, ao reflectir sobre o que se acaba de ver e ouvir, se percebe aquilo que descrevemos ao principio desconhecer, não tem rigorosamente, importância nenhuma.
Veja até que ponto tenho razão!
É certamente pela escala vocal da cantora, a extensa coloratura entre legatos e staccatos, das suas espantosas passagens floridas aos saltos e ornamentos, que como diz o meu filho João Lucas, no seu comentário no Facebook, lhe fazem lembrar Frank Zappa e a Nina Hagen, incluindo nessa descrição do seu deslumbramento esta frase lapidar, só possível num ateu (até hoje, julgo eu!!!) de incontornável talento e sensibilidade artística: “Deus existe, faz milagres e é muito meu amigo!”
As “palhaçadas” a que todos se entregam e neste “todos” incluímos logo à entrada a indumentária da “diva”, a irresistível comicidade do depósito sem cerimónias nas mãos do maestro de uma pastilha elástica de balão com assinalável dimensão, que trazia antes de entrar nas suas líricas funções, continuando pelos músicos da orquestra Sinfônica de Londres, distraídos a ler o jornal, os amarrotam freneticamente para começar a cumprir a sua missão, terminando pelo maestro Simon Rattle que apesar dos seus cabelos brancos não é menos “palhaço” a cumprir o desiderato cómico daquela “original” versão “suite”, da ópera "Grande Mertviarh" (1977)
Só no momento em que se desce à terra, depois da viagem ao planeta da emoção que esta peça musical nos proporciona, ao reflectir sobre o que se acaba de ver e ouvir, se percebe aquilo que descrevemos ao principio desconhecer, não tem rigorosamente, importância nenhuma.
Veja até que ponto tenho razão!
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