Mensagem

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terça-feira, 24 de março de 2015


UM «PRÓS E CONTRAS» IMPORTANTE

A RTP ao descrever o programa “Prós e Contras” na rubrica com o título “Um Ponto de encontro da cidadania!” explica que é um programa de informação conduzido pela jornalista Fátima Campos Ferreira e tão abrangente “quanto é permitido”….
Que a censura convivia bem com a Fátima Campos Ferreira, já o sabíamos, mas que o confessassem…é novidade, é surpreendente! Ao fugi-lhes a “caneta” para a verdade, só faltou acrescentar que o programa era parcial, faccioso, politicamente tendencioso e sobretudo anticomunista, para me fazer cair o queixo.
Ontem, como abordava uma das últimas broncas deste obsceno governo, a celebre “Lista VIP” de contribuintes privilegiados, decidi ver e em boa ocasião o fiz, porque assisti a um inacreditável testemunho, da absoluta incompetência que grassa entre aqueles que nos governam e sobretudo os perigos a que estamos sujeitos e as gerações vindouras.
Este programa teve a vantagem de dar a conhecer e abordar tudo o que de mais importante existe nesta pouca vergonha, que foi a criação de uma lista “VIP”, discriminatória dos portugueses e os divide em portugueses de primeira e portugueses de segunda.
Para minha surpresa, Fátima Campos Ferreira, neste específico programa, contrariamente ao que é habitual, portou-se com isenção, talvez até porque sendo “vedeta da televisão” como muito bem a classificou no programa o professor Eduardo Paz Ferreira, deve ter sentido o rabo a arder, por eventualmente fazer parte da celebrada lista VIP.
Essa isenção ficou assinalada logo no começo, quando esclareceu que este programa “ia começar com uma entrevista ao director-geral da Autoridade Tributária Brigas Afonso e teria ainda a participação do subdirector José Maria Pires.
Ia…..porque apesar de se terem disponibilizado esta manhã, por iniciativa própria para estrem presentes, à cerca de 1 hora atrás, cancelaram as participações”. 
Torna-se evidente, que esta presença só pode ter sido obstaculizada, por pressão do governo. Sendo funcionários de carreira, a legislação em vigor deve permitir em determinadas circunstâncias, forçar situações como esta.
Só assim se compreende a sua ausência, depois de se terem comprometido a comparecer, dado serem “homens com perfil de serviço público”, como alguns dos intervenientes no programa os classificaram.   
Esta denúncia, prenunciava o que se seguiria, que mais não foi de que uma catilinária dos vários interventores, que arrasaram a governação e até a débeis argumentações “La Palissianas” do “delegado” do governo, o “sacristão do PSD” deputado Duarte Pacheco, pelas suas intervenções, mais aparentava estar a pedir desculpa por estar ali, do que outra qualquer coisa.
O único argumento que decorara para desculpar o governo, foi acusar os “demissionários” directores de garantirem que o governo não fora perdido nem achado no problema, esquecendo-se de dizer que eles, ou pelo menos o director-geral Brigas Afonso não tinha apresentado o seu pedido de demissão, mas se limitara a pôr o seu lugar à disposição da tutela.
Há entretanto um pormenor para o qual  chamo a vossa particular atenção, embora a deputada Isabel dos Santos o referisse, mais ninguém o fez e mesmo ela, fê-lo “a vol d’oiseau”. 
Porque se trata de uma questão de excepcional gravidade, dentro da gravidade de tudo o mais. 
Trata-se da afirmação do director-geral Brigas Afonso, sobre a intervenção do Estados Unidos nas ajudas dadas para resolver determinados problemas técnicos, que deveriam ter sido suficientemente escalpelizados, de modo a nos permitirem saber, se o nível dessa intervenção não lhes facilitaria no futuro, infiltrar-se  nas redes da Autoridade Tributária de forma a obter os dados que entendessem e quando entendessem. 
Já na Comissão Parlamentar que investiga a questão das listas VIP, houve um deficit de informação nesta matéria, por culpa dos deputados terem prestado pouca atenção a esse pormenor, que afinal é um verdadeiro pormaior.
Quando o director-geral Brigas Afonso referiu o assunto, a forma discreta e breve como o fez, serviu para disfarçar a relevância inquestionável do problema.
Ninguém procurou saber pormenores dessa intervenção, que pode ser muito grave, até porque a dimensão e qualidade dessa “ajuda” técnica, mesmo sendo muito curta (segundo foi afirmado pelo director geral), pode evidentemente permitir estratagemas, que no futuro permitam entrar nos dados da Autoridade Tributária a seu belo prazer.
De resto, apesar das denúncias de Edward Snowden, nos garantirem a facilidade com que os serviços secretos norte-americanos entram nas redes informáticas mundiais, facilitar-lhes a vida desta maneira, parece-nos infantilidade. 
Para encurtar razões, porque interessa ver com atenção tudo o que é dito neste programa, chamo no entanto a vossa atenção à denúncia que o professor Paz Ferreira faz ao minuto 33.18 (da 2ª parte) revela que uma empresa, em regime de outsourcing, cria factores (técnicos?) de que a Autoridade Tributária não se consegue libertar, recebe todos os anos uma fortuna, como se pode ver no portal dos contratos públicos e, pior do que isso, tem acesso a todos os dados.
Como esta, muitas outras surpreendentes e assustadoras afirmações foram feitas e julgo que no fim de ver este vídeo, do programa “Prós e contras”, (com duas partes) ficará mais rico de conhecimentos e mais capaz de exercer a sua cidadania.

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