O Blogue Castendo dá notícia de um texto assinado pelo deputado comunista Miguel Tiago onde em nome do PCP se interroga sobre o que foi feito dos 78 mil milhões de Euros que a Troika estrangeira, através de um acordo com o PS, PSD e CDS, emprestou a Portugal.
Como eu e os restantes portugueses exigem, também nós queremos saber o que foi feito desse dinheiro que vamos “NÓS TODOS”, ter de pagar e “com língua de palmo”.
Eis o texto:
A FRAUDE DA AUSTERIDADE
.
Ainda não teve resposta por parte do Governo a Pergunta apresentada pelo PCP sobre os destinos das verbas obtidas através do "empréstimo" da troika estrangeira que foi apresentada há 25 dias atrás. Essa pergunta pode ser consultada AQUI
A resposta não é fácil e sem a ajuda do Governo será muito
difícil compreender para onde terão ido os 78 mil milhões de euros que o
Estado Português, com a assinatura do PS, PSD e CDS, contraiu como dívida e
sobre a qual todos pagaremos os juros e as consequências políticas. Sim, os
juros e as consequências políticas. Que o credor, neste caso, não se limitou a
emprestar o dinheiro e exigir o pagamento do capital e dos juros. Foi muito
além disso e exigiu o cumprimento de um programa político anti-democrático,
anti-popular e anti-nacional, baseado naquilo a que chamam "austeridade".
Mas umas contas simples fazem-nos perceber que o "empréstimo"
não entrou nas nossas contas. Vejamos, o PIB contraiu cerca de 6%
entre 2011 e 2014, o que equivale a cerca de 10 mil milhões
de euros produzidos a menos em Portugal. Uma quantia semelhante desapareceu dos
gastos do Estado com Educação, Saúde, Cultura, Prestações Sociais e
investimento público. Ou seja, o orçamento do Estado diminuiu em proporção com
a queda do PIB, sem consumir verbas adicionais, ou seja, não entrou dinheiro no
sistema. Para onde foram então os 78 mil milhões?
Ao mesmo tempo, entre 2011 e 2015, a dívida
pública aumentou 50 mil milhões de euros e as despesas anuais com juros
da dívida aumentaram de 4 300 milhões para 8 500 milhões. Nesse
mesmo período, a Banca conseguiu eliminar 30 mil milhões de euros de
imparidades com recurso a dívida garantida pelo Estado.
A "crise das dívidas soberanas" não passa
de uma crise da banca, por ter usado o dinheiro dos depositantes como
manancial para os negócios de banqueiros empreendedores e aventureiros.
Aquilo a que chamam "austeridade" não é mais do que o
Estado a ser chamado a pagar os buracos deixados na banca, porque os bancos
se tornaram "demasiado grandes para falir". O problema é que
também são "demasiados grandes para resgatar". Como tal, é
preciso cortar nas despesas do Estado para assegurar que existem suficientes
"almofadas" para a banca. Os 78 mil milhões que o
Estado português contraiu de dívida junto da troika ocupante foram para os
bancos. Cada tostão.
(sublinhados meus)
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