A PROPÓSITO DE UMA DECLARAÇÃO DE JORGE PIRES
Pela importância que se reveste e para dar uma ideia concreta
dessa relevância, transcrevemos a seguir 4 parágrafos de uma Declaração de
Jorge Pires, membro da Comissão Política do Comité Central do PCP, deixando
no fim deste texto, a possibilidade de ter acesso à versão integral desse extraordinário
documento, clarificador da real situação do caso BES e das enormes
consequências que poderão ter para o povo português.
Declaração de Jorge Pires, membro da Comissão Política do
Comité Central do PCP
«Sobre os desenvolvimentos no caso BES/Novo Banco e na CGD»
Um ano após a
aplicação da medida de Resolução ao Banco Espírito Santo e da criação do Novo
Banco, como banco de transição, são ainda mais evidentes os contornos e os
elevados custos da
operação, para o Estado e para os portugueses.
Cenário que valoriza ainda
mais a importância que teve a criação da Comissão de Inquérito proposta pelo
PCP, nomeadamente na constatação de factos que confirmam as responsabilidades
políticas de sucessivos governos na situação que foi criada.
Apesar de ser
recorrentemente afirmado pelo Governo que o fundo de resolução não
implicaria recursos
públicos, os factos aí estão: não apenas todos os recursos do Fundo de Resolução
são públicos por resultarem do pagamento de impostos por parte das instituições
bancárias, como grande parte do capital injectado no Fundo tem origem no
Estado, por empréstimo, num total de 4200 milhões de euros. Ou seja, dos 4900
milhões de euros utilizados, apenas cerca de 700 milhões representam um avanço
das contribuições dos bancos.
Depois da socialização
do prejuízo do BPN que já consumiu quase 2 700 milhões de euros a que se juntam
os 2 400 milhões de euros em prejuízos acumulados das empresas que gerem os
destroços do banco, o Governo PSD/CDS decidiu realizar uma intervenção da mesma
natureza junto do BES, com a criação do Novo Banco.
Um ano depois da
medida de Resolução do BES, está mais clara a importância do projectode
Resolução do PCP apresentado na Assembleia da República e recusado por PSD e
CDS e com a abstenção do PS, de constituição de uma unidade técnica para o
apuramento dos beneficiários da delapidação do BES e responsabilização pelo
pagamento dos prejuízos causados.
Sem comentários:
Enviar um comentário