ESTABILIDADE PARA QUEM?
ESTABILIDADE PARA QUÊ???
Pela insistência da coligação “Portacoelhos”, já percebemos que a palavra de ordem da campanha
eleitoral, vai ser “Estabilidade”, “Estabilidade” e mais ”Estabilidade”.
Ainda tentaram dar ao desemprego a figura de “primeira dama”
em consequência da aposta que fizeram nos resultados, facilitados pela
manipulação da realidade e o alindar dos dados estatísticos.
Porém, as generalizadas e arrasadoras notícias de que esta
canalhada que nos desgoverna, já tinha obrigado cerca de 500.000 jovens e menos
jovens a emigrar, 170.000 a desistir de procurar emprego e com a ajuda “altruísta”
da União Europeia através do Fundo Social, estarem a derreter milhões e milhões
de euros em pseudo “Cursos de Formação” “Estágios” e “Trabalho social”, para camuflar
os números do desemprego, acharam “inteligente” não fazer desse desemprego,
bandeira de propaganda.
Cogitaram, cogitaram e vai daí….“Eureka”!!!
Estabilidade é que é bom!!!
Estabilidade é que vende!!!
Estabilidade é que está a dar!!!
Claro! Com um governo que cria 10.000 milionários por ano, é
só fazer as contas!
Sem considerar os emigrantes que vão a correr regressar a
Portugal, nós que somos cerca de 10.000.000, dentro de 1.000 anos, seremos
todos decamilionários pelo menos!!!
Mas, o assunto é sério demais para estarmos a brincar.
Então vamos lá falar a sério!
O direito ao trabalho, é o primeiro direito que um cidadão
adquire, só pelo facto de nascer.
Na realidade, numa sociedade organizada, cada cidadão que
nasce, começa automaticamente a beneficiar dos cuidados, que se inserem na
lista dos seus direitos sociais, económicos e
culturais.
O acto de nascer, inicia um débito na “conta-corrente” da vida,
a cuja contabilidade se vão acrescentar os encargos gerais da satisfação das
necessidades básicas, que são naturalmente assumidos, por uma sociedade que
respeite os direitos humanos.
Mas porque esse nascimento, é o primeiro encargo da
sociedade com o seu novo broto, é aí, que germina a primeira responsabilidade
deste em vir a saldar a divida, o que em contabilidade se pode traduzir por “activos
por impostos diferidos”, exercendo normalmente um trabalho produtivo, no futuro.
Dito isto, passemos então ao mundo do trabalho, ao mundo da
produção, que neste
momento é um dos maiores problemas da sociedade.
Uma série de pessoas é dona dos meios de produção (a
burguesia) e recruta para produzir, um nº de pessoas especializado e não
qualificado, que necessita para essa produção.
A evolução da sociedade, ou melhor dizendo da estrutura
social, tem permitido na mesma conjuntura política, que as relações de produção
se mantenham, embora se tenha alterado radicalmente, o modo de produção.
Isto é, o fulgurante desenvolvimento científico, as novas
maquinarias, as novas tecnologias, a intensa robotização da produção e a informática,
fizeram desaparecer naturalmente milhões e milhões de postos de trabalho,
impossíveis de serem compensados, sem alteração das relações de produção.
Parece óbvio, que repartir o benefício desta acelerada
evolução técnico/científica por toda a humanidade, seria uma consequência
lógica, se o modo de produção que referimos, tivesse evoluído no sentido de beneficiar
os trabalhadores equitativamente.
Mas a lentidão da evolução social, não corresponde ao
processo de desenvolvimento tecnológico.
Foi esta constatação, que maliciosamente permitiu a elite financeira
e empresarial mundial, concluir numa reunião da Fundação Gorbachev, que dois
décimos da população activa, fornecem serviços de valor acrescentado e satisfazem
todas as mercadorias, que a sociedade mundial pode gozar.
Sendo assim e tudo nos diz que estamos nesse caminho, 80% da
população está condenada mais tarde ou mais cedo, a cair no desemprego.
É fácil perceber porque um dos magnatas presente nessa
reunião, concluiu que no futuro, a vida humana vai-se resumir a «ter algo para
comer ou ser devorado».
Classificar isso como futuro, para o caso português é notório
exagero, porque na realidade o presente, já se apresenta assim.
Pode encontrar a descrição resumida dessa reunião AQUI ou mais
pormenorizada no link existente no cabeçalho do Blogue http://olharaesquerda.blogspot.pt/
.
E porque é de Portugal que estamos a tratar, o facto de em
breve termos eleições legislativas que podem alterar profundamente o quadro da
relação de forças existente, permite compreender perfeitamente, os receios
daqueles que defendem o capitalismo, apelando
desesperadamente à estabilidade, para poderem manter intactos os índices de
exploração a que têm sujeitado o povo português.
Não podemos descurar os enormes perigos que estas eleições
apresentam.
Tendo em conta a esmagadora capacidade de manipulação dos meios
de comunicação social e dos quadros que regiamente pagos, alinham as notícias,
consoante as ordens dos seus patrões.
Tendo em conta o poder da televisão, que entra pela casa de
cada um sem pedir licença, recrutando quadros que envergonham qualquer critério
de isenção e imparcialidade, discriminando a paridade com opiniões contrárias
aos seus interesses, limitando as excepções que justificam a regra, para criar
nos espectadores a convicção de vivermos em democracia.
Todos os meios de comunicação social sofrem neste momento,
uma influência opressiva, das forças que dominam o poder.
O PSD em coligação com o CDS nunca comprometeu a sua linha
de compromisso, com a maioria dos governos europeus ou seja com a direita e até
o PS faz a diferença da coligação “Portacoelhos”,
exclusivamente, nos tempos de execução.
Deturpando factos e índices, pensam poder obter o seu voto e
chamar à sua luta, os ingénuos que julguem poder vir a usufruir das mordomias
que neste contexto, só são possíveis aos ricos ou bastante remediados.
Daí, os sistemáticos apelos a uma maioria, seja ela qual
for, desde que seja dos que defendem um capitalismo mais ou menos magnânimo, ou
mais ou menos explorador e mantenha intocável, os tachos desta classe dirigente.
Apoiado na dificuldade que os eleitores têm de discernir as
diferenças entre os partidos do “arco da dívida”, ou do vulgarmente chamado “arco
do poder”, faz com que outros partidos, nomeadamente o Partido Comunista
Português e os outros partidos de esquerda, esmagados pelo sistemático
silenciamento das suas propostas e acções, vão debatendo e propondo as soluções
diferentes e justas, para a problemática nacional, sobrevivendo num clima que só
se suporta, com estoicismo e convicção na bondade dos objectivos.
É neste clima, que diminui perigosamente a possibilidade do esclarecimento
inequívoco e transparente, para a esquerda conseguir a necessária e justa alteração
da relação de forças.
Lembramos, como
mensagem final, só através uma alteração das relações de produção, se poderá vir
a obter justiça social.
No imediato, e no que se refere a Portugal, acreditamos que
só com a saída do euro e a recuperação da soberania perdida, poderemos reivindicar
uma diminuição dos horários de trabalho, uma melhor distribuição dos lucros das
empresas, uma significativa melhoria da remuneração dos trabalhadores, um maior
equilíbrio entre os quadros superiores e os restantes trabalhadores e um novo
elan numa a intensa fiscalização das operações bancárias, pelo Banco de
Portugal.
A nível internacional, num próximo futuro e com as expectáveis
alterações que se prevêem, com a diminuição da influência dos Estados Unidos, o
crescimento dos Brics, da Rússia, da China e da Índia, bem como o consequente desaparecimento
do dólar como moeda de referência internacional, o fim dos “offshores” e o
aparecimento de novas relações de produção.
Os objectivos que a
evolução do capitalismo pode inspirar, será a própria Dialética da Natureza a determinar,
bem como as novas e justas medidas que serão necessárias, para dar à humanidade
a dignidade que se exige para todos os seres humanos, pelo simples facto de ter
nascido.
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