Mensagem

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quarta-feira, 18 de março de 2009

UMA GRANDE,

IMENSA FIDELIDADE

Um Alentejo com sombras azuladas e charcos de água morta, onde o lirismo delgado dos juncos se demora, e a serenidade pousa devagar como as cegonhas nos campanários. Um Alentejo onde uma revoada de pássaros, ou uma fogueira, rompe do piorno e da esteva, deixando atrás uns estalidos breves. Um Alentejo quase plácido, com tonalidades foscas de elegia feita à memória de alguém que nos abandonou muito cedo. Mas o que não deixa nunca de estar presente, no meu e no seu Alentejo, é aquele horizonte onde o olhar se estende e consome, e a solidão sobe alta como a lua.
Eugénio de Andrade

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