Mensagem

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sábado, 19 de maio de 2012

            CARTA AO PRESIDENTE 
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MEDEIROS FERREIRA

Ex-deputado, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, ex-participante do Grupo Bilderberg, ex-reformista com António Barreto da ala direita do PS e seu ex-dirigente desde 2006, altura em que pediu a demissão da Comissão Política e da Comissão Nacional do PS, saltitando entre apoiar e desapoiar Manuel Alegre, Mário Soares e José Sócrates.
O seu hábito de olhar umas vezes à esquerda e outras  ligeiramente à direita, porque quase ao mesmo tempo, exigiu da Natureza um notável esforço de adaptação orgânico/biológico/funcional da visão.
Olhando agora para a esquerda, ligeiramente, sentiu necessidade de escrever uma carta ao presidente da Republica, a propósito do pacote laboral que há pouco foi aprovado pela maioria parlamentar.
Razão, a inaceitável “abstenção” (contra-natura!) do PS, razão pela qual os partidos de esquerda, PCP, BE e Verdes votaram contra, dada a sua evidente inconstitucionalidade, facto também muito bem assinalado pela CGTP.
Essa carta que vem publicada hoje no Correio da Manhã, com o título Cabo Submarino.
Confesso franca e humildemente que perceber “o porquê” deste título, está a exigir muito da minha inteligência.
É uma frustração completa, a menos que tenha a ver com a necessidade do Presidente da Republica não meter água, ou simbolicamente o ex- “muitas coisas” achar que as manobras para aprovar a legislação foram, digamos “submarínicas” e correm o risco de meter água por todos os lados, como é próprio desta navegações, independentemente da modernidade dos dois submersíveis, que elevadas verbas produziram aos cofres do CDS e de alguns dos seus ilustres dirigentes, segundo a voz do povo.
Só  parece possível um militante (agora de base!!!) do PS fazer afirmações tão judiciosas, porque nas fileiras do PS já nos habituaram a reconhecer que há elementos… que falam muito bem!
Se os émulos do Frei Tomaz no PS, não pagassem de vez em quando (este “de vez em quando”, é quando é necessário votar!!!) quotas ao Partido Socialista, poucos (para não dizer muito poucos), poderiam exercer o seu direito de voto.
Mas enfim, temos de viver com isto e esperemos que os verdadeiros socialistas acordem e façam do Partido Socialista aquilo que ele deveria ser!!!
ENQUANTO O PAU VAI E VEM!!!….
Vejamos então, um extracto do pouco que de sensato escreveu Medeiros Ferreira, ex-qualquer coisa, ao dono do mais bem feito, impecável, imaculado, rigoroso e irrepreensível nó de gravata, apresentado na televisão portuguesa, Excelentíssimo Senhor Professor Doutor Economista, Aníbal Cavaco Silva.

1 - Nas normas desse diploma há um espírito de viradeira de inconstitucionalidade difusa, na esteira de outras leis como a do Orçamento. 
 2 - As instituições defrontam-se agora com o grau zero de cultura comunitária patenteado pela maioria, ao dispor dos feriados nacionais obrigatórios na atraente mercearia da produtividade por grosso. 
3 - Deixarei de o considerar como um verdadeiro e leal PR caso promulgue uma lei bastarda que termine com os feriados nacionais, entre os quais o de 5 de Outubro, dia que resistiu aos tempos do salazarismo, etc, etc., Não queira ficar como o PR que apaga o acto fundador da República. Caso assine a lei para promulgação passarei a encará-lo apenas como o regente timorato de uma república envergonhada e diminuída 

 Que delicadeza, para tamanha traição aos valores da História, da República e da Democracia!!!

4 - Não deixe pois esta maioria fazer mais do que os seus pretéritos mestres, e perceba o sinal de ponderação que a Santa Sé emitiu sobre o assunto. Quem diria que a República precisaria de uma tal lição de sabedoria… 
Os feriados nacionais são uma matéria demasiado séria e simbólica para serem deixados aos econometristas de serviço de dentro e de fora. Não estou a pensar só no 5 de Outubro, acredite. 

 Se calhar ficou “só” a pensar, no corte de feriados e ficou tão aflito, que nem se lembrou de falar das medidas que pre-figuram trabalho escravo, desde as que prevêem a alteração ao regime dos despedimentos, com as mudanças significativas que sofre, até ao alargamento do despedimento por inadaptação, (o que dá liberdade ao patronato para fazer tudo o que entender!) passando pela criação do artificioso banco de horas, diminuição para metade do valor a pagar pelas horas extras de trabalho, menos horas de descanso, redução de férias, até passar à categoria de faltas, as ausências nos dias de ponte, implicando automaticamente a perda de salário.

5 - Vossa Excelência terá de responder à letra ao desafio que foi lançado à colectividade nacional pelo talibã da maioria. Não vire a cara. 

Curiosamente acaba a dizer “Não vire a cara” quando ele próprio acaba por fazê-lo ao não enumerar sequer, as medidas mais graves que afectam a vida dos trabalhadores.

É CASO PARA DIZER QUE ESTE FREI TOMAZ, NEM SEQUER PREGA BEM!!!

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