Mensagem

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sexta-feira, 25 de maio de 2012


                   ERA UMA VEZ.....              

Acabo de ler um oportuno artigo de Manuela Moura Guedes, que reflecte exactamente o que penso sobre esta “moscambilha” do Dr. Miguel Relvas.
Uma coisa que me impressionou imenso, foi a deferência com que Carlos Magno se “dignou” a ir receber à porta da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), o principal actor do famigerado caso Relvas e depois com grandes sorrisos e sem faltar a clássica pancadinha nas costas de solidariedade que se dá aos amigos, que naquele caso é como quem diz, vamos lá fazer este frete, para que a comunicação social tenha com que se entreter.
Na verdade não entendo porque uma questão tão simples, tem pela voz deste Magno senhor, a necessidade de 10 dias ou mais para esclarecer “se é verdade ou não, que a jornalista em questão foi a foi alvo das ameaças do ministro-adjunto e  dos Assuntos Parlamentares”, tanto mais que pela voz do deputado Raul de Almeida do CDS, foi justificado com o argumento de que os trabalhos da ERC seriam  muito rápidos, o chumbo aos requerimentos do PS e dos Verdes, para a audição na Comissão Parlamentar para a Ética, a Cidadania e a Comunicação, as pessoas envolvidas no caso, incluindo o próprio ministro Miguel Relvas.
 Diz o “Magnânimo” senhor: "Vamos trabalhar com muita calma, dar todo o tempo que é necessário  para este processo, porque ele é muito importante", certamente na expectativa de adormecer o assunto com o correr o tempo, e lhe aconteça o que é habitual, nunca mais se sabe a verdade.
Aposto simples contra dobrado, que este caso não terá as mínimas consequências!!!!
O Magno senhor vai dizendo que irá ouvir a jornalista, a directora do Público Bárbara Reis, a editora de Política Leonete Botelho, o conselho de redacção do jornal e  “não excluindo a eventualidade de ouvir mais pessoas, se  essa necessidade decorrer das audições previstas” , sendo que no  fim, irá certamente pedir delicada e respeitosamente a Miguel Relvas que se digne a condescender em  responder  “ por escrito”, às questões finais da  ERC.
Esperemos que o Parlamento não deixe que tal aconteça, até porque há lá muita gente competente, que está interessada em esclarecer o assunto.


QUARTO PODER
  

ERC quê?... 
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Por:Manuela Moura Guedes, Jornalista

Ninguém pode ser tão ingénuo ao ponto de acreditar que a ERC vá concluir que o dr. Relvas ameaçou uma jornalista do ‘Público’ com a devassa da sua vida privada. Iria contra a natureza, história, tradição, e bons costumes de um qualquer organismo regulador em Portugal. E compreende-se.
 A entidade que regula a Comunicação Social é composta por gente escolhida por acordo entre o PSD e o PS (na proporção do voto eleitoral), o que faz com que a lealdade para com o empregador se sobreponha a quaisquer outros valores. Sempre foi assim, o que mostra o tipo de regulação que se faz. Não seria grave se esta encenação não acabasse por ser aceite como legítima até por aqueles que sabem que não passa tudo de uma palhaçada. Eu explico melhor. Está instituído oficialmente que a ERC é o organismo que trata dos assuntos da Comunicação Social. Mesmo que seja tudo enviesado, que os seus membros sejam comissários políticos, está na lei que, o que decidirem, importa. É assim, não se discute. Como está instituído que importará para o futuro do dr. Relvas a decisão da ERC que ele próprio constituiu, como um dos empregadores...
Mas, tal como no caso do fim da colaboração de Pedro Rosa Mendes na Antena 1, o ‘Regulador’ não vai dar nada como provado e a liberdade de imprensa em Portugal estará a salvo porque a ERC assim o disse. O dr. Relvas continuará apto para gerir as suas coutadas, o dr. Passos Coelho garantirá "a transparência do Governo" e os portugueses vão engolir tudo o que lhes dizem como até aqui. A liberdade de imprensa nunca foi coisa que importasse muito em Portugal. São raríssimos os jornalistas que arriscam a pele por ela e os políticos, mesmo quando estão na oposição, não fazem grande militância.
No poder, então, essa coisa passa a ser um verdadeiro empecilho. Relvas não foi um ‘erro de casting’ do primeiro-ministro, ou aproveitaria agora para o demitir. Passos Coelho conhece-o bem e precisa dele como já precisou para ser eleito. Relvas é uma espécie de dark side de Passos Coelho, o seu lado sombrio, subterrâneo, mas consciente. Funcionam como um todo, daí que não seja de estranhar o poder de mandar calar um Governo inteiro. Agora, ameaças, nunca! Há liberdade de imprensa. Eu sou uma prova.


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