QUE GRANDE CAMELO!!!
De um amigo recebemos um texto da jornalista Filomena
Martins, directora-adjunta do Diário de Notícias, publicado ontem no
Diário de Notícias, que vinha antecedido pela seguinte nota, com a qual nos identificamos
completamente:
Foi a luta que obrigou, aquele que tem sido,
quase sempre, o jornal oficioso desta política, a colocar nas suas páginas
tal texto. Logo, a luta terá de continuar para correr com ele e acabar com a política
que arruína o país, se continuar.
UM ANIMAL FERIDO
Pior que um animal feroz é um animal ferido. (...) O ferido,
situação em que se encontra agora Passos Coelho, como já nada mais tem a
perder, age em desespero, esbraceja aleatória e automaticamente apenas para
tentar sobreviver. Não sabemos o que fará a seguir e temos de temer o pior.
(...)
Passos Coelho (...) está cada vez mais sozinho, isolado.
Sabe que o partido, do qual Marcelo o considera o pior líder de sempre, já só
aguarda pelo seu sacrifício. Sabe que no Governo, ao permitir o adeus de Relvas
acusando-o de ingratidão, a carta de Gaspar revelando a sua falta de liderança,
e a subida de Portas a vice, cedendo à sua chantagem, perdeu toda a
legitimidade. Dos ministros ditos políticos, que deveriam ser os seus
guarda-costas, apenas já se ouve, e em murmúrio, Paula Teixeira da Cruz. Ficou sem
apoios, não há quem não o critique e o futuro é um vazio completo.
Passos não tem futuro em nenhuma grande instituição
europeia, como Durão ou Guterres. (...) Nem sequer os dotes oratórios que lhe
possam dar o palco do comentário político, onde proliferam os seus antecessores
à frente do partido. Passos não tem nada. Passos sabe que está no corredor da
morte política.
O que lhe resta então? Na sua bipolaridade cada vez mais
evidente, que num dia o põe a alimentar todas as expectativas sobre o nosso crescimento
económico e no outro a avisar para o choque de expectativas que teremos com o
Orçamento, Passos é o tal animal ferido na sua dignidade. Fisicamente
envelheceu séculos e é a imagem de alguém que parece carregar aos ombros todo o
peso do mundo. Está verdadeiramente convencido de que está a salvar o país,
apesar de todos sabermos que o País, tal como o conhecemos, pode não lhe
sobreviver. De um líder assim, que sabe que perdido por cem, perdido por mil,
pode esperar-se tudo. Há por isso que ter medo. Muito medo.
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