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quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

A IGREJA E OS COMUNISTAS

O PAPA FRANCISCO 
E AS 15 DOENÇAS DA IGREJA!

O papa Francisco tem a virtude de estar a despertar a atenção e as espectativas da generalidade das pessoas.
Pessoalmente, quando o seu discurso se humaniza, tenho concordado com o que diz, mantendo no entanto uma reserva muito significativa, porque há muitos e muitos anos, me tornaram descrente e com o rolar dos anos, um ateu empedernido.
Já escrevi e justifiquei porque considero um erro fundamental, a igreja ter considerado os comunistas seus principais inimigos, ao confundir o âmbito da vida material e social do ser humano, com a sua vivência espiritual ou religiosa.
Para simplificar, consideramos que a sociedade humana, na sua evolução dialética, tende para uma sociedade sem explorados, nem exploradores, configurando para isso, princípios morais que não podem ser postos em causa por qualquer religião, seja ela qual for.
Historicamente, remotamente considerando, tal não se verifica e a questão central assenta no facto do desenvolvimento das tarefas relativas a evolução da sociedade, na sua crescente complexidade, serem aproveitados pelas classes que as desempenham, para estabelecerem hierarquias, que política, económica e até na sua expressão religiosa, transformaram a humanidade, numa sociedade com classes de interesses antagónicos.
Na perspectiva religiosa, a igreja católica sempre se aliou aos mais poderosos, roubando à dureza da vida nos campos, para o seu serviço, os mais inteligentes, hierarquizando as tarefas religiosas, à semelhança da aristocracia reinante, atribuindo aos quadros superiores,  particulares mordomias  e como forma de promoção social, tal como ainda hoje o fazem, a atribuição do título de Dom, que era por nascimento, atributo exclusivo da nobreza.
A verdade, é que a Igreja achando que a teoria marxista lhe iria roubar influência designou o comunismo como seu inimigo, elaborando através da encíclica “Rerum Novarum”, a doutrina social da igreja, para pretensamente neutralizar o empolgante êxito que as teses comunistas estavam a ter, sobretudo no universo do trabalho e nomeadamente na classe operária.
Essa encíclica, defendia princípios, que supostamente deveriam regular a vida social, económica e financeira, numa perspectiva de justiça social.
Sugeria até, uma melhor distribuição de riqueza, bem como uma intervenção do
Estado na economia a favor dos mais pobres e desprotegidos.
Entretanto para a classe operária, aconselhava ao patronato, uma das três virtudes teologais, a caridade.
É evidente que atribuir à caridade dos patrões, os direitos inalienáveis da classe operária, colidia com a essência da ideologia comunista, transcrita cientificamente pelos estudos de Karl Marx e resumidamente definidos no chamado “Manifesto Comunista”, na busca da formação do homem novo e na luta pela vitória do comunismo.
O antagonismo que nasceu a partir do conceito de caridade, defendido pela igreja, como meio para obter justiça social, bem como a sua interferência política em aliança com os interesses do capital, gerou comportamentos e conflitos que acentuaram o antagonismo, entre a Igreja e os comunistas.
O culminar desses conflitos, tiveram a sua expressão mais notória nos tempos mais recentes, com as conhecidas interferências do papa João Paulo II, que acabaram por determinar a queda do chamado muro de Berlim e a implosão da União Soviética.
Estes terríveis fenómenos, causaram um assinalável retrocesso na evolução da humanidade, pois a ele se ficou a dever a situação de crise que o mundo vive actualmente, dado ter desaparecido a União Soviética, principal factor que continha os abusos e excessos daquele capitalismo que hoje actua desenfreadamente e sem controle, na exploração dos trabalhadores e numa impune especulação financeira de características absolutamente criminosas.
O objectivo central dos comunistas, de acabar com a exploração do homem pelo homem, sofre neste momento dificuldades agravadas por esses factos, mas sendo essa luta a mais nobre que o ser humano pode travar, jamais os comunistas deixarão de a levar a cabo, até à victória final.
O aparecimento do papa Francisco, parece trazer de novo a esperança de que os caminhos da humanidade, pelo menos no lado da Igreja Católica, possa vir a evoluir no bom sentido.
Acaba de chegar ao nosso conhecimento o duríssimo discurso que o Papa Francisco fez perante a Cúria Romana, diagnosticando as 15 doenças que afetam a Igreja. 
No entanto, a quem viu o vídeo da intervenção papal, (pode ver parcialmente AQUI com legendas ou AQUI mais completo mas sem legendas) não pode passar despercebido que só um dos cardeais, bateu as palmas e de forma muito curta e quási envergonhada.
Diz o povo que “de boas intenções está o inferno cheio”, bastando lembrar que já na Encíclica acima referida também se determinava que a culpa da miséria e da pobreza dos trabalhadores, derivava de um liberalismo irresponsável e que os trabalhadores eram vítimas da cobiça, da concorrência desenfreada, da ganância e das leis injustas, que tinham perdido a noção da equidade.
Havia também uma parte bastante significativa orientada na condenação dos monopólios e da especulação financeira, que pelos vistos não tem qualquer eco, por parte dos seus mais ricos e opulentos devotos.
Quanto à reflexão que fez o Papa Francisco, perante Cúria Romana, a quem sentenciou que “se não se atualiza, que não trata de melhorar sempre, é um corpo doente” não temos dúvidas que podem significar novos caminhos para a Igreja Católica Apostólica Romana.
A influência mundial que a Igreja objectivamente beneficia, os sinais que chegaram do seu empenho no caso de Cuba e o facto do Papa Francisco ter diagnosticada de forma tão lúcida as 15 doenças que afectam a Igreja Católica e nomeadamente as suas cúpulas, pode ser um sinal de que estão a ser criadas condições, para tornar os comunistas seus aliados naturais, na defesa dos princípios orientadores da sua doutrina social, estabelecidos pela encíclica “Rerum Novarum”.
De facto, caso seja tornada extensiva à hierarquia católica, grande parte das doenças referidas pelo Papa Francisco em relação à cúpula da Igreja, não restarão obstáculos de caracter sociológico entre a Igreja Católica e os comunistas, que não possam ser ultrapassados.
Vejamos então quais são as 15 doenças e tentações, a que se refere o Papa Francisco e qual o seu significado, segundo o Blogue  “fraternitasmovimento” que pode também ver AQUI

A doença do sentir-se imortal ou indispensável
A doença da excessiva operosidade
A doença da excessiva planificação
A doença da má coordenação
A doença do Alzheimer espiritual
A doença da rivalidade e da vanglória
A doença da esquizofrenia existencial
A doença dos boatos e dos mexericos
A doença de divinizar os superiores
A doença da indiferença em relação aos outro
A doença da cara fúnebre
A doença do acumular
A doença dos círculos fechados
A doença do lucro mundano, dos exibicionismos

A doença do sentir-se imortal ou indispensável 
«Uma Cúria que não faz autocrítica, que não se atualiza, que não procura melhorar, é um corpo doente». O papa recorda que uma visita aos cemitérios poderá ajudar a ver os nomes de muitas pessoas que «talvez pensassem que eram imortais, imunes e indispensáveis». É a doença daqueles que «se transformam em proprietários e se sentem superiores a todos, e não ao serviço de todos. Deriva muitas vezes da patologia do poder, do “complexo dos eleitos”, do narcisismo». 
A doença da excessiva operosidade 
Refere-se à que afeta quantos, como Marta na narrativa evangélica, «se imergem no trabalho, negligenciando “a melhor parte”: o sentar-se aos pés de Jesus». Francisco lembra que Jesus «chamou os seus discípulos para “repousarem um pouco”, por negligenciar o necessário repouso conduz ao stress e à agitação». 
A doença da petrificação mental e espiritual 
Atinge aqueles que «perdem a serenidade interior, a vivacidade e a audácia, e se escondem sob os papéis», deixando de ser «homens de Deus» e revelando-se incapazes de «chorar com aqueles que choram e alegrar-se com aqueles que se alegram». 
A doença da excessiva planificação 
Ocorre «quando o apóstolo planifica tudo minuciosamente» e acredita que assim fazendo «as coisas efetivamente progridem, tornando-se assim um contabilista ou um comerciante. Preparar bem as coisas é necessário, mas sem nunca cair na tentação de querer fechar e guiar a liberdade do Espírito Santo. É sempre mais fácil e cómodo repousar nas próprias posições estáticas e imutáveis». 
A doença da má coordenação 
É contraída por aqueles que «perdem a comunhão entre eles e o corpo perde a sua harmoniosa funcionalidade», tornando-se «uma orquestra que produz barulheira porque os seus membros não colaboram e não vivem o espírito de comunhão e de equipa». 
A doença do Alzheimer espiritual 
Traduz-se num «declínio progressivo das faculdades espirituais», causando «graves deficiências à pessoa». Constata-se em que «perdeu a memória» do seu encontro com Deus, em quem depende das próprias «paixões, caprichos e manias», em quem constrói «em torno a si muros e hábitos». 
A doença da rivalidade e da vanglória 
«Quando a aparência, as cores das vestes e as insígnias honoríficas se tornam o objetivo primário da vida. É a doença que nos conduz a ser homens e mulheres falsos e a viver um falso “misticismo” e um falso “quietismo”. 
A doença da esquizofrenia existencial 
É a de quem vive «uma vida dupla, fruto da hipocrisia típica do medíocre e do progressivo vazio espiritual que láureas ou títulos académicos não podem preencher». Atinge muitas vezes aqueles que, «abandonando o serviço pastoral, se limitam às tarefas burocráticas, perdendo assim o contacto com a realidade, com as pessoas concretas. Criam dessa forma um mundo paralelo, onde colocam de parte tudo o que ensinam severamente aos outros», tendo uma vida «escondida» e frequentemente «dissoluta». 
A doença dos boatos e dos mexericos 
«Apodera-se da pessoa tornando-a “semeadora de cizânia” (como Satanás), e em muitos casos «homicida a sangue frio” da fama dos próprios colegas e confrades. É a doença das pessoas covardes que, não tendo a coragem de falar diretamente, falam por trás das costas. Guardemo-nos do terrorismo dos boatos». 
A doença de divinizar os superiores 
Infeta aqueles que «lisonjeiam os superiores», vítimas «do carreirismo e do oportunismo» e «vivem o serviço pensando unicamente no que devem obter, e não no que devem dar». São «pessoas mesquinhas», inspiradas exclusivamente «pelo próprio egoísmo fatal». Pode também atingir os superiores «quando lisonjeiam alguns dos seus colaboradores para deles obterem a sua submissão, lealdade e dependência psicológica, mas o resultado final é uma verdadeira cumplicidade». 
A doença da indiferença em relação aos outros 
«Quando alguém pensa só em si mesmo e perde a sinceridade e o calor das relações humanas. Quando o mais especialista não coloca o seu conhecimento ao serviço dos colegas menos especialistas. Quando, por ciúme ou por astúcia se experimenta alegria ao ver o outro cair, em vez de o levantar e encorajar.» 
A doença da cara fúnebre
 É contraída pelas pessoas «carrancudas e severas, para as quais ser sério implica pôr uma cara de melancolia, de severidade, e tratar os outros – sobretudo os considerados inferiores – com rigidez, dureza e arrogância». «A severidade teatral e o pessimismo estéril são muitas vezes sintomas de medo e de insegurança de si. O apóstolo deve esforçar-se por ser uma pessoa cortês, serena, entusiasta e alegre, que transmite alegria.» Francisco convida à boa disposição e à autoironia: «Quanto bem nos faz uma boa dose de bom humor saudável». 
A doença do acumular 
«Quando o apóstolo procura preencher um vazio existencial no seu coração acumulando bens materiais, não por necessidade, mas apenas para se sentir seguro.» 
A doença dos círculos fechados 
Quando a «pertença a um pequeno grupo se torna mais fácil do que a pertença ao Corpo, e, em algumas situações, ao próprio Cristo. Também esta doença parte sempre de boas intenções, mas como o passar do tempo escraviza os membros, tornando-se “um cancro”». 
A doença do lucro mundano, dos exibicionismos 
«Quando o apóstolo transforma o seu serviço em poder, e o seu poder em mercadoria para obter lucros mundanos ou mais poderes. É a doença das pessoas que procuram insaciavelmente multiplicar poderes, e, para esse efeito, são capazes de caluniar, difamar e desacreditar os outros, até em jornais e revistas. Naturalmente para se exibirem e demonstrarem-se mais capazes do que os outros.» Uma doença que «faz muito mal ao corpo porque conduz as pessoas a justificar o uso de qualquer meio para alcançar tal objetivo, muitas vezes em nome da justiça e da transparência».

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