Mensagem

Mensagem

sexta-feira, 20 de julho de 2012

                          EUCALIPTOS

Não sou especialista na matéria.
Mas das memórias da minha infância, retiro a lembrança de um tio muito querido, que amanhava uma propriedade  e na sua margem um vizinho  quis plantar um eucaliptal.
Como não mediava a distância regulamentada da sua fazenda, onde ele semeava trigo, milho e outras novidades, queixou-se à entidade competente e conseguiu que os eucaliptos fossem obrigatoriamente colocados tão longe da sua propriedade, que o vizinho desistiu dessa plantação.
Os receios desse meu tio alicerçavam-se mais de no facto de temer pela nascente de água que possuía na sua propriedade, do que pelo respeito à legislação em vigor que regulava esse plantio.
Ele tinha a certeza que no dia em que o vizinho plantasse o eucaliptal, a nascente donde retirava a água necessária para regar as suas sementeiras desapareceria, dadas as grandes quantidades de água que os eucaliptos absorvem.
Esta história,  aliada ao facto de ser considerada uma planta invasora e às dificuldades que mais tarde soube terem sido criadas às celuloses, que queriam  alugar alguns terrenos na zona do Oeste, onde pretendiam plantar eucaliptos para fins industriais, enraizou-me a convicção de que o eucalipto pelas suas características orgânicas, é extremamente prejudicial para os terrenos onde é plantado, tendo como consequência, a  futura desertificação desses terrenos.
Não será por acaso que há uma “vox  populi” que se refere ao Presidente  Cavaco Silva , como um eucalipto,  que seca tudo à sua volta.
A apetência por esta árvore, deve-se ao facto de crescerem rapidamente e serem utilizadas principalmente para produzir pasta de celulose utilizada no fabrico de papel, razão pela qual o antigo ministro da agricultura, Capoulas dos Santos, acusa agora o governo de estar a ceder aos interesses da indústria da celulose.
Independentemente das consequências nefastas para a biodiversidade das florestas, o eucalipto encontra-se entre as espécies que mais favorecem e propagam os fogos florestais, sendo que esta arvore segundo oespecialista em fogos florestais, Xavier Viegas, proporcionarem fogos deprojecção, em resultado da autocombustão dos óleos voláteis libertados pelo eucalipto, especialmente nos dias de calor mais intenso e nos locais com maior concentração de eucaliptos, o que os tornam imparáveis.
Sujeita a legislação apertada, as plantações de eucalipto para fins industriais, tinham até há pouco como suporte uma gestão silvícola sustentada que garantia a defesa dos valores ambientais e culturais.
A partir de agora, por decisão desta canalha oportunista que desgraçadamente nos está a (des)governar passou a ser possível qualquer pessoa plantar eucaliptos, sem pedir qualquer autorização, em qualquer área florestada que seja destruída por um incêndio, deixando de haver, como acontecia até aqui, o tal suporte de gestão silvícola sustentada, baseada na defesa dos valores ambientais e com sérias consequências até no domínio cultural.
SÓ ESTE GOVERNO FINGE NÃO VER, QUE ESTÃO A FAZER UM CONVITE AOS INCENDIÁRIOS, PARA ACABAR COM O QUE RESTA DE OUTRAS ESPÉCIES QUE SEJAM MENOS RENTAVEIS DE IMEDIATO.

Sem comentários: