UCRÂNIA E A ARMA ECONÓMICA
«Ucrânia: As armas econômicas», é um texto de Manlio Dinucci,
publicado hoje na Global Research, extraordinariamente elucidativo da
estratégia de fundo dos Estados Unidos, para dominar a Ucrânia.
Não vai ser necessário utilizar armas de fogo, bastando pôr a rotativa da Reserva Federal a produzir dólares, para com a arma económica “ocupar” pacificamente a Ucrânia.
A técnica é (ou foi?) a seguinte:
Os governos para ganhar votos e manterem os tachos, vão gastando mais do que se produz, para cativar eleitorado.
Pede-se emprestado para cobrir as despesas e facilmente se obtém o respectivo crédito.
Quando a cobertura segura já não é suficiente para garantir o empréstimo, aumentam-se os juros; primeiro ligeiramente e em seguida exorbitando até ao limite.
Chega-se facilmente à fase de pedir empréstimos, para pagar as dívidas, evidentemente com juros cada vez mais altos.
Não vai ser necessário utilizar armas de fogo, bastando pôr a rotativa da Reserva Federal a produzir dólares, para com a arma económica “ocupar” pacificamente a Ucrânia.
A técnica é (ou foi?) a seguinte:
Os governos para ganhar votos e manterem os tachos, vão gastando mais do que se produz, para cativar eleitorado.
Pede-se emprestado para cobrir as despesas e facilmente se obtém o respectivo crédito.
Quando a cobertura segura já não é suficiente para garantir o empréstimo, aumentam-se os juros; primeiro ligeiramente e em seguida exorbitando até ao limite.
Chega-se facilmente à fase de pedir empréstimos, para pagar as dívidas, evidentemente com juros cada vez mais altos.
Por fim, esgotada que foi a capacidade de pagamento,
tendo-se vendido o património nacional, o que resta?
NADA…a não ser desemprego e miséria para a generalidade da população.
Olhemos para o caso de Portugal do qual temos uma dolorosa experiência.
Não é exactamente esta a dolorosa experiência que nos está a acontecer (ou que aconteceu?)???
Agora vejamos o que se está a passar na Ucrânia, com a preciosa ajuda do texto de Manlio Dinucci, para podermos comparar, salvaguardando “salvo seja” as respectivas proporções.
Ou melhor, como prioridade, comecemos por recomendar a leitura do texto a “Sociedade dos dois décimos”, cujo link se encontra no cabeçalho deste Blogue, ou clicando AQUI, para se compreender como a Globalização, foi o primeiro passo para o domínio mundial do dinheiro, em alternativa à capacidade de resposta das populações, através do desenvolvimento da sua produção nacional.
É essa tese, que para satisfazer as necessidades gerais, considera que serão necessários sómente “dois décimos” da população, pelo que para os restantes oito décimos, nada mais resta, do que aprenderem a sobreviver em regime de misericordiosa caridade.
NADA…a não ser desemprego e miséria para a generalidade da população.
Olhemos para o caso de Portugal do qual temos uma dolorosa experiência.
Não é exactamente esta a dolorosa experiência que nos está a acontecer (ou que aconteceu?)???
Agora vejamos o que se está a passar na Ucrânia, com a preciosa ajuda do texto de Manlio Dinucci, para podermos comparar, salvaguardando “salvo seja” as respectivas proporções.
Ou melhor, como prioridade, comecemos por recomendar a leitura do texto a “Sociedade dos dois décimos”, cujo link se encontra no cabeçalho deste Blogue, ou clicando AQUI, para se compreender como a Globalização, foi o primeiro passo para o domínio mundial do dinheiro, em alternativa à capacidade de resposta das populações, através do desenvolvimento da sua produção nacional.
É essa tese, que para satisfazer as necessidades gerais, considera que serão necessários sómente “dois décimos” da população, pelo que para os restantes oito décimos, nada mais resta, do que aprenderem a sobreviver em regime de misericordiosa caridade.
UCRÂNIA: AS ARMAS ECONÓMICAS
Por: Manlio Dinucci
17 de Março de 2014
No jogo dos espelhos mediáticos apresentam-se falsas imagens
da crise ucraniana.
Aqui tem-se as imagens das multinacionais, assim como dos bancos americanos e europeus, que vendo seus investimentos desaparecerem em fumaça na Ucrânia, estariam já ao ponto de abandonar o navio, antes que esse se afundasse. Mas, esses mesmos estão agora justamente a ponto de obter o que desejavam: o controlo completo da economia ucraniana.
A corda de salvação que o FMI e a União Europeia lançaram a Kiev, através de empréstimos de biliões de dólares, é na realidade uma corda ao pescoço da mesma.
O débito exterior da Ucrânia, documentado pelo Banco Mundial, duplicou em dez anos, superando 135 biliões de dólares. Só de juros a Ucrânia deverá pagar anualmente 4.5 biliões.
Para o pagamento desses juros servirão então os novos empréstimos que, acrescentados ao débito externo, constrangerão Kiev a “liberalizar” ainda mais a sua economia, vendendo para as multinacionais, e aos bancos ocidentais, tudo o que ainda resta a privatizar.
As condições anexadas ao empréstimo são ditadas pelo Fundo Monetário Internacional, o qual é dominado pelos Estados Unidos (que tem 17.5% dos votos, sete vezes mais do que a Rússia) e por outras das maiores potências ocidentais, enquanto um país como a Ucrânia, só tem direito a meio voto.
O país foi levado a uma tal situação por responsabilidade dos governos que se sucederam de 1991 até hoje.
Entretanto, vê-se claramente que o país ainda possui uma notável base industrial e agrícola, tendo concluído um vantajoso acordo por dez anos com Moscovo, em 2009, reservando à Ucrânia os direitos de trânsito sobre os fornecimentos energéticos russos para a Europa.
Assistiu-se ao mesmo tempo, na condição atual da Ucrânia, à penetração do ocidente na sua estrutura política e económica.
Com o argumento de promover o “bom governo”, a vice-secretária de Estado dos Estados Unidos, Victória Nyland, declarou que investiram na Ucrânia 5 biliões de dólares, investimento esse, que permitia agora a Nyland, numa conversa telefônica que se tornou pública, determinar quem deveria e quem não deveria, fazer parte do novo governo de Kiev, bem como dizer que “a União Européia que vá se f….”.
Esta expressão, não obstante as desculpas de Nyland, revela a arrogância da política de Washington para a Europa.
A administração Obama, escreve o New York Times, segue uma “estratégia agressiva” que tem em vista reduzir o fornecimento de gás russo para a Europa, do qual os maiores importadores são a Alemanha e a Ucrânia (a Itália estando aqui no quinto lugar).
O plano prevê que a Exxon Mobil, e outras companhias norte americanas, viriam a fornecer uma crescente quantidade de gás à Europa, explorando para tanto as reservas energéticas do Oriente Médio, africanas, e outras, incluindo-se aqui as dos Estados Unidos, que estão tendo sua produção aumentada.
As grandes companhias já apresentaram ao Departamento de Energia americano 21 requisições para construção de projetos portuários, tendo em vista a exportação de gás liquefeito.
O plano tem também a finalidade de fazer uma forte pressão sobre a Gazprom, a maior companhia russa, da qual o estado tem a maioria das ações, mas que é entretanto aberta a investimentos estrangeiros: a Gazprom é cotada nas bolsas de valores de Londres, Berlim e Paris.
Segundo J.P.Morgan, a outra metade de seus acionistas é constituída por norte-americanos. A estratégia seguida por Washington tem um duplo objetivo: por um lado pôr a Ucrânia nas mãos do FMI, o qual é dominado pelos Estados Unidos e anexá-la a NATO e coloca-la sob a liderança dos mesmos; por outro seria o objetivo de estruturar a crise ucraniana, que Washington contribuiu para provocar, para reforçar a influência dos Estados Unidos sobre os aliados europeus.
Com essa finalidade Washington está a caminho de entrar em acordos com a Alemanha para repartir as devidas áreas de influência.
Enquanto isso Renzi (novo presidente do conselho italiano,) vai tirando a poeira das cartilhas elementares, recitando que não se pode ficar insensível ao “grito de dor povo ucraniano” .
Aqui tem-se as imagens das multinacionais, assim como dos bancos americanos e europeus, que vendo seus investimentos desaparecerem em fumaça na Ucrânia, estariam já ao ponto de abandonar o navio, antes que esse se afundasse. Mas, esses mesmos estão agora justamente a ponto de obter o que desejavam: o controlo completo da economia ucraniana.
A corda de salvação que o FMI e a União Europeia lançaram a Kiev, através de empréstimos de biliões de dólares, é na realidade uma corda ao pescoço da mesma.
O débito exterior da Ucrânia, documentado pelo Banco Mundial, duplicou em dez anos, superando 135 biliões de dólares. Só de juros a Ucrânia deverá pagar anualmente 4.5 biliões.
Para o pagamento desses juros servirão então os novos empréstimos que, acrescentados ao débito externo, constrangerão Kiev a “liberalizar” ainda mais a sua economia, vendendo para as multinacionais, e aos bancos ocidentais, tudo o que ainda resta a privatizar.
As condições anexadas ao empréstimo são ditadas pelo Fundo Monetário Internacional, o qual é dominado pelos Estados Unidos (que tem 17.5% dos votos, sete vezes mais do que a Rússia) e por outras das maiores potências ocidentais, enquanto um país como a Ucrânia, só tem direito a meio voto.
O país foi levado a uma tal situação por responsabilidade dos governos que se sucederam de 1991 até hoje.
Entretanto, vê-se claramente que o país ainda possui uma notável base industrial e agrícola, tendo concluído um vantajoso acordo por dez anos com Moscovo, em 2009, reservando à Ucrânia os direitos de trânsito sobre os fornecimentos energéticos russos para a Europa.
Assistiu-se ao mesmo tempo, na condição atual da Ucrânia, à penetração do ocidente na sua estrutura política e económica.
Com o argumento de promover o “bom governo”, a vice-secretária de Estado dos Estados Unidos, Victória Nyland, declarou que investiram na Ucrânia 5 biliões de dólares, investimento esse, que permitia agora a Nyland, numa conversa telefônica que se tornou pública, determinar quem deveria e quem não deveria, fazer parte do novo governo de Kiev, bem como dizer que “a União Européia que vá se f….”.
Esta expressão, não obstante as desculpas de Nyland, revela a arrogância da política de Washington para a Europa.
A administração Obama, escreve o New York Times, segue uma “estratégia agressiva” que tem em vista reduzir o fornecimento de gás russo para a Europa, do qual os maiores importadores são a Alemanha e a Ucrânia (a Itália estando aqui no quinto lugar).
O plano prevê que a Exxon Mobil, e outras companhias norte americanas, viriam a fornecer uma crescente quantidade de gás à Europa, explorando para tanto as reservas energéticas do Oriente Médio, africanas, e outras, incluindo-se aqui as dos Estados Unidos, que estão tendo sua produção aumentada.
As grandes companhias já apresentaram ao Departamento de Energia americano 21 requisições para construção de projetos portuários, tendo em vista a exportação de gás liquefeito.
O plano tem também a finalidade de fazer uma forte pressão sobre a Gazprom, a maior companhia russa, da qual o estado tem a maioria das ações, mas que é entretanto aberta a investimentos estrangeiros: a Gazprom é cotada nas bolsas de valores de Londres, Berlim e Paris.
Segundo J.P.Morgan, a outra metade de seus acionistas é constituída por norte-americanos. A estratégia seguida por Washington tem um duplo objetivo: por um lado pôr a Ucrânia nas mãos do FMI, o qual é dominado pelos Estados Unidos e anexá-la a NATO e coloca-la sob a liderança dos mesmos; por outro seria o objetivo de estruturar a crise ucraniana, que Washington contribuiu para provocar, para reforçar a influência dos Estados Unidos sobre os aliados europeus.
Com essa finalidade Washington está a caminho de entrar em acordos com a Alemanha para repartir as devidas áreas de influência.
Enquanto isso Renzi (novo presidente do conselho italiano,) vai tirando a poeira das cartilhas elementares, recitando que não se pode ficar insensível ao “grito de dor povo ucraniano” .
NOTA DO BLOGUE- O
destaque e o sublinhado é da responsabilidade do Blogue.
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